Claquete 24 de fevereiro de 2006

Newton Ramalho – colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

À exceção do documentário “Vinícius”, os fãs da Sétima Arte de Natal terão que se contentar em assistir as Virgens de Pirangi e os Cão da Redinha. Para quem não vai atrás do trio elétrico, sobram o remake de “A Pantera Cor de Rosa”, estrelado por Steve Martin e Jean Reno, “Johnny e June”, a esperada cinebiografia do cantor Johnny Cash, “Syriana – A Indústria do Petróleo”, drama político, com George Clooney e Matt Damon, o infantil alemão “A Terra Encantada de Gaya”, dublado por Marcio Garcia, e, pela equipe do Pânico na TV, o drama “O Segredo de Brokeback Mountain”, do diretor Ang Lee, e, as comédias nacionais “Se Eu Fosse Você”, com Tony Ramos e Glória Pires, e, “Didi – O Caçador de Tesouros”, com Renato Aragão.

Estréia: “Vinícius”

Dirigido por Miguel Faria Jr, o documentário “Vinicius” é uma espécie de filme multimídia mostrando a intimidade e a obra do poeta e compositor Vinicius de Moraes, falecido em 1980. Além dos depoimentos de amigos e familiares, comuns, nesse tipo de projeto, há diversas intervenções teatrais protagonizadas por Camila Morgado e Ricardo Blat. Co-produzido pela filha de Vinicius, Susana de Moraes, o documentário é uma homenagem emocionante, que apresenta uma das maiores expressões do mundo artístico brasileiro. Nascido em 1913 no Rio de Janeiro, Vinícius de Moraes testemunhou, e, foi personagem de uma série de transformações na cidade, tendo criado, para si, um dos percursos mais relevantes da cultura brasileira no século XX. . A estréia será nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de dez anos.

“O Senhor das Armas”, em DVD

Nicolas Cage interpreta Yuri Orlov, um homem que deixa a União Soviética, e, vai para os Estados Unidos, com sua família, passando-se por judeu. Após se tornar um membro das Nações Unidas, ele percebe que pode ser lucrativo o negócio de vender armas ilegais para estrangeiros. Com o fim da Guerra Fria, ele e seu irmão, Vitaly (Jared Leto), passam a fornecer todo tipo de armamento para o apático exército russo. Eventualmente, Orlov deve pagar por seus atos, podendo ser a sua família a vítima. Ele passa a ser perseguido por Jack Valentine (Ethan Hawke), um cruel agente da Interpol, por concorrentes, e, até mesmo, por clientes, entre os quais, estão alguns dos mais famosos ditadores do planeta. A direção e o roteiro são de Andrew Niccol (“Gattaca – Experiência Genética”). Nas locadoras.

Zé do Caixão na Bélgica

Comprovando a tese de que faz mais sucesso lá fora do que aqui, José Mojica Marins, o Zé do Caixão, vai participar da 24ª edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico, que acontece em Bruxelas, Bélgica, em março. Ele estará representado, no festival, com quatro filmes: “À Meia-noite Levarei Tua Alma”, “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver”, “O Ritual dos Sádicos” e “Finis Hominis”. Todos estes filmes já estão disponíveis em DVD. Mesmo quem torce o nariz para o “Coffin Joe”, como é conhecido lá fora, não há como deixar de reconhece-lo como o legítimo pioneiro do gênero terror no Brasil.

Trilha sonora de “JK”

Quem está acompanhando a minissérie “JK”, ou, foi contagiado pela onda saudosista do “presidente bossa-nova”, certamente se interessará pela magnífica trilha sonora da produção global, lançada pela Som Livre. São vinte faixas, com sucessos da MPB anteriores à Bossa Nova, dos anos cinqüenta e sessenta. Entre os cantores homenageados no disco estão Dick Farney, Tito Madi e Maysa. O disco traz, também, “Chega de Saudade”, do saudoso Tom Jobim, “Se Todos Fossem Iguais a Você”, com Sylvia Telles, e, a música símbolo de Juscelino, “Peixe Vivo”, interpretada por Milton Nascimento.

Abertas inscrições para concurso de literatura

Ministério da Educação criou o concurso literário “Literatura para Todos”, que vai selecionar oito obras, de diferentes gêneros literários, que serão impressas, e, distribuídas pelo MEC, para alunos das turmas do programa Brasil Alfabetizado. Os autores dos livros escolhidos receberão prêmio de R$ 10 mil cada um. Os interessados em inscrever suas obras no concurso deverão fazê-lo até 16 de março de 2006. Os textos deverão estar de acordo com os critérios previstos no edital do concurso (www.mec.gov.br), e, devem ser enviados em três cópias impressas, e, uma em disquete, para a Coordenação-Geral de Alfabetização do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, do Ministério da Educação, no endereço Esplanada dos Ministérios, Bloco L, sala 710, CEP: 70.047-900, Brasília, DF.

Abertas inscrições para o DOCTV III

Numa parceria que envolve o Ministério da Cultura, a TV Universitária e outros órgãos, estão abertas as inscrições para o DOCTV III, onde serão selecionados projetos de documentários sobre situações, manifestações e processos contemporâneos, no estado do Rio Grande do Norte. O projeto selecionado permitirá a execução de um documentário de 52 minutos de duração, com um orçamento total de cem mil reais. As inscrições poderão ser feitas de 01 a 17 de março, na TVU, no Campus da UFRN, sendo necessário que o postulante tenha residência comprovada a pelo menos dois anos no estado do Ro Grande do Norte. O documentário premiado será exibido em cadeia nacional, pela Rede Pública de Televisão, no período de novembro de 2006 a julho de 2007. Para ter acesso ao kit completo do concurso, acesse o site www.tvu.ufrn.br.

Hometheater? Também quero um…

Aproveitando a maré baixa nos cinemas, vou tentar responder uma pergunta que me fazem, dia sim, dia não: como chegar ao primeiro hometheater? A resposta a esta pergunta tem que ser dada com cuidado, já que, mesmo com o barateamento dos equipamentos, o custo é significativo, e, poucos podem se dar ao luxo de ter um “elefante branco” na sala, só para impressionar as visitas.

Sempre que me perguntam sobre o hometheater, costumo responder com outra pergunta: quais são os seus hábitos de entretenimento, ou, simplesmente, o que você espera dessa parafernália eletrônica? Um amigo pediu-me aconselhamento sobre qual DVD deveria comprar. Sabendo que é fanático por esportes, perguntei com que freqüência ele assistia filmes. O amigo mal soube lembrar qual tinha sido o último filme que assistira, embora mantenha os canais esportivos da TV por assinatura sempre ligados. Aconselhei-o a continuar assistindo os seus jogos, e, creio que foi o melhor para ele.

Obviamente, cada caso é um caso. Quando se tem família, devem ser considerados os hábitos predominantes, já que isso interessa a mulher, filhos, sogra, avó, vizinhos, cachorro, papagaio, visitantes extraterrestres, etc.. Mas, se há um interesse geral em assistir filmes e shows, não há dúvidas de que um hometheater será um bom investimento, principalmente nestes tempos de violência crescente.

Quando se fala em hometheater, é preciso pensar na imagem e no som. No item imagem, houve uma tremenda evolução, com redução de preços, e, a promessa da futura TV digital, que deverá se tornar realidade nos próximos anos.

Quando se pensa em assistir filmes em DVD, não dá para pensar em uma tela menor do que 29 polegadas. Isso porque, devido aos filmes em formato widescreen, apenas a parte central do cinescópio é utilizada, com a formação das barras pretas em cima e em baixo da imagem. O ideal, também, é adquirir um tv com tela plana, já que esta proporciona imagens melhores, e, um conforto visual, já que diminue os reflexos incidentes.

A tv com tubo de imagem, convencional, de 29 polegadas, é o patamar inicial, mas, há outras opções, que vão depender do tamanho da sua sala, e, principalmente, do tamanho do bolso, já que os preços crescem numa escala exponencial. O candidato ao hometheater pode optar por uma tv de tubo convencional, ou, widescreen, já apropriada para o uso de DVD.

Quem tem salas maiores, pode pensar nas tvs de projeção, que vão de 44 a 60 polegadas, mas, deve ficar ciente de que sempre há alguma perda de imagem lateral. Neste nível, existem também as opções de plasma e cristal liquido, novíssimas tecnologias, que oferecem imagens maravilhosas, parecem um quadro para pendurar na parede, mas, apesar de ter baixado muito o preço, ainda estão custando mais de oito mil reais. Neste mesmo patamar de preço, existem também os projetores, que são o mais parecido com um verdadeiro ambiente de cinema. Mas, além de precisar de técnicos especializados, para fazer a instalação, é necessário uma tela apropriada, e, cabos especiais, de modo que pode-se pensar em um mínimo de oito mil reais. Sem falar na lâmpada, que custa um terço do preço do projetor, e, tem duração de duas a três mil horas, com uso cuidadoso.

E quanto ao som? Segundo um amigo meu, assistir um filme em DVD, escutando o som no alto-falante da televisão, é a mesma coisa que chupar um bombom sem tirar o papel. Exageros à parte, a verdade é que, a tecnologia do DVD permitiu que se distribuísse o som do filme, diálogos, efeitos, e, trilha sonora, em múltiplos canais. A forma mais usual, e, que deverá ser o padrão da futura tv digital, é o padrão Dolby Digital 5.1. O som é distribuído em um canal central, dois laterais frontais, dois laterais traseiros, e, um só de graves. O “.1” significa que é um canal pré-amplificado, que precisa de um equipamento próprio, o subwoofer, para ser apreciado.

Para decodificar, amplificar e distribuir os outros cinco canais, é necessário um equipamento que é o coração do hometheater, o receiver de áudio e vídeo. Além de receber os sinais digitais do DVD, e, distribuí-los pelas caixas acústicas, o receiver também centraliza os demais equipamentos, como o receptor da TV por assinatura, videocassete, CD player, videogames, etc.. A escolha do receiver, assim como a TV, vai depender do ambiente, e, da disponibilidade financeira.

Um receiver superpotente, numa sala pequena, ficará subdimensionado, assim como um aparelho mais modesto, numa sala grande, não produzirá o efeito desejado. Considerando-se uma sala de 15 a 20 metros quadrados, um receiver com 100 watts RMS, por canal, irá atender bem. A qualidade do som, entretanto, tem a ver, também, com a qualidade das caixas acústicas, já que não é só o volume que interessa.

A maioria dos iniciantes no hometheater interessam-se pelos pacotes prontos, os chamados “hometheater-in-a-box”. São conjuntos de receiver (com DVD incluso, na maioria dos casos), cinco caixas acústicas, e, um subwoofer. No mercado, é possível encontrar opções dos preços mais variados, embora, os que tenham uma qualidade aceitável, fiquem acima de mil reais.

Para os mais exigentes, é melhor comprar os equipamentos separados. Neste caso, as caixas não precisam ser da mesma marca do amplificador, embora, devam ser de uma mesma linha de fabricação. Existem muitas marcas no mercado, e, com preços que variam até o infinito. O bom mesmo é tentar escutar todas as opções possíveis, antes de assinar o cheque.

Por último, mas, não menos importante, dois lembretes, aos marinheiros de primeira viagem. Não adianta gastar milhares de reais (ou dólares) em equipamentos de primeira linha, e, usar cabos comprados em bancas de camelô. A qualidade da fiação, o revestimento, e, principalmente, a qualidade dos conectores, influencia, e, muito, no resultado obtido no som e na imagem do hometheater. Alguns especialistas sugerem que se reserve dez por cento do custo total para os cabos, mas, o bom senso deve falar mais alto.

O outro cuidado que se deve ter é com a instalação elétrica. Qualquer equipamento eletrônico merece mais do que um “T” na única tomada disponível. Além de várias tomadas, se possível, organize um ramal só para o hometheater. Evite os estabilizadores de computador. Existem equipamentos de proteção elétrica, como estabilizadores próprios para hometheater, condicionadores de energia, e, módulos isoladores.