Claquete 23 de junho de 2006
Newton Ramalho – claquete@interjato.com.br
O que está em cartaz
Junto com a classificação da seleção brasileira para a segunda fase da Copa do Mundo, começam a chegar algumas estréias. A mais badalada é “Poseidon”, remake de um grande sucesso dos anos 70, “O Destino do Poseidon”. A outra é “Tristão e Isolda”, romance clássico, que ganhou uma nova versão. Nas continuações, o infantil “Garfield 2”, o drama “Tudo Por Dinheiro”, com Al Pacino e Matthew McConaughey, “Todo Mundo em Pânico 4”, comédia escrachada, com humor no estilo da revista MAD, “A Profecia”, refilmagem de um filme homônimo, dos anos 70, “X-Men: O Confronto Final”, último capítulo da trilogia dos X-Men, o polêmico “O Código Da Vinci”, com Tom Hanks, Audrey Tautou, Jean Reno, Paul Bettany e Ian McKellen, e, a comédia romântica “Apenas Amigos”. Neste final de semana acontece a pré-estréia de “Separados Pelo Casamento”, com Jennifer Aniston, a ex-Friends e ex-Brad Pitt.
Estréia 1: “Poseidon”
Uma onda gigantesca faz com que o Poseidon, um luxuoso transatlântico, tombe, e, fique de cabeça para baixo, em pleno alto mar. O capitão Michael Bradford (Andre Braugher) sugere que os poucos sobreviventes aguardem por socorro no local em que estão, mas, John Dylan (Josh Lucas), um jogador profissional, prefere buscar um lugar que lhes dê maior segurança. A atitude de Dylan atrai outros sobreviventes, que decidem segui-lo. Entre eles está Robert Ramsey (Kurt Russell), que está desesperado por não conseguir encontrar sua filha, Jennifer (Emmy Rossum), e, o noivo dela, Christian (Mike Vogel). Também se juntam a eles Maggie James (Jacinda Barrett) e seu filho Conor (Jimmy Bennett), a passageira clandestina Elena Gonzalez (Mia Maestro), e, Richard Nelson (Richard Dreyfuss), um homem que embarcou no navio em dúvida se queria viver. Desesperados para encontrar uma saída, o grupo se embrenha no labirinto de aço retorcido, enquanto o navio, cada vez mais, vai se enchendo de água. A direção é de Wolfgang Petersen. “Poseidon” estréia, nesta sexta-feira, nos Cines 6 e 7 do Moviecom e nas Salas 2 e 6 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.
Pré-Estréia: “Separados Pelo Casamento”
Brooke (Jennifer Aniston) e Gary (Vince Vaughn) estão juntos a dois anos, e, moram no mesmo apartamento. A vida a dois já não tem a mesma paixão do início, e, os detalhes da rotina fazem com que eles terminem o relacionamento. Entretanto, há um problema: nenhum deles aceita deixar o apartamento que vive, o que faz com que continuem morando juntos. Inicialmente, eles tentam viver pacificamente, mas, logo descobrem que a melhor saída é tornar a vida do outro um inferno, de forma que saia do apartamento o mais rapidamente possível. A direção é de Peyton Reed. A pré-estréia de “Separados Pelo Casamento” será neste sábado, na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 22h20, e, na sexta-feira e no sábado, no Cine 4 do Moviecom, na sessão de 21h40. Para maiores de 14 anos.
Estréia 2: “Tristão e Isolda”
Na Europa da Idade Média, as tribos lutam pelo poder, logo após a queda do império romano. Tristão (James Franco) teve toda sua família assassinada por conspiradores, que tinham o objetivo de impedir os planos de seu pai para unificar a Inglaterra. Adotado pelo tio, Lorde Marke (Rufus Sewell), Tristão cresce, e, se torna seu maior guerreiro. Imbuído do desejo em seguir os planos do pai, ele é ferido em combate, e, considerado morto, sendo jogado ao mar em um enterro viking. Porém, é resgatado por Isolda (Sophia Myles), por quem se apaixona. O casal troca juras de amor, mas, não revela seus nomes. Após se recuperar, ele retorna à sua terra, sem saber que seu amor é a filha de Donnchadh (David O’Hara), o rei da Irlanda, e, também, seu principal inimigo. Mas, o destino fará com que se encontrem novamente, quando Donnchadh organiza um campeonato de lutas até a morte, e, promete, como prêmio, a mão de sua filha. A direção é de Kevin Reynolds. “Tristão e Isolda” estréia, nesta sexta-feira, no Cine 1 do Moviecom, e, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.
“O Destino do Poseidon”, em DVD
Em virtude de um maremoto, um transatlântico de luxo é atingido na véspera de Ano Novo por uma onda gigantesca, fazendo-o virar totalmente. Um pequeno grupo de sobreviventes do choque inicial tenta escapar, de qualquer maneira, da embarcação. Este não é o filme que estréia nos cinemas esta semana, mas, sim, o original, de 1972, estrelado por Gene Hackman, Ernest Borgnine, e, Shelley Winters. Há uma versão simples, apenas com o filme, e, uma outra, mais completa, dupla, com diversos documentários. Este filme foi indicado para sete Oscars, ganhando o de Efeitos Visuais e Melhor Canção Original. Nas lojas e locadoras.
Cineclube Natal
Falha nossa! Por excesso de entusiasmo, na última Claquete, foram informadas programações do Cineclube Natal, que só acontecerão neste final de semana. No projeto Cinema e Literatura, será exibido, no sábado, a partir das 19h, o filme “O Processo”, de Orson Welles, baseado na obra homônima de Franz Kafka. Após a exibição, haverá um debate. A sessão será na Livraria Bartolai (Av Afonso Pena, 805), com entrada franca. No domingo, será a sessão tradicional do Cineclube Natal, no Teatro da Cultura Popular, com a exibição do filme “O Sentido da Vida”, do grupo inglês Monty Python. A sessão inicia às 19h, com entrada de R$ 2. O TCP fica na Rua Jundiaí, 941.
Inscrições para o Documenta Brasil encerram na segunda
Lançado em abril, Documenta Brasil irá selecionar quatro projetos de documentários e viabilizá-los. Os projetos selecionados ganharão ajuda financeira, no valor de R$ 550 mil, além de apoio na divulgação e distribuição. Parceria do SBT com a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, a Petrobrás e a ABPI-TV (Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão), as inscrições terminam no dia 26 de junho. As informações estão disponíveis: site Documenta Brasil (www.documentabrasil.abpitv.com.br) e no site do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br).
Adeus a Bussunda
O mundo ficou um pouco mais triste, com a morte súbita do humorista Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda, integrante do grupo Casseta & Planeta. Além de uma riquíssima coleção de personagens, ao longo de décadas na televisão, Bussunda atuou no filme “A Copa do Mundo é Nossa”, de 2003, e, participava da produção “Seus Problemas Acabaram”, previsto para ser lançado este ano. No cinema infantil, sua grande atuação foi na voz do personagem Shrek, o ogro verde. Bussunda morreu na Alemanha, no dia 17 passado.
Filmes Recomendados: “Poseidon” e “O Destino do Poseidon”
Por água abaixo
O que uma pessoa é capaz de fazer, quando se vê numa situação desesperadora, onde a sua vida depende das suas próprias decisões? Esta situação é o tema principal de “Poseidon”, refilmagem de “O Destino do Poseidon”, que inaugurou o gênero de filmes catástrofes em 1972.
Os dois filmes são baseados na mesma fonte, um romance do jornalista Paul Gallico, que, por sua vez, inspirou-se em um acidente verídico, ocorrido com o transatlântico “Queen Mary”, durante a Segunda Guerra Mundial. O navio, que transportava tropas americanas para a Europa, foi atingido por uma onda gigantesca, e, por muito pouco, não teve o destino exibido na obra de ficção. O livro de Gallico, além do suspense, explorava com sensibilidade aspectos psicológicos dos personagens, com uma abordagem que foi ignorada nos filmes.
A primeira versão, levada aos cinemas em 1972, foi estrelada por Gene Hackman, no papel de um pastor que perdera a fé em Deus, Ernest Borgnine, um policial durão, casado com uma ex-prostituta, e, Shelley Winters, avó que viajava a Israel, para conhecer o neto.
Feito numa época em que nem se sonhava usar computadores no cinema, “O Destino do Poseidon” ganhou um Oscar de Efeitos Visuais, utilizando maquetes e outras trucagens tradicionais da indústria do cinema, que, ainda hoje, surpreendem pela eficácia com que foram feitos. Mas, o forte do filme é a atuação do elenco, a maioria, atores de renome, no cinema e teatro da época. A curiosidade fica por conta de Leslie Nielsen, canastrão como sempre, que depois descobriria o seu filão, fazendo filmes humorísticos, da série “Corra Que a Polícia Vem Aí”.
A produção que estréia hoje, nos cinemas, traz nomes igualmente conhecidos, como Kurt Russell e Richard Dreyfuss, um orçamento de 140 milhões de dólares, a maior parte gastos nos efeitos especiais criados por várias companhias, dentre elas, a Industrial Light & Magic, de George Lucas.
Os pontos em comum, entre a nova e velha versão, limitam-se ao navio, e, ao desastre que o envolve. Durante a festa de Ano Novo, os passageiros do transatlântico Poseidon são surpreendidos por uma onda gigante, que, atingindo o navio de lado, faz com que ele vire de cabeça para baixo. Os poucos sobreviventes do choque inicial são orientados, pelos tripulantes, a permanecer onde estão, para aguardar a chegada das equipes de resgate.
John Dylan (Josh Lucas), um jogador profissional, prefere buscar um lugar que lhe dê maior segurança. A atitude de Dylan atrai outros sobreviventes, que decidem segui-lo. Entre eles, está Robert Ramsey (Kurt Russell), que está desesperado por não conseguir encontrar sua filha, Jennifer (Emmy Rossum), e, o noivo dela, Christian (Mike Vogel). Também se juntam a eles Maggie James (Jacinda Barrett) e seu filho Conor (Jimmy Bennett), a passageira clandestina Elena Gonzalez (Mia Maestro), e, Richard Nelson (Richard Dreyfuss), um homem que embarcou no navio em dúvida se queria viver.
O pequeno grupo penetra nas profundezas do imenso navio, precisando enfrentar incêndios, passagens submersas, e, muitos outros perigos, para alcançar algum lugar onde seja possível sobreviver por mais tempo, enquanto chega socorro.
O que mudou em relação à versão de 1972? Se os aspectos psicológicos do livro já tinham sido deixados de lado, no novo roteiro, os conflitos entre os sobreviventes também somem. Sobram mesmo são os efeitos especiais, com direito a muitos sustos e cenas de perigo, que, certamente, irão agradar aos fãs do cinema pipoca.
Contudo, o aspecto que sobrevive, em todas as versões, é a motivação dos personagens em continuar lutando pela vida, nunca se entregando, por mais desesperadora que possa parecer uma situação.
Sugiro que, o espectador, antes de ir ao cinema, conferir o mais novo filme-catástrofe, dê uma passada na locadora, para revisar o filme de 1972, e, estabelecer o seu próprio nível de comparação.