Claquete
Newton Ramalho – claquete@interjato.com.br
O que está em cartaz
Num mês de tantos feriados (ainda falta um), as estréias chegam em doses constantes e homeopáticas. Neste final de semana, teremos duas estréias, um movimentado drama da Primeira Guerra Mundial, “Flyboys”, e, a comédia “Pequena Miss Sunshine”. Nas continuações, o policial “Os Infiltrados” (veja mais no Filme da Semana), de Martin Scorsese, “Terror em Silent Hill”, o ótimo “O Grande Truque”, misto de drama e suspense, do diretor Christopher Nolan, o suspense “Efeito Borboleta 2”, o terror “Jogos Mortais 3”, e, a divertida animação “Deu a Louca na Chapeuzinho”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, a comédias “Fica Comigo Esta Noite”, “Trair e Coçar, é só Começar”, e, a animação “O Bicho Vai Pegar”, e, no Moviecom, a comédia nacional “Muito Gelo e Dois Dedos de Água” (esta, com preços promocionais).
Estréia 1: “Flyboys”
Em 1916, a 1ª Guerra Mundial já dura dois anos, sem perspectiva de acabar. Milhões de pessoas já morreram, e, as forças aliadas, compostas por França e Inglaterra, lutam nas trincheiras contra as tropas alemãs. Os Estados Unidos mantêm a posição de neutralidade, o que não impede que alguns americanos partam para a Europa, como motoristas voluntários de ambulância, ou, integrantes da Legião Estrangeira da França. Um deles é Blaine Rawlings (James Franco), um texano que foi expulso do rancho de sua família, e, que idealiza uma vida de herói, pilotando aviões. Ele se une a Higgins (Christien Anholt), um recruta da Legião Estrangeira, William Jensen (Philip Winchester), para seguir a tradição da família, Briggs Lowry (Tyler Labine), que se alistou devido à pressão do pai, Eddie Beagle (David Ellison), que deseja fugir de seu passado, Eugene Skinner (Abdul Salis), que deseja defender a França, que permitiu que se tornasse campeão de boxe, e, Reed Cassidy (Martin Henderson), um piloto de guerra veterano. Sob o comando do capitão Georges Thenault (Jean Reno), os pilotos franceses realizam um rigoroso treinamento com os americanos, de forma que eles possam integrar a Esquadrilha Lafayette, o primeiro esquadrão de pilotos americanos a lutar na 1ª Guerra Mundial. “Flyboys” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom, e, na Sala 1 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.
Estréia 2: “Pequena Miss Sunshine”
Nenhuma família é verdadeiramente normal, mas, a família Hoover extrapola todos os padrões. O pai desenvolveu um método de auto-ajuda, que é um fracasso, o filho mais velho fez voto de silêncio, o cunhado é um professor suicida, e, o avô foi expulso de uma casa de idosos, por usar heroína. Nada funciona para o clã, até que a filha caçula, a desajeitada Olive (Abigail Breslin), é convidada para participar de um concurso de beleza, para meninas pré-adolescentes. Eles se amontoam em sua Kombi enferrujada, numa jornada tragicômica, repleta de surpresas alucinadas, e, que mudará toda essa família desajustada de maneira que ela jamais poderia imaginar. A direção é de Jonathan Dayton e Valerie Faris. “A Pequena Miss Sunshine” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom, e, na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 14 anos.
Novidades
“Piratas do Caribe: O Baú da Morte”, em DVD
O capitão Jack Sparrow parte em uma aventura inteiramente nova. Na seqüência de “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra”, o excêntrico Jack é capturado por uma rede de intrigas sobrenaturais. Uma ameaça ainda mais aterrorizante paira sobre seu capitão, e, sua tripulação desprezível: descobre-se que Jack tem uma dívida de sangue com o lendário Davy Jones, o governante das profundezas do mar e comandante do fantasmagórico “Holandês Voador”, ao qual nenhum outro barco é capaz de se equiparar em velocidade e força. O disco traz formato de tela widescreen e som Dolby Digital 5.1, mas, ao contrário do primeiro filme, que já saiu numa edição completíssima, esta não traz nenhum extra, de modo que o colecionador terá que esperar a edição sell-thru.
Inscrições abertas para I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares
O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), abre inscrições para a sua I Mostra Cineclubista de Curtas Potiguares. Os participantes poderão inscrever seus trabalhos gratuitamente até o dia 17 de dezembro. A ficha de inscrição, e, o regulamento, estão disponíveis no site www.cineclubenatal.blogspot.com . A inscrição preenchida e o curta-metragem devem ser entregues à Diretoria de Programação do Cineclube Natal, durante as sessões regulares da instituição. A mostra não é competitiva e podem participar vídeos com até 30 minutos de duração. A seleção ficará a cargo da direção do Cineclube Natal. Todos os diretores dos curtas-metragens exibidos receberão certificado de participação. O evento será realizado no TCP, em fevereiro de 2007.
Grupo Caminhos Comunicação & Cultura lança documentário
O Grupo Caminhos Comunicação & Cultura, formado por jornalistas e radialistas da terrinha, realizou o documentário “Com quantas ave-marias se faz uma santa?”, com 30 minutos de duração, cujo lançamento acontecerá em Natal no próximo dia 20 de novembro, às 19 horas, no SeaWay Shopping. O tema do documentário é a lenda sobre uma criança se perdeu numa serra próxima à cidade, e, após muitos anos, o seu corpo foi encontrado intacto, e, o local passou a ser palco de milagres. A direção é de Albery Lúcio, e, na equipe técnica estão Ana Lúcia Gomes, Edileusa Martins e Fernanda Gurgel, entre outros.
Cineclube Natal exibe “Laranja Mecânica”
O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), programou para o próximo domingo, dia 19, o filme “Laranja Mecânica”, do diretor Stanley Kubrick. Baseado em livro de Anthony Burgess, o filme mostra uma sociedade do futuro, onde a violência é comum, a ética não vale muito, e, as aparências é que importam. Será exibido, também, o curta-metragen “Flying Padre”. A sessão começa às 19h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Depois haverá debate com a platéia. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 18 anos.
Filme da Semana: “Os Infiltrados”
Quem é quem?
O sonho de todo cidadão de bem é ter uma polícia que consiga prender os bandidos. Só que, a maioria das pessoas não imagina o que pode ser necessário fazer, para conseguir isso. Não é raro que um policial precise se passar por bandido, para investigar as operações criminosas. E, infelizmente, o inverso também ocorre, quando policiais se vendem para o Lado Negro, e, passam informações valiosas para os bandidos. É exatamente este universo que é explorado por Martin Scorsese, no filme “Os Infiltrados”, em cartaz nos nossos cinemas.
Fugindo do clichê dos filmes de gângsteres, que sempre tratam de mafiosos italianos em Chicago ou Nova York, Scorsese leva a ação para Boston, no rico estado de Massachusetts, onde o crime organizado é controlado por Frank Costello (Jack Nicholson), chefe de uma quadrilha que domina a colônia irlandesa. É nesse ambiente que crescem, e, tomam destinos parecidos dois jovens. Um deles é Colin Sullivan (Matt Damon), que cresce aos cuidados de Costello, e, entra na polícia, graduando-se com distinção. O outro, Billy Costigan (Leonardo DiCaprio) vinha de uma família de pessoas à margem da lei, cujo único homem totalmente honesto fora o seu pai. Ele também entra para a academia de polícia, mas, é desligado a poucos dias da formatura, por ter se desentendido com um instrutor.
Os dois se apresentam no mesmo dia, Colin, bastante festejado, indo direto para um grupo de elite de combate ao crime organizado, enquanto Billy recebe uma proposta para trabalhar sob disfarce, fingindo-se de bandido. A intenção do capitão Queenan (Martin Sheen) e do sargento Dignam (Mark Wahlberg) é de infiltrar um rosto desconhecido na quadrilha de Costello, para poder prende-lo. O problema é que Colin, o afilhado do bandido, está sempre passando as informações para o chefão, que sempre consegue evitar as situações de perigo.
Os dois passam a viver uma vida dupla, enredando-se cada vez mais nas suas respectivas armadilhas, e, dia após dia, crescem as suspeitas, nos dois grupos, sobre os espiões infiltrados. Ao invés de heróis indestrutíveis, os dois mostram suas faces humanas, com medos, dúvidas, e, sem ter mais parâmetros dos seus próprios valores, sem saber onde termina o fingimento e onde inicia a realidade.
A história do filme se desenrola em um intrincado jogo de gato e rato, onde cada um dos infiltrados tenta se proteger, e, desmascarar o outro. Como se poderia esperar, os acontecimentos caminham para um clímax, onde todas as faces serão expostas. Ninguém espere um final feliz, pois numa história onde todos têm algum tipo de culpa, dificilmente alguém sairá impune.
Além de um excelente tratamento psicológico dos personagens, Scorsese questiona o uso da mentira. Até que ponto é correto mentir? Desde uma simples desculpa, para fugir a um encontro chato, ou, manter uma vida dupla de assassino?
Este filme é baseado em um cultuado filme policial chinês “The Infernal Affairs” (Mou Gaan Dou), embora também tenha traços da história de Whitey Bulger, um gângster de sangue irlandês, que cumpriu pena em Alcatraz, supostamente forneceu armas ao IRA e que permanece na lista dos dez fugitivos mais procurados do FBI por uma série de assassinatos nos anos 70.
Embora seja um pouco mais longo que a maioria das produções, com 149 minutos, o filme certamente agradará tanto aos amantes dos filmes de ação, quanto aos que gostam de um bom suspense psicológico.