Filme da Semana: “Sozinhos”

 

O tema de alguém ficar só no mundo já foi muito explorado no cinema, mas sempre é bom ver alguém fazer isso com criatividade, como é o caso do filme franco-belga “Sozinhos” (“Seuls”, FRA/BEL, 2017), numa estranha mistura de ficção-científica, suspense, e sobrenatural. O filme foi dirigido por David Moreau, que também é co-autor do roteiro, junto com Guillaume Moulin.

Cinco adolescentes franceses acordam um dia e descobrem que estão sozinhos. Não apenas em suas casas, mas na cidade não encontram ninguém. Até para proteção mútua, eles decidem ficar juntos.

Os garotos são Leila (Sofia Lesaffre), Dodji (Stéphane Bak), Terry (Jean-Stan Du Pac), Camille (Kim Lockhart) e Yvan (Paul Scarfoglio). A primeira dúvida que surge entre eles é: onde estão todos? E logo em seguida, porque eles restaram ali?

Outras coisas estranhas começam a acontecer, como uma misteriosa neblina sufocante, que avança continuamente pela cidade. E, pior ainda, quando descobrem que existe alguém mais na cidade, com intenções malévolas, e que tenciona matá-los.

O filme cresce num clima de suspense, onde todas as pistas apontam para um parque de diversões que parece ser a chave de tudo o que aconteceu com eles.

A história que serviu de inspiração para o filme foi uma série em quadrinhos escrita por Fabien Vehlmann e desenhada por Bruno Gazzotti, cujo primeiro volume foi publicado em 2006, e continuou até o ano passado, com um novo volume sendo lançado cada ano.

Na história original, os personagens são bem mais jovens, com 5, 8, 9, 10 e 12 anos, e ao longo das sequências encontram grupos de crianças rivais, que também restam sozinhas naquele estranho mundo.

No filme, todos são mais velhos, e algumas características pessoais foram mudadas, surgindo um envolvimento emocional entre dois deles. A grande mudança em relação aos quadrinhos foi o enfoque sobrenatural, que tenta explicar o que aconteceu com eles.

“Sozinhos” é muito bem feito, com poucos problemas de roteiro, boa atuação dos jovens atores, e um grande número de locações desertas, o que leva a imaginar o imenso trabalho de produção para filmar uma grande avenida sem nenhum carro ou pessoa.

Vale lembrar que este é um filme francês, sem grandes explicações e com um final aberto, que pode desagradar quem está habituado com produções americanas. Mesmo assim, é um filme intrigante e interessante, e que pode despertar ótimas discussões de mesa de bar. Experimentem!

Título Original: “Seuls”