Claquete – 26 de outubro de 2007
O que está em cartaz
O final de semana chega com estréias para todos os gostos. Para os fãs da série, chega “Jogos Mortais 4”, com os requintes de sadismo do gênero. Estréia, também, o policial “O Vidente”, a animação “Ta Dando Onda” e o musical “Hairspray – Em Busca da Fama”. Continuam em cartaz o surpreendente “Tropa de Elite”, o besteirol “Superbad – É Hoje”, “O Homem Que Desafiou o Diabo”, e “Stardust – O Mistério da Estrela”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a animação “Putz! A Coisa Ta Feia”, e, na Sessão Cult, o drama “Baixio das Bestas”. Por sua vez, o Moviecom exibe o ótimo policial “Instinto Secreto” (veja em Filme da Semana) e a ficção “Resident Evil 3 – A Extinção”.
Estréia 1: “Jogos Mortais 4”
Após a notícia do assassinato do detetive Kerry, os agentes Strahm (Scott Paterson) e Perez (Athena Karkanis) chegam à delegacia de polícia, que está vazia. Strahm e Perez são oficiais veteranos do FBI, sendo especialistas em traçar perfis psicológicos de criminosos. Eles ajudam o também veterano detetive Hoffman (Costas Mandylor) a examinar o mais recente jogo de Jigsaw (Tobin Bell). Porém, quando o comandante Rigg (Lyriq Bent), o último oficial ainda intocado por Jigsaw, é seqüestrado, os detetives iniciam uma busca pela cidade à sua procura. Paralelamente, Rigg precisa lidar com o jogo mortal, tendo apenas 90 minutos para superar as armadilhas para ele criadas. “Jogos Mortais 4” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Para maiores de 18 anos.
Estréia 2: “O Vidente”
Estréia 3: “Tá Dando Onda”
Cadu Maverick é um jovem pinguim, que tem o lendário surfista Big Z como ídolo. Um dia, ele decide deixar sua família na Antártida, para participar do Big Z Memorial Surf Off, um torneio de surf realizado na ilha Pin-Gu. Cody acredita que, caso vença o torneio, ganhará respeito e admiração, seu grande sonho. Lá ele conhece um frango descolado, uma linda salva-vidas e um veterano surfista, com quem aprende que o campeão nem sempre é aquele que chega em primeiro lugar nas competições. Com as vozes de Élcio Romar, Fernanda Souza, Gustavo Pereira e Alexandre Moreno. “Ta Dando Onda” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 1 do Cinemark. Censura livre. Cópia dublada.
Estréia 4: “Hairspray – Em Busca da Fama”
Sessão Cult: “Baixio das Bestas”
Auxiliadora (Mariah Teixeira) é uma jovem de 16 anos explorada por seu avô, seu Heitor (Fernando Teixeira). Ele vê falta de autoridade em tudo à sua volta, mas não pensa duas vezes antes de explorar a neta. Durante algumas noites, o avô leva a garota ao posto de gasolina para expô-la nua a troco de alguns reais. Cícero (Caio Blat) pertence a uma conhecida família local e está apaixonado por Auxiliadora. Mas, para tê-la ele precisará enfrentar o avô dela. A partir desta sexta-feira, na Sala 4 do Cinemark, na sessão de 15h. Para maiores de 18 anos.
Lançamentos em DVD
“Morrer ou Viver”, em DVD
Neste filme, o diretor japonês Takashi Miike narra a guerra entre um policial obstinado contra os chefes das máfias orientais. Gente que tortura como esporte e mata por prazer. Com um final eletrizante, este longa-metragem já entrou para a galeria dos melhores trabalhos de Miike, um cineasta nada convencional. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e som Dolby Digital, e, como extra, a versão em mp4. Nas locadoras.
Mado (Nicole Garcia) é uma famosa atriz que comemora seus 50 anos em sua casa de praia, acompanhada do filho Julien (Robinson Stévenin). Julien também quer ser diretor de cinema, fazer filmes ousados, e está apaixonado por Lili (Ludivine Sagnier), uma menina da região que pretende ser artista. Mas, Lili acaba se interessando por Brice, com quem deseja fazer um filme, e foge com ele. Cinco anos depois, Lili já é uma estrela e está separada de Brice. Ao descobrir que Julien está dirigindo seu primeiro longa-metragem, Lili parte para reencontrá-lo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e som Dolby Digital, e, como extra, a versão em mp4. Nas locadoras.
“O Hospedeiro”, em DVD
Eventos
“A Fraternidade é Vermelha”, no Cine Café
Filme da Semana 1: “Instinto Secreto”
Assassino dois em um
Desde os primórdios da existência do cinema, o crime foi levado às telas em muitos filmes, atraindo o público pela morbidez do tema. Ao longo do tempo, foram criados gêneros variados, que vão do terror, tipo “Sexta-feira 13” e “Pânico”, passando pelo sofisticado Hitchcock e chegando em Hannibal e seus requintes cruéis. Mas, ainda se consegue criar novas visões do tema, como é o caso de “Instinto Secreto”, que está em cartaz nos nossos cinemas.
Aqui não há surpresa para descobrir o assassino. Nos primeiros segundos do filme, Earl Brooks (Kevin Costner) revela ser viciado em matar. Brooks é um homem acima de qualquer suspeita. Cidadão exemplar, marido e pai dedicado, ele exerce seu papel de empresário com a mesma dignidade que reserva para a filantropia.
Mas, essa fachada esconde um terrível segredo, a existência de um assassino sofisticado, que nunca deixa pistas, após cometer os crimes cuidadosamente planejados. Ele é conhecido como o Assassino da Digital, pois sempre deixa, junto aos corpos de suas vítimas, as digitais delas, lado a lado, marcadas pelo seu próprio sangue.
O curioso deste filme é que vemos a história através da ótica do assassino, o que nos permite testemunhar as freqüentes conversas que ele mantêm com o seu alter ego, Marshall (William Hurt), a quem considera o verdadeiro responsável pelos crimes.
Depois de dois anos quieto, Brooks voltou a matar. Eficiente, como sempre, não teve dificuldade alguma para entrar na casa e matar um jovem casal. Mas, uma cortina aberta fez com que um fotógrafo bisbilhoteiro (Dane Cook) testemunhasse o crime. Só que, ao invés de chamar a polícia, o fotógrafo, que se apresenta como Sr. Smith, procura Brooks com um estranho pedido: quer participar do próximo crime dele.
Os problemas nunca vêm sozinhos, e Brooks precisa lidar com a devotada detetive Tracy Atwood (Demi Moore), que o persegue incansavelmente, e com a filha, Jane (Danielle Panabaker), que desistiu da faculdade, está grávida e é suspeita de ter cometido um assassinato.
A policial Tracy também tem os seus problemas. O ex-marido tenta extorquir dinheiro dela, com um divórcio escandaloso, que pode prejudicar a carreira de Tracy. Para piorar, um perigoso assassino capturado por ela fugira da prisão e a ameaçava de morte.
Todas essas histórias terminam se unindo, em um clímax violento, que só Brooks e seu amigo Marshall sabem como irá terminar.
“Instinto Secreto” é um filme policial acima da média, que foge à violência explícita da maioria dos filme do gênero. A complexidade psicológica do assassino, a interação com o alter ego e a relação com traços incestuosos com a filha prendem a atenção do espectador até o fim. Pena que a censura para maiores de 18 anos impeça um público mais amplo, principalmente porque não há muito o que justifique a impropriedade.
Filme da Semana 2: “Escritores da Liberdade”
A mestre da mudança
Já se vão quarenta anos desde que Sidney Poitier deixou muita gente com os olhos cheios d’água em “Ao Mestre Com Carinho”. De lá para cá, vários filmes mostraram professores lidando com alunos problemáticos. Então qual é a novidade em “Escritores da Liberdade”, estrelado por Hilary Swank?
O filme já seria interessante pelo simples fato de retratar acontecimentos reais, vividos em uma escola da Califórnia, pouco tempo depois da convulsão civil, após a prisão de um motorista negro, Rodney King, em 1992, que resultou em 54 mortes e mais de duas mil pessoas feridas.
Mas, alguns conceitos universais, conhecidos, mas, pouco utilizados, podem ser observados no filme, que irá interessar não só o pessoal da educação, como, também, administradores de empresas e outros profissionais que lidam com pessoas.
Erin Gruwell(Hilary Swank) era uma jovem, entusiasmada e inexperiente professora de inglês, quando chegou a uma escola secundária em Long Beach, Califórnia. Graças a uma experiência de integração racial, as escolas eram obrigadas a manter alunos de diferentes origens. O problema é que esses grupos não apenas se detestavam, como viviam em constante disputa territorial.
Para Erin, foi uma sucessão de choque deparar com uma sala em completo pé de guerra, com alunos violentos, alguns em liberdade condicional, muitos deles mal sabendo ler.
Sem saber nada da vida daquele garotos, Erin tem uma boa idéia. Ela entrega um caderno para que cada um faça um diário, escrevendo o que quiser. Ao ler o que eles escrevem, ela fica chocada com a crueza e falta de perspectiva dos alunos. Decidida a mudar aquele quadro, Erin vai à luta, tendo que comprar livros de seu próprio bolso, pois a escola não queria emprestar os da biblioteca.
Um dos momentos mais interessantes ocorre quando alguém faz uma caricatura sarcástica de um jovem negro. Extremamente irritada, Erin faz um paralelo com a dominação nazista e a perseguição aos judeus, e fica chocada quando descobre que quase nenhum sabe nada sobre Hitler e o Holocausto.
Mais uma vez, ela transforma a crise em oportunidade, e leva os garotos para o Museu do Holocausto, para assistir “A Lista de Schindler”, fazendo-os perceber que não eram as pessoas em pior situação no mundo.
Quando os garotos lêem “O Diário de Anne Frank”, resolvem escrever cartas para Miep Gies, a mulher que escondeu a família de Anne Frank, e conseguem trazê-la para uma visita à escola.
Erin tem que enfrentar a própria direção de sua escola para realizar seus projetos, e sacrifica o próprio casamento pela dedicação aos alunos. Os diários dos alunos são transformados em um livro, que é o início de uma ONG, denominada “Freedom Writers” que procura repetir a experiência de Erin em outras escolas americanas.
“Escritores da Liberdade” é uma bela lição de vida, que salienta que a mudança é uma questão de atitude e de projeto de vida. Quando assistir o DVD, não fique apenas no filme, veja os extras, onde pequenos documentários contam a história por trás do filme, com a participação da própria Erin Gruwell.