Claquete – 06 de junho de 2008


Claquete – 06 de junho de 2008

Newton Ramalho – colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Abrindo espaço entre as mega-produções do meio do ano, começam a pingar outras estréias. As novidades do final de semana são “Sex and the City – O Filme”, baseado na famosa série da HBO, o policial “Efeito Dominó”, e, na Sessão Cult, o drama “O Banheiro do Papa”. Teremos, também, a pré-estréia de “Jogo de Amor em Las Vegas”. Continuam em cartaz “As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian”, fantasia baseada na obra do escritor irlandês C. S. Lewis, “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”, quarto filme com o famoso aventureiro, a comédia romântica “O Melhor Amigo da Noiva”, “Speed Racer”, ação baseada no famoso anime dos anos 60, e o ótimo “Homem de Ferro”.

Estréia 1: “Sex and the City – O Filme”

Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker), escritora de sucesso e ícone fashion favorito de todo mundo, está de volta com a sua personagem da famosa série de TV. Ela continua a narrar sua própria história de sexo e amor na vida de uma mulher solteira obcecada por moda, na cidade de Nova York. Em “Sex and the City – O Filme”, reencontramos Carrie, Samantha (Kim Cattral), Charlotte (Kristin Davis) e Miranda (Cynthia Nixon) quatro anos depois do final da famosa série da HBO. Nossas amigas preferidas continuam a fazer malabarismo para equilibrar trabalho e relacionamentos, enquanto lidam com maternidade, casamento e imóveis em Manhattan. Chris Noth reprisa o marcante papel do bonito e escorregadio Big; David Eigenberg é o marido pé-no-chão de Miranda, Steve Brady; Evan Handler interpreta Harry, marido companheiro e amoroso de Charlotte; e Jason Lewis faz Smith Jerrod, ator, cliente e namorado dedicado de Samantha. A direção é de Michael Patrick King. “Sex and the City – O Filme” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 16 anos.

Estréia 2: “Efeito Dominó”

Em setembro de 1971, uma quadrilha cavou um túnel até os cofres de um banco de Londres e roubou três milhões de libras. Ninguém jamais foi preso e o dinheiro desapareceu para sempre. Além disso, alguns dias depois a imprensa britânica foi proibida de mencionar o caso. Agora, mais de 30 anos depois, este filme revelará o que realmente aconteceu, numa história que conta com assassinato, corrupção e um escândalo sexual que envolve até mesmo a família real. Uma história na qual os ladrões eram as pessoas mais inocentes. Com Jason Statham, Saffron Burrows, Stephen Campbell Moore e David Suchet. A direção é de Roger Donaldson. “Efeito Dominó” estréia nesta sexta-feira, no Cine 2 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 16 anos.

Pré-Estréia: “Jogo de Amor em Las Vegas”

Ela é dispensada pelo noivo; ele é demitido pelo próprio pai. Ambos decidem chorar as mágoas em Lãs Vegas. Após uma noite de muita diversão, acordam e descobrem que se casaram. Já sóbrios, apostam uma última moeda no caça-níquel… e ganham 3 milhões de dólares. A partir daí, eles têm de aprender a conviver, pois só poderão desfrutar do dinheiro se provarem que formam um casal estável. Outra alternativa será convencer o outro a desistir da relação, tornando-a um inferno. Com Cameron Diaz, Ashton Kutcher e Rob Corddry. A direção é de Tom Vaughan. “Jogo de Amor em Las Vegas” terá pré-estréia na próxima quinta-feira, no Cine 2 do Moviecom (sessão 21h10) e na Sala 5 do Cinemark (sessão 20h40). Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “O Banheiro do Papa”

1998, cidade de Melo, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. O local está agitado, devido à visita em breve do Papa. Milhares de pessoas virão à cidade, o que anima a população local, que vê o evento como uma oportunidade para vender comida, bebida, bandeirinhas de papel, souvenires, medalhas comemorativas e os mais diversos badulaques. Beto (César Trancoso), um contrabandista, decide criar o Banheiro do Papa, onde as pessoas poderão se aliviar durante o evento. Mas, para torná-lo realidade, ele terá que realizar longas e arriscadas viagens até a fronteira, além de enfrentar sua esposa Carmen (Virginia Mendez) e o descontentamento de Silvia (Virginia Ruiz), sua filha, que sonha em ser radialista. A direção é de César Charlone e Enrique Fernández. A partir desta sexta-feira, na Sala 3 do Cinemark, na sessão de 15h05. Classificação indicativa dez anos.

Lançamentos em DVD

“Rambo IV”, em DVD

Agora vivendo no norte da Tailândia, John Rambo tenta se manter longe das lutas, pilotando o seu barco. Mas, quando dois missionários são seqüestrados por guerrilheiros ele é obrigado a se envolver com um grupo de mercenários contratados para resgata-los. Dirigido e estrelado por Sylvester Stallone e com Julie Benz, Matthew Marsden, Graham McTavish, Reynaldo Gallegos no elenco. Quarto filme da série Rambo. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Galeria de Fotos; Por Trás das Câmeras; Destaque das Cenas; Entrevistas com os Atores e Produtores.

“O Gângster”, em DVD

Frank Lucas (Denzel Washington), um rei do tráfico de heroína do Harlem nova-iorquino, fez fortuna trazendo drogas do Sudeste da Ásia com o auxílio de militares corruptos no Vietnã. A polícia também está toda vendida, exceto Richie Roberts (Russell Crowe) e o seu departamento antidrogas que parte para a ação e tenta destronar Lucas e seu esquema. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.

“Competindo com os Steins”, em DVD

Um garoto judeu está na época de fazer seu bar mitzvah, mas o problema é que ele não sabe nada de hebraico. Seu pai está planejando uma grande festa. O garoto só quer ter um pouco de espaço, e decide chamar seu avô duas semanas antes da festa. Assim, a família inteira acaba se reunindo, e a delicada relação do pai e o garoto com seu avô terá uma nova chance de recomeçar. Dirigido por Scott Marshall, com Jami Gertz, Daryl Hannah e Garry Marshall. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Cenas Inéditas; Cenas Inéditas com Comentários do diretor Scott Marshall e do Roteirista Mark Zakarin; Por Trás das Câmeras.

“Monika e o Desejo”, em DVD

O jovem Henrik se apaixona perdidamente por Monika, a moça da quintada. Após Henrik ser despedido do emprego, o casal decide se isolar de todos, fazendo uma idílica viagem de barco pelas ilhas de Estocolmo durante as férias de verão. Monika engravida e a viagem termina. Será que o amor dos jovens resistirá às dificuldades do cotidiano? A direção é de Ingmar Bergman. Como extras, traz Trailers da coleção Bergman, Vida e obra de Ingmar Bergman e Fortuna crítica.

Eventos

“Kamchatka”, no Ciclo de Cinema e Ditadura na América Latina

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no ciclo de filmes e debates sobre as ditaduras na história recente, apresenta, na próxima quinta-feira, dia 12, o longa-metragem “Kamchatka”, de Marcelo Piñeyro. Buenos Aires, 1977. Golpe Militar, Argentina, 1976. A mãe tira os filhos da escola. Os três se encontram com o pai e se mudam para o interior. Kamchatka mostra como a política mudou a vida de uma família. Mas, o filme passa longe do discurso político, panfletário, engajado. É sobre pessoas que se amam, sobre família. Nunca se sabe qual o crime, o porquê da perseguição. Basta saber que eles têm que fugir. A exibição será no campus da UFRN, no Auditório B do CCHLA (Azulão), às 19 horas. Mais informações, através do e-mail gvitullo@hotmail.com.

Chapéu do Indiana Jones

O famoso chapéu usado pelo aventureiro Indiana Jones, quem diria, é brasileiríssimo. O acessório, que Harrison Ford usa desde “Os caçadores da arca perdida”, é fabricado pela Cury em Campinas, a cem quilômetros de São Paulo. A empresa produz cerca de 200 mil chapéus por mês. Além de Harrison Ford, o ator americano Clint Eastwood, no filme “Os abutres têm fome” (1970), também usou chapéus da marca. Novelas e minisséries nacionais também já pediram modelos exclusivos. Mas, o sucesso de vendas é mesmo o do Indiana, que vende em torno de 50 mil unidades por mês no Brasil e no exterior.

“A Balada de Narayama”, no Cine Café

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Café Salão, apresenta nesta sexta-feira, dia 9, o longa-metragem “A Balada de Narayama”, do diretor Shohei Imamura. O filme se passa no fim do século XIX, em meio à pobreza e miséria que causavam guerras e emigração para terras estrangeiras em algumas regiões do Japão. Numa luta dura pela sobrevivência, instituí-se uma tradição amarga em um vilarejo remoto: ao completar 70 anos de idade, os idosos deveriam subir ao topo da montanha Narayama, uma região sagrada e, como elefantes velhos, deveriam esperar pela hora da própria morte, sozinhos. A exibição começa às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Classificação indicativa 14 anos.


Treco-nologia

Cartão e pendrive no home theater

Houve um tempo em que foto era em papel, filme era em vídeo e música no CD. Com a popularização dos equipamentos digitais, tudo isso virou simples arquivos, e, podem ser transportados para qualquer canto em um pendrive ou cartão de memória. Nada mais natural que os equipamentos de home theater, como televisores e dvd players, já venham com entradas para esses acessórios. Isso vem a confirmar a tendência de que, num futuro próximo, músicas e filmes sejam baixados – legalmente – da internet e armazenados em algum simples cartão de memória.



Filme da Semana: “As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian”

O lado sombrio de Nárnia

Em 2005, os Estúdios Disney lançaram o filme “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, o segundo livro de uma série de sete, do escritor irlandês C. S. Lewis. Nele, os quatro irmãos Peter (William Moseley), Edmund (Skandar Keynes), Susan (Anna Popplewell) e Lucy (Georgie Henley), encontram uma passagem secreta e chegam ao mundo de Nárnia, um lugar habitado por animais falantes e seres mágicos.

No filme atual, os quatro irmãos retornam a Nárnia. Embora, para eles, apenas um ano tenha se passado, no mundo mágico já transcorreram 13 séculos. Nada ou ninguém que eles conheçam está como era antes e Nárnia agora é dominada por humanos, chamados telmarinos, que governam com mão de ferro e acreditam que todas as criaturas mágicas foram exterminadas.

Os próprios telmarinos têm os seus problemas. O regente do trono, Miraz (Sergio Castellitto) planeja matar o sobrinho Caspian (Ben Barnes), o legítimo herdeiro do trono, passa assumir o poder. Protegido por seu tutor, o Dr. Cornelius (Vincent Grass), ele consegue fugir e se embrenhar na floresta, onde se acredita que ainda existam algumas criaturas mágicas.

Quando, finalmente, o príncipe encontra os quatro irmãos, que tinham sido os antigos reis de Nárnia, eles unem suas forças para derrotar Miraz, e devolver o trono ao legítimo dono.

O que mudou, do primeiro filme para o atual? Em primeiro lugar, houve mais liberdade para explorar as batalhas. Enquanto no primeiro elas pareciam partidas de futebol, agora, há um nível de ação muito maior, embora fique aquém de “Senhor dos Anéis”, que seria um benchmark. Os efeitos especiais, no melhor padrão Disney, estão excelentes, em especial para os bichinhos animados, como o rato Reepicheep, o texugo Trufflehunter e, obviamente, o leão Aslan.

Os aspectos religiosos contidos na obra de Lewis estão presentes, principalmente na relação da menina Lucy com Aslan, onde, ao contrário de São Tomé, é preciso “crer para ver”. Um outro aspecto, menos feliz, é a sugestão de uma cruzada contra os infiéis (os telmarinos, com cara e jeitão de espanhóis da época da Inquisição católica). A violência asséptica, onde os golpes de espada e as flechas matam sem cair uma gota de sangue também trazem um tom artificial às batalhas, sugerindo algo como os desenhos animados.

Simbolismos à parte (para isto, é melhor ler os próprios livros de Lewis, que são muito bons), “Príncipe Caspian” é um filme movimentado, cheio de imagens empolgantes e cenas de ação, e, certamente, agradará ao público infanto-juvenil, para quem o produto se destina.