Coluna Claquete – 13 de setembro de 2013
Newton Ramalho
colunaclaquete@gmail.com – www.colunaclaquete.blogspot.com – @colunaclaquete
O que está em cartaz
Sexta-feira, 13, mas, sem nada de azar, e com muitas estreias. São elas a animação da Disney “Aviões”, o terror “Invocação do Mal”, o drama “Rush: No Limite da Emoção”, o policial “Dose Dupla”, e o nacional “Boa Sorte, Meu Amor”, na Sessão Cine Cult. Continuam em cartaz a cinebiografia “Jobs” (vejam na seção Filme da Semana), com Ashton Kutcher, o thriller “O Ataque”, com Channing Tatum, a comédia nacional “Casa da Mãe Joana 2”, e a interessante produção cearensês “Cine Holliúdy”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a aventura “Os Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos”, a comédia “Os Estagiários”, e o documentário “One Direction: This is Us”, enquanto o Moviecom mantém “Percy Jackson e o Mar de Monstros”, e o infantil “Os Smurfs 2”.
Estreia 1: “Aviões”
Dusty (Dane Cook) é um avião que trabalha pulverizando plantações. Seu grande sonho é participar de corridas internacionais, ao lado de alguns dos mais famosos competidores, mas seu medo de altura e a própria composição da carroceria impedem que esta vontade se torne realidade. Sabendo do sonho do amigo, Chug (Brad Garrett) busca a ajuda de Skipper (Stacy Keach), um reservado avião que, devido a um acidente no passado, não consegue mais voar. Após muita insistência, Skipper aceita ser o mentor de Dusty nesta empreitada. A direção é de Klay Hall. “Aviões” estreia nesta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, e nas Salas 1 e 6 do Moviecom. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas, exibição em 3D. (T. O.: “Planes”)
Estreia 2: “Invocação do Mal”
Harrisville, Estados Unidos. Com sua família cada mais apavorada devido a fenômenos sobrenaturais que a atormentam, Roger Perron (Ron Livinston) resolve chamar dois demonologistas mundialmente conhecidos, Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga). O que eles não imaginavam era ter que enfrentar uma entidade demoníaca poderosa, que demonstra ser a maior ameaça às suas carreiras. A direção é de James Wan. “Invocação do Mal” estreia nesta sexta-feira, na Sala 2 do Cinemark, e na Sala 7 do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “The Conjuring”)
Estreia 3: “Rush: No Limite da Emoção”
Anos 1970. O mundo sexy e glamoroso da Fórmula 1 é mobilizado principalmente pela rivalidade existente entre os pilotos Niki Lauda (Daniel Brühl) e James Hunt (Chris Hemsworth). Eles possuíam características bem distintas: enquanto Lauda era metódico e brilhante, Hunt adotava um estilo mais despojado, típico de um playboy. A disputa entre os dois chegou ao seu auge em 1976, quando ambos correram vários riscos dentro do cockpit para que pudesse se sagrar campeão mundial de Fórmula 1. “Rush: No Limite da Emoção” estreia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, e na Sala 4 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “Rush”)
Estreia 4: “Dose Dupla”
Bobby (Denzel Washington) e Stig (Mark Wahlberg), um agente especial e um perito em inteligência militar, são contratados para roubar um banco. Logo, eles descobrem que sua verdadeira tarefa é outra: eles devem investigar um ao outro. Para piorar a situação, o mandante da tarefa é o mesmo banco que eles pretendiam roubar. A direção é de Baltasar Kormákur. “Dose Dupla” estreia nesta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, e na Sala 2 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos. Cópia dublada. (T. O.: “2 Guns”)
Estreia 5: “Boa Sorte, Meu Amor” – Sessão Cine Cult
Recife, Pernambuco. Dirceu (Vinícius Zinn) tem 30 anos e vem de uma família aristocrata do sertão nordestino. Ele trabalha em uma empresa de demolição, ajudando nas diversas transformações que a cidade tem passado nos últimos anos. Ao encontrar Maria (Christiana Ubach), uma estudante de música com alma de artista, ele passa a sentir a urgência por mudanças em sua própria vida. A direção é de Daniel Aragão. “Boa Sorte, Meu Amor” será exibido na terça-feira (17/9) e quinta-feira (19/9), na Sala 4 do Cinemark, na sessão de 19h. Classificação indicativa 16 anos. (T. O.: “Boa Sorte Meu Amor”)
Filme da Semana: “Jobs”
Os meus queridos leitores certamente irão notar um toque saudosista nesta resenha, assim como ocorreu na da semana passada. Mas, ao invés das memórias da cidadezinha nordestina, o tema desta semana é a cinebiografia “Jobs”, que retrata uma das figuras mais controvertidas do mundo dos negócios, e que teve o seu nome perenemente associado à marca Apple, Steve Jobs.
É bem provável que, para a maioria das pessoas, o nome de Jobs esteja associado à presidência da Apple, o cara meio maluco que morreu de câncer, e que legou ao mundo, entre outras coisas, o iPod e o iPhone. Bem, essas afirmações não deixam de ser verdade, mas, o papel dele na indústria da informática e do entretenimento foi bem mais profundo, a começar das suas próprias origens.
É impossível um filme de hora e meia ser capaz de contar, não só a vida de uma das figuras mais controversas da História recente, como também de descrever, aos olhos do usuário de hoje, a revolução que foi a chegada do computador pessoal.
Os meus leitores me permitirão, mais uma vez, tentar fazer uma contextualização, pois tive a rara oportunidade de vivenciar essa revolução – com certo atraso, claro, porque o mundo dos anos 70 não era esse da comunicação instantânea que existe hoje.
Para que se tenha uma ideia, quando a Universidade Federal da Paraíba recebeu o seu primeiro computador, no final dos anos 60, isso foi motivo de matéria em uma revista de circulação nacional, com o sugestivo título “Paraíba entra na era da computação”.
Quando eu entrei naquela universidade, em 1975, a comunidade de informática estava exultante, pois haviam conseguido dobrar a memória RAM do computador, passando de 8k para 16k! Esse potente mainframe IBM 1130 ocupava uma grande sala, que abrigava uma enorme CPU, leitora de cartões perfurados, unidade de fita magnética, impressora de linha e até um disco rígido de 30 mega bytes.
Mas, enquanto estávamos fazendo programas em Fortran e Cobol na universidade, uma verdadeira revolução estava em andamento nos Estados Unidos. A fervilhante indústria eletrônica já ultrapassara as gerações da válvula e do transístor, oferecendo ao mundo o CI, ou circuito integrado. Isso empolgava o mundo dos lobistas, em sua maioria jovens aficionados, que montavam circuitos sugeridos em revistas ou lojas especializadas.
Dois desses jovens que entraram de cabeça neste mundo foram os Steves, o Jobs (Ashton Kutcher) e o Wozniak (Josh Gad), lançando o Apple-1, na verdade uma placa-mãe para que o usuário final acrescentasse periféricos como um teclado e uma tv para visualizar os comandos. Apesar de o gênio criativo ser Wozniak, foi Jobs quem percebeu que havia um mercado muito mais promissor do que os jovens lobistas. Eles deveriam oferecer um produto para as pessoas comuns, que não precisavam saber nada de eletrônica!
Foi daí que surgiu o mais bem sucedido projeto de um computador pessoal, o Apple-2, com o aspecto de uma máquina de datilografia portátil, na verdade um gabinete que abrigava fonte, placa-mãe e vários slots, para que o usuário configurasse a sua própria máquina.
O sucesso foi incrível, e fez a Apple virar uma mega empresa em pouquíssimo tempo, gerando um número imenso de imitações e assemelhados, inclusive aqui no Brasil, durante a época da Reserva de Mercado de Informática. Eu mesmo cheguei a possuir uma destas cópias “genéricas”, o modelo TK-2000.
Com o domínio do mercado de computadores pessoais, Jobs partiu para um projeto ambicioso, o Lisa, que consumiria muitos milhões e obrigaria a direção da empresa a retirar o projeto dele. Isso fez com que conhecesse o projeto do Macintosh, que se tornou sua nova obsessão. O Macintosh foi revolucionário por oferecer uma interface gráfica que nunca existira, com ícones e mouse, e que é a cara de todo computador atual.
Devido ao caráter obsessivo de Jobs, o Macintosh tornou-se um produto tão caro que precipitou sua saída da empresa, e quase a leva à falência. Para se ter uma ideia, uma unidade custava dez mil dólares, um valor absurdo para a época.
O retorno de Jobs à Apple teve um valor simbólico, para a empresa e para o mercado, e foi a oportunidade para que ele impusesse sua visão de produtos com design bonito, com boa qualidade, mas onde tudo, hardware e software, ficasse sob controle da empresa.
O filme “Jobs” é bem fiel a todo esse período da vida de Jobs e da Apple, embora tudo de forma bem sucinta. Ashton Kutcher se esforça para representar os maneirismos do verdadeiro Jobs, embora sejam mais importantes os traços de personalidade que foram retratados com razoável franqueza.
Egocêntrico e dominador, Jobs impunha sua vontade com mão de ferro, gritando com os subordinados sem a menor preocupação com regras de civilidade e boa convivência. Se fosse hoje, ele teria denúncias diárias por assédio moral, mas, as regras não se aplicavam para ele, que chegava descaradamente a estacionar na vaga de deficiente, fato que é mostrado no filme.
Outros lados obscuros dele também foram mostrados, como a rejeição à filha Lisa, o fato de apoderar-se sem a menor cerimônia das ideias dos outros, e a absoluta falta de lealdade com os primeiros colaboradores da Apple, que simplesmente foram abandonados sem nenhuma retribuição.
Mas, é inegável que sem o espírito visionário de Jobs, a Apple seria apenas mais uma empresa de fundo de quintal, ao invés da empresa mais valiosa do mundo em 2012. Ao apropriar-se de uma ideia alheia, ele conseguia transformá-la em um produto final, mesmo que, para isso precisasse usar o que chamava de “distorção de realidade”.
Embora apresente fatos importantes e aspectos pessoais dessa figura conflitante, o filme peca ao não mostrar a grande revolução que ele produziu ao lançar o iPod, não somente pelo aparelhinho bonito que reproduzia músicas digitais, mas, a implantação de toda uma infraestrutura de vendas, que uniu as gravadoras através da poderosa loja de venda iTunes.
Outro detalhe que foi deixado de lado, mas que foi critico para o mundo do entretenimento foi a Pixar. Originalmente uma divisão da Lucasfilm, de George Lucas, a empresa foi comprada por Jobs em 1986, que sabiamente deixou-a aos cuidados de Edwin E. Catmull, e que se tornou a mais importante produtora de filmes em computação gráfica, sendo comprada pela Disney em 2006.
Também foi deixado de lado a doença e morte de Jobs devido a um câncer pancreático, em 2011, talvez porque poderia trazer um tom dramático que não convergiria com os objetivos do filme. Seria difícil mostrar um egoísta carne-de-pescoço virando um mártir bonzinho.
Na verdade, com suas qualidades e defeitos próprios, Jobs foi uma pessoa que mudou o curso da história do consumo de eletrônicos, revolucionando o uso do computador pessoal e transformando aparelhos simples em objetos de desejo, capazes de se tornarem símbolos de status social para seus possuidores.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray
“Um Alguém Apaixonado”
Akiko (Rin Takanashi) é uma jovem universitária que vive em uma grande cidade no Japão. Um dia ela está ao lado de uma amiga em uma boate, quando um homem (Denden) se aproxima dela e lhe pede que vá visitar um colega. Ela reluta a princípio, dizendo que precisa encontrar sua avó que veio do interior, mas acaba aceitando. Colocada em um táxi, ela segue em viagem tendo apenas um endereço e um telefone, sem saber quem irá encontrar. É a primeira vez que o aclamado diretor Abbas Kiarostami, de nacionalidade iraniana, realiza um longa-metragem falado em japonês. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em DD 5.1. (T.O.: “Like Someone in Love”).
“Amor em Pedaços”
Barcelona, Espanha. Sun (Saras Gil) e Lucas (Marcel Borràs) estão em pleno intercâmbio estudantil, com data marcada para voltar aos seus países daqui a 13 meses. Eles se conhecem em agosto e, ao longo dos meses seguintes, vivem uma história de amor. Entretanto, à medida que o tempo passa a história deles está mais perto de chegar ao fim. Curiosidade: Treze alunos do Curso de Diretores de Cinema decidiram juntar forças para fazer algo sem precedentes: realizar um longa metragem entre eles. Cada um escreveu e dirigiu um dos 13 meses do amor de Sun e Lucas. Disco com formato de tela widescreen e áudio DD 5.1. (T. O.: “Puzzled Love”)
“Angie”
Angie (Camilla Belle) é uma jovem artista brasileira que vive com a mãe (Christiane Torloni), com quem tem um relacionamento desgastado. Um dia, ela resolve fazer uma viagem pela Califórnia. Ao longo do caminho ela conhece e faz amizade com Chuck (Andy Garcia), um andarilho que vive isolado, e o policial David (Colin Egglesfield). Logo passa a trabalhar na lanchonete da prima de David (Juliette Lewis), onde tenta resolver seus conflitos internos. Dirigido por Márcio Garcia, o roteiro é de autoria da brasileira Julia Camara, que também assinou o roteiro de “Área Q”. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Open Road”)
“A Lenda da Estátua Nua”
Na Ilha de Hidra, Grécia, uma bela e humilde mulher, Phaedra (Sophia Loren), acha submersa a estátua de um garoto sobre um golfinho. Se contar a localização da estátua para Victor Parmalee (Clifton Webb), um rico americano que pretende tirá-la do país clandestinamente, pois segundo as leis a relíquia não pode sair de território grego, ela ganhará muito dinheiro. Mas existe um outro americano, James Calder (Alan Ladd), que quer a localização do achado, pois acredita que a estátua é de todos e ao povo pertence. Assim ela fica no dilema entre ser rica ou patriota. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 2.0. (T. O.: “Boy on a Dolphin”)