Coluna Claquete – 07 de março de 2014
Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Acabou o carnaval, e agora o ano começa pra valer – pelo menos, até chegar a Copa, e as eleições… As estreias da semana são o épico “300 – A Ascensão do Império”, o drama “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” (vejam na Seção Filme da Semana), e a animação “Tinker Bell: Fadas e Piratas”. Teremos também a pré-estreia da animação “Justin e a Espada da Coragem”. Continuam em cartaz o thriller “Sem Escalas”, com Liam Neeson e Juliane Moore, a animação “As Aventuras de Peabody & Sherman”, o vencedor do Oscar “12 Anos de Escravidão”, a ficção “Robocop”, de José Padilha, e o épico “Pompéia”. Nas programações exclusivas, o Cinemak exibe “Trapaça”, e o drama belga “Alabama Monroe” na Sessão Cine Cult, enquanto o Moviecom mantém a animação “Uma Aventura Lego”, e “A Menina Que Roubava Livros”.
Estreia 1: “300 – A Ascensão do Império”
Após a morte do pai, Xerxes (Rodrigo Santoro) dá início a uma jornada de vingança e ruma em direção à Grécia, com seu exército sendo liderado por Artemisia (Eva Green). Enquanto os 300 espartanos liderados por Leônidas tentam combater o Deus-Rei, os exércitos do resto da Grécia se unem para uma batalha com as tropas de Artemisia no mar. Temístocles (Sullivan Stapleton) é o responsável por liderar os gregos. Baseado em “Xerxes”, graphic novel de Frank Miller, e narrado no estilo visual de tirar o fôlego do megassucesso “300”, o novo capítulo da épica saga leva a ação a um inédito campo de batalha – o mar. A direção é de Noam Murro. “300 – A Ascensão do Império” estreia nesta sexta-feira, nas Salas 4 e 6 do Moviecom, Salas 2, 3 e 6 do Cinemark, Salas 1, 2 e 5 do Natal Shopping, e Salas 1, 2 e 4 do Norte Shopping. Classificação indicativa 18 anos. Cópias dubladas e legendadas, exibição em 2D e 3D. (T. O.: “300: Rise of an Empire”)
Estreia 2: “Tinker Bell: Fadas e Piratas”
Quando uma mal compreendida fada, guardiã do pozinho mágico, chamada Zarina, rouba o crucial pozinho mágico azul do Refúgio das Fadas e foge para se unir aos piratas da Skull Rock, Tinker Bell e suas amigas fadas precisam embarcar em uma aventura única para devolver o pozinho ao seu lugar de direito. Contudo, em meio à perseguição a Zarina, o mundo de Tink vira de cabeça para baixo. Ela e suas amigas descobrem que seus respectivos dons foram trocados e precisam correr contra o tempo para recuperar o pozinho azul e voltar para casa para salvar o Refúgio das Fadas. “Tinker Bell: Fadas e Piratas” estreia nesta sexta-feira na Sala 1 do Moviecom, Sala 5 do Cinemark, Sala 2 do Natal Shopping, e Sala 4 do Norte Shopping. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas, exibição em 2D e 3D. (T. O.: “The Pirate Fairy”)
Estreia 3: “Walt nos Bastidores de Mary Poppins”
No ano em que “Mary Poppins” completa cinquenta anos de sua estreia, “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” conta como nasceu um dos musicais mais queridos de todos os tempos. O filme acompanha as duas semanas em que a escritora P. L. Travers (Emma Thompson) passou em Los Angeles, em 1961, trabalhando como consultora na criação do roteiro e das músicas da adaptação para o cinema de suas histórias sobre a babá Mary Poppins. Pressionada pela queda nas vendas de seus livros e o consequente aperto financeiro, a autora tinha enfim aceitado ceder os direitos de sua história para Walt Disney (Tom Hanks). A direção é de John Lee Hancock. “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” estreia nesta sexta-feira na Sala 7 do Moviecom, e Salas 3 e 5 do Natal Shopping. Classificação indicativa dez anos. (T. O.: “Saving Mr Banks”)
Sessão Cine Cult: “Alabama Monroe”
Didier (Johan Heldenberg), um músico de bluegrass, um legítimo cowboy que mora num trailer e cuida de uma pequena propriedade rural, é ateu e completamente apaixonado pela música. Sua vida muda quando conhece Elise (Veerle Baetens), uma linda e jovem tatuadora, também apaixonada pelo que faz, mas com uma visão de mundo completamente diferente. Apesar das diferenças, o relacionamento dá certo e eles têm uma filha, Maybelle (Nell Cattrysse). Aos seis anos a menina fica gravemente doente e a família se desestabiliza. A direção é de Felix Van Groeningen. “Alabama Monroe” será exibido na segunda-feira (10/03) e terça-feira (11/03), na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 18h00. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “The Broken Circle Breakdown”)
Pré-estreia: “Justin e a Espada da Coragem”
Justin sempre quis ser um cavaleiro, mas seu pai, conselheiro-chefe da Rainha, quer que o filho siga seus passos e se torne um advogado. Em busca de ajuda, o garoto procura a avó e descobre que seu avô, Sir Roland, foi o mais nobre cavaleiro do reino e protetor do Rei, até que ambos foram traídos e mortos pelo terrível Sir Heraclio. Contra o desejo de seu pai, Justin decide ir em busca de seu sonho e começa uma jornada para tornar-se cavaleiro. A direção é de Manoel Sicilia. “Justin e a Espada da Coragem” terá pré-estreia na próxima semana na Sala 6 do Norte Shopping, na sessão de 14h30. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas. (T. O.: “Justin and the Knights of Valour”)
Filme da Semana: “Walt nos Bastidores de Mary Poppins”
Quem vê o título “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” pode ser levado erroneamente a crer que se trata de um documentário sobre “Mary Poppins”, este clássico dos Estúdios Disney que completa agora cinquenta anos de sua estreia. Ledo engano. O filme traz uma interessante história por trás da história que encantou milhões de espectadores ao longo de meio século, nas estreias, lançamentos, reprises e incontáveis versões nas mais diversas mídias.
“Mary Poppins” foi um produto típico Disney: uma história interessante, muita música, algumas animações, e a presença da encantadora Julie Andrews, que ganharia o Oscar e o Globo de Ouro por este papel em 1964. No ano seguinte ela protagonizaria “A Noviça Rebelde”, que a consagrou mundialmente.
Mas, muito antes que “Mary Poppins” chegasse às telas, muito esforço precisaria ser feito. A autora da história original era P. L. Travers, uma escritora australiana que começou, em 1933, a escrever as aventuras da fantástica babá, que teria oito livros no total.
O filme “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” traz uma versão romanceada das semanas em que a escritora (vivida magistralmente por Emma Thompson) passou em Los Angeles, discutindo o roteiro do filme Mary Poppins com Walt Disney (Tom Hanks) e sua equipe de roteiristas. Muitas cenas em flashback remetem para a infância da escritora (Annie Rose Buckley), seu relacionamento com o pai, Travers (Colin Farrell) e a estranha tia Ellie (Rachel Griffiths), que inspiraria sua famosa personagem.
Em 1961, Travers vivia um momento difícil em sua vida. Em dificuldades financeiras, não conseguia publicar um livro desde 1953, e sentia-se pressionada por Walt Disney a vender os direitos para a filmagem de Mary Poppins. Muito a contragosto, ela viaja para Los Angeles, para discutir o filme com Disney.
Os primeiros contatos parecem conduzir a um desastre total. Ela não queria que o filme fosse um musical, nem que tivesse animações, e chegou a exigir que não contivesse a cor vermelha. A verdade é que, a cada coisa que eles cediam, ela criava uma nova dificuldade.
A imagem da velha solteirona ranzinza e cabeçuda vai sendo clareada para o espectador à medida que vamos conhecendo a vida pregressa da escritora. Muito apegada ao pai, ela tem idade suficiente para perceber como as coisas estão fugindo ao controle, enquanto o pai envereda pelo caminho do alcoolismo, e a mãe chega à beira do suicídio.
A tia Ellie chega para trazer ordem à casa, com seu guarda-chuva com punho de bico de papagaio e uma valise onde cabe tudo, de jarro com flor e tudo, até xícara e pires. Só o que a tia Ellie não consegue consertar é a saúde do pai da menina, muito comprometido pela bebida.
Só quando Disney consegue perceber o quanto a vida de Travers estava representada naquela história é que ele consegue tocar seu coração. O título original, “Saving Mr Banks” tem tudo a ver com o tema principal da história da prodigiosa babá.
A atuação de Colin Farrell e Tom Hanks está perfeita, mas realmente é Emma Thompson que dá vida total à sua personagem. Foi, no mínimo, uma grande injustiça ela não estar entre as finalistas para o Oscar de Melhor Atriz.
A recriação de época, tanto do começo do século, quanto dos anos 1960, estão perfeitas. A montagem intercalada das cenas do passado e atuais permite ao espectador construir sua ideia da escritora, da velha chata e odiosa a alguém que foi obrigado a esconder-se atrás de uma couraça rígida para proteger-se do mundo.
O filme permite uma visita ao mundo Disney romântico, quando os sonhos do criador ainda falavam mais alto que o dinheiro, e permitem vislumbrar um pouco da magia que transformava histórias simples em sonhos de celuloide.
Nos créditos finais é possível ver algumas fotos reais de P. L. Travers, Walt Disney e sua equipe, bem como uma gravação de áudio real, que a escritora exigia que fosse feita a cada reunião de trabalho.
Uma última recomendação: para os que forem conferir este filme, sugiro antes rever “Mary Poppins” para entender a grandiosidade que foi este projeto para os Estúdios Disney. Além de ser uma diversão fantástica.
Livros de cinema:
“Ilha Deserta – Filmes”
Você é obrigado a ir para uma ilha deserta e tem direito a levar dez filmes. Quais escolheria e por quê? No livro, sete apaixonados por cinema apresentam suas listas particulares dos dez maiores filmes de todos os tempos. O resultado é uma lista variada de 70 filmes acompanhados pelas melhores razões do mundo para serem vistos. As indicações são do crítico de cinema Inácio Araújo, dos cineastas João Moreira Salles e Ugo Giorgetti, do articulista e crítico de cinema Amir Labaki, idealizador e diretor do festival internacional de documentários “É Tudo Verdade”, do jornalista e escritor Bernardo Carvalho, da socióloga Isa Grinspum Ferraz, e do crítico e curador Agnaldo Farias. 222 p – Editora Publifolha.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Jogos Vorazes – Em Chamas”
Este é o segundo volume da trilogia Jogos Vorazes, baseada nos romances de Suzanne Collins. A saga relata a aventura de Katniss (Jennifer Lawrence), jovem escolhida para participar aos “jogos vorazes”, espécie de reality show em que um adolescente de cada distrito de Panem, considerado como “tributo”, deve lutar com os demais até que apenas um saia vivo. Neste segundo episódio da série, após a afronta de Katniss à organização dos jogos, ela deverá enfrentar a forte represália do governo local, lutando não apenas por sua vida, mas por toda a população de Panem. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “The Hunger Games – Catching Fire”)
“Ender’s Games – O Jogo do Exterminador”
Em um futuro próximo, extraterrestres hostis atacaram a Terra. Desde então, o coronel Graff (Harrison Ford) e as forças militares terrestres treinam as crianças desde pequenas, no intuito de prepará-las para um próximo ataque. Ender Wiggin (Asa Butterfield), um garoto tímido e brilhante, é selecionado para fazer parte da elite. Na Escola da Guerra, ele aprende rapidamente a controlar as técnicas de combate, por causa de seu formidável senso de estratégia. Com isso, logo se torna a principal esperança das forças militares para encerrar de uma vez por todas com a ameaça alienígena. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Ender’s Game”)
“À Procura do Amor”
A massagista Eva (Julia Louis-Dreyfus) é uma mulher divorciada e mãe solteira que teme a partida da sua filha para a faculdade. Ela logo começa um romance com Albert (James Gandolfini), um homem engraçado que está vivendo um momento muito parecido com o seu. Só que esse relacionamento será ameaçado com a chegada de sua nova cliente, Marianne (Catherine Keener), que é também ex-mulher de Albert. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Enough Said”)
“Gilda”
Johnny Farrell (Glenn Ford) é promovido a gerente de um famoso clube noturno em Buenos Aires, de propriedade de um amigo seu. Quando Gilda (Rita Hayworth), a mulher de seu amigo, é apresentada a Johnny ele a reconhece, pois tiveram um caso no passado. É quando o antigo amor existente entre os dois é reacendido. Clássico do cinema dirigido por Charles Vidor. Pelo seu clima sugestivo e roteiro repleto de frases dúbias, Gilda é considerado um dos filmes mais eróticos já feitos por Hollywood e bastante ousado para a censura dos anos 40. Filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 2.0. (T. O.: “Gilda”)