Coluna Claquete – 21 de março de 2014
Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Bem-vindos ao Brasil de março, onde novos escândalos são comemorados, para abafar outros tantos, e fazer campanha presidencial antecipada. Enquanto isso, nos cinemas, as estreias da semana são o drama de guerra “O Grande Herói”, a comédia nacional “S.O.S. – Mulheres ao Mar”, e o romance “Namoro ou Liberdade”. Continuam em cartaz o policial nacional “Alemão”, a aventura “Need For Speed – O Filme”, o drama “Ninfomaníaca: Volume 2”, o épico “300 – A Ascensão do Império”, a animação “Tinker Bell: Fadas e Piratas”, a animação “As Aventuras de Peabody & Sherman”, o vencedor do Oscar “12 Anos de Escravidão”, e a ficção “Robocop” . Nas programações exclusivas, o Cinemak exibe o thriller “Sem Escalas”, enquanto o Cinépolis Norte Shopping mantém a animação “Justin e a Espada da Coragem”. Uma novidade importante: a programação agora muda nas quintas-feiras.
Estreia 1: “O Grande Herói”
Baseada em fatos reais, a história acompanha o oficial da marinha norte-americana Marcus Luttrell (Mark Wahlberg), que servia no Afeganistão após o 11 de setembro. Marcus e mais três colegas são enviados para capturar um homem de confiança de Osama Bin Laden. Por acidente, eles encontram um homem idoso e três crianças, e tem que decidir o que fazer com eles. Decidindo deixa-los em liberdade, mesmo comprometendo a missão, o paradeiro dos americanos é descoberto e logo toda a equipe é atacada por um grande grupo de guerrilheiros talibãs, numa posição difícil, e sem conseguir comunicação para pedir reforços. Em seu momento mais difícil, Marcus descobre a solidariedade onde menos poderia esperar. A direção é de Peter Berg. “O Grande Herói” estreia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Moviecom, Sala 4 do Cinemark, e Salas 3 e 5 do Natal Shopping. Classificação indicativa 16 anos. (T. O.: “Lone Survivor”)
Estreia 2: “S.O.S. – Mulheres ao Mar”
Adriana (Giovanna Antonelli) não está em um bom momento. Ela não consegue que alguma editora publique seus livros e, para ganhar a vida, legenda filmes pornôs. Para piorar a situação, seu marido Eduardo (Marcello Airoldi) decide pedir o divórcio. Em meio à fossa da separação, ela descobre que o ex fará um cruzeiro ao lado da nova namorada, Beatriz (Emanuelle Araújo), uma estrela da TV. Incentivada pela irmã Luíza (Fabíula Nascimento), as duas decidem embarcar no mesmo cruzeiro para que Adriana tenha a chance de reconquistá-lo. A empregada Dialinda (Thalita Carauta), que tenta ajudar a patroa a todo custo, acaba também embarcando nesta aventura. A direção é de Cris D’Amato. “S.O.S. – Mulheres ao Mar” estreia nesta sexta-feira na Sala 4 do Moviecom, Sala 2 do Cinemark, Sala 2 do Natal Shopping, e Salas 1 e 2 do Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “Mulheres ao Mar”)
Estreia 3: “Namoro ou Liberdade?”
Jason (Zac Efron) e seu melhor amigo Daniel (Miles Teller) levaram uma vida de festas, farra e diversão, sem relacionamentos sérios. Após o divorcio de Mikey (Michael B. Jordan) juntam-se para ajudá-lo a superar a ex-esposa, só que aos poucos cada um deles começam a se envolver com diferentes mulheres que mudam seu jeito de pensar, até chegar ao momento onde deverão escolher entre a liberdade da vida de solteiro ou o compromisso de um namoro sério. A direção é de Tom Gormicam. “Namoro ou Liberdade?” estreia nesta sexta-feira na Sala 1 do Moviecom, na Sala 4 do Natal Shopping, e Sala 5 do Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “That Awkward Moment”)
Sessão Cine Cult: “Ninfomaníaca – Volume 2”
A história poética e selvagem da vida de uma mulher, do nascimento aos 50 anos de idade, contada pela protagonista Joe (Charlotte Gainsbourg), autodiagnosticada ninfomaníaca. Numa fria noite de inverno, o velho e charmoso solteiro Seligman (Stellan Skarsgård) encontra Joe violentada num beco. Ele a leva para o apartamento dele, onde cuida de suas feridas e faz perguntas sobre a vida dela. Ele escuta atentamente enquanto Joe, durante 8 capítulos, reconta a multifacetada e luxuriosa história de sua vida, rica em associações e eventos que se cruzam. A direção é de Lars Von Trier. “Ninfomaníaca – Volume 2” será exibido no Cinemark na Sala 3 (sessão 14h00, todos os dias, e 22h10, na segunda e terça), e na Sala 6 do Natal Shopping (sessão 21h45). Classificação indicativa 18 anos. (T. O.: “Nymphomaniac : Volume II”)
Filme da Semana: “Philomena”
Embora tivesse visto várias vezes o nome do filme “Philomena” nas listas de indicações para o Oscar 2014, para o qual ele concorreu para Melhor Filme, Atriz, Trilha Sonora, e Roteiro Adaptado, só quando vi a notícia de que a verdadeira Philomena Lee havia se encontrado com o Papa Francisco, foi que realmente tive a atenção despertada.
Pela sinopse, poderíamos esperar um drama lacrimejante e apelativo, mas o que veio às telas foi uma história emocionante, porém, repleta de aspectos delicados, como a intolerância moral, homossexualismo, AIDS, e, principalmente, a dor de uma mãe privada da presença do seu filho. Tudo isso seria mais aceitável se fosse coisa do passado. Infelizmente, esses fantasmas continuam presentes nos dias atuais.
A história de Philomena Lee (Sophie Kennedy Clark) começa em 1952, quando ela, ainda adolescente, engravida e dá a luz a um menino. Renegada pelo pai, ela vai morar e trabalhar em um orfanato dirigido por freiras, no interior da Irlanda, mas, logo o garoto é entregue para adoção por um casal de americanos, a quem é informado que ele era órfão.
Durante cinquenta anos mais tarde, Philomena (Judy Dench) manteve isso em segredo, pois acreditava ser parte da expiação por seus pecados. Um dia, porém, ela confessou esse segredo para sua filha, Jane Libberton (Anna Maxwell Martin), que envidou todos os esforços para descobrir o destino do irmão.
Mas, tanto as leis irlandesas, quanto a obstinação das freiras do orfanato, atrapalham descobrir mais o garoto. Posteriormente, com a ajuda do jornalista Martin Sixsmith (Steve Coogan) elas descobrem que ele tinha ganhado um novo nome, Michael Hess, tornara-se advogado e ativo participante do Partido Republicano, chegando a trabalhar como assessor do presidente Ronald Reagan.
A descoberta, infelizmente, chegou tarde, pois eles descobrem que Martin morrera. Homossexual, contaminado por AIDS, Martin viveu o preconceito e isolamento das primeiras gerações que pereceram com a doença.
A peregrinação de Philomena passa a ter um novo rumo, desejando conhecer mais sobre o filho falecido, e, principalmente, se ele manifestara alguma vez o desejo de revê-la. O ciclo se fecha no mesmo orfanato onde Michael nascera, e onde se escondiam as informações mais vitais para Philomena. A descoberta mais dolorosa é a de que ele próprio, como ela, estivera no orfanato em busca de informações – sem sucesso.
Não são poucas as histórias sobre desmandos da Igreja Católica ao longo dos séculos – e até bem recentes, como é o caso de Philomena. Não podemos esquecer que esta organização foi a mais poderosa sobre a Terra durante muito tempo, e não poderia deixar de ter seus aspectos sombrios. O lado positivo é que, nos dois últimos papados, muito tem sido feito, tanto no sentido de desvelar essas “assombrações”, como de punir os piores casos.
“Philomena”, tecnicamente, é muito bem feito, com uma magnífica trilha sonora, fotografia espetacular, roteiro bem amarrado, e um elenco bem afinado, em especial, a veterana Judy Dench. Foram bem merecidas as indicações ao Oscar nas diferentes categorias, embora não tenha ganhado nenhuma.
Não consta do filme a informação, mas, Philomena Lee, em parceria com a organização Adoption Rights Alliance, lançou o Philomena Project, que vai defender a troca de registros de adoção da Irlanda, e ajudar a promover o contato de mães e crianças separadas pela política de adoções forçadas do país.
“Philomena” é um filme obrigatório para ser visto por todos, não apenas pelo aspecto dramático de uma história real, mas, principalmente para que possa contribuir para que hajam novas Philomenas a chorar a perdas de seus filhos no futuro.
Livros de cinema:
“Mazzaropi : O Jeca Do Brasil”
Durante mais de vinte anos Mazzaropi foi um dos principais produtores do cinema nacional. Ator genial e empresário astuto, o comediante atuou em 32 filmes, tendo antes acumulado uma vasta experiência no circo, teatro, rádio e televisão. Glauco Barsalini descortina, nessa importante obra, as influências artísticas que levaram à construção da personagem caipira de Mazzaropi, os segredos do sucesso do Jeca e de seu criador, e as relações simbólicas entre tal personagem e o universo social, econômico, político e cultural de sua época. 158 p – Editora Atomo.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Virginia”
Hall Baltimore (Val Kilmer) é um escritor de romances de bruxaria que enfrenta uma má fase em sua carreira. Viajando pelo interior dos Estados Unidos para vender seu novo livro, ele acaba em uma pequena cidade onde o xerife local (Bruce Dern) lhe conta a história do assassinato de uma jovem garota. Nesta mesma noite o escritor sonha com o fantasma de uma adolescente, chamada Victoria (Elle Fanning). Ele suspeita que exista uma relação entre ela e a menina assassinada, e começa a pensar que este poderia ser um ótimo tema para um novo livro. Para escrevê-lo, no entanto, ele precisará investigar a fundo esta história, descobrindo relações inesperadas com sua história pessoal. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Twixt”)
“O Quinto Poder”
A história começa quando o fundador da Wikileaks, Julian Assange (Benedict Cumberbatch), e o seu colega, Daniel Domscheit-Berg (Daniel Brühl), se juntam para vigiar de forma anónima pessoas influentes e poderosas. Com muito poucos recursos financeiros, eles criam uma plataforma que permite aos delatores expor, de uma forma anónima, informações confidenciais que colocam a descoberto segredos obscuros dos governos e crimes praticados por grandes corporações. Em pouco tempo, começam a libertar um maior número de notícias bombásticas, do que as maiores empresas de media do mundo juntas. Mas quando Assange e Berg têm acesso ao maior tesouro de informação confidencial da história dos EUA, lutam entre eles sobre uma questão essencial nos nossos tempos: Quais são os custos de manter segredos numa sociedade livre – e quais são os custos de expô-los? Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “The Fifth Estate”)
“A Conquista do Império”
Início do século 11, na China, durante o reinado do Imperador Renzong, da Dinastia Song. O imperador negligencia assuntos de Estado e se entrega a prazeres pessoais, enquanto conspiradores infiltrados no governo espalham a corrupção e incitam guerra, que continua a assolar a população nas fronteiras do reino. Os domínios da Dinastia Song estão sendo invadidos pelos exércitos do Estado rival do Oeste, controlado pelo clã Xia. Yang Zongbao é o último homem de pé do clã Yang, uma família de generais que dedicaram suas vidas para defender a Dinastia Song de invasores estrangeiros. Ele aparentemente morre tragicamente na batalha quando o traiçoeiro imperial Tutor Pang recusa-se a enviar reforços para ajudá-lo. A esposa de Yang Zongbao, Mu Guiying, leva as outras viúvas do clã Yang à batalha para continuar o legado de seus maridos. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Legendary Amazons”)
“Hatari!”
Sean Mercer (John Wayne) lidera um grupo de caçadores de animais na África. Seus clientes são os principais zoológicos do mundo, ávidos por novas atrações. Nessa temporada sua missão é atrapalhada pela presença da bela e jovem fotógrafa Dallas (Elsa Martinelli), ansiosa por imagens exclusivas da caçada. Elsa, protetora dos elefantes, e Sean se estranham e o rinoceronte continua fugindo… Filme indicado ao Oscar 1963 de Melhor direção de fotografia em cores. Filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Hatari!”)