Coluna Claquete – 02 de janeiro de 2015

 

Newton Ramalho

 

colunaclaquete@gmail.comwww.colunaclaquete.blogspot.com  – @colunaclaquete

 

 

O que está em cartaz

Ano Novo, vida nova, o velho chavão continua verdadeiro, desde que sempre mantenhamos o espírito de constante autorrenovação. Enquanto isso, nos cinemas, a grande estreia da semana é a aventura “Uma Noite no Museu 3 – O Segredo da Tumba”, com Ben Stiller. Neste final de semana teremos também a pré-estreia da comédia nacional “Loucas Pra Casar”, com Ingrid Guimarães e Márcio Garcia, e o infantil “Tinker Bell – O Segredo das Fadas”. Continuam em cartaz o épico “Êxodo: Deuses e Reis”, a animação “Operação Big Hero”, a comédia nacional “Os Caras de Pau em O Misterioso Roubo do Anel”, e a aventura “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos”. Nas programações exclusivas o Cinemark exibe a comédia nacional  “A Noite da Virada”, enquanto o Moviecom mantém o terror “Ouija – O Jogo dos Espíritos”. Na seção Especial, Retrospectiva do cinema em 2014.

Estreia 1: “Uma Noite no Museu 3 – O Segredo da Tumba”

O segurança Larry Daley (Ben Stiller) segue com seu inusitado trabalho no Museu de História Natural de Nova York. Determinado dia, descobre que a peça que faz os objetos do museu ganharem vida está sofrendo um processo de danificação. Com isso, todos dos amigos de Larry correm o risco de não ganharem mais vida. Para tentar salvar a turma, ele vai para Londres pedir a orientação do faraó (Ben Kingsley) que está em exposição no museu local. A direção é de Shawn Levy. Terceiro filme da franquia. Os anteriores foram “Uma Noite no Museu” e “Uma Noite no Museu 2”. Este também é o último filme de Robin Williams e Mickey Rooney, a quem o filme é dedicado. “Uma Noite no Museu 3 – O Segredo da Tumba” está em exibição na Sala 7 do Moviecom, nas Salas 4 e 6 do Cinemark, Salas 4, 5 e 6 do Natal Shopping, e Salas 3 e 5 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “Night at the Museum 3: Secret of the Tomb”)

 

Pré-Estreia: “Loucas Pra Casar”

Malu (Ingrid Guimarães) tem 40 anos e trabalha como secretária de Samuel (Márcio Garcia), o homem de sua vida. Apesar de estarem namorando há três anos, não há o menor indício de que um pedido de casamento esteja por vir. Um dia, Malu percebe que faltam algumas camisinhas no estoque pessoal de Samuel e logo deduz que ele tem uma amante. Após contratar um detetive particular, logo descobre que há mais duas mulheres na vida de Samuel: a dançarina de boate Lúcia (Suzana Pires) e a fanática religiosa Maria (Tatá Werneck). É claro que as três irão disputar a preferência do amado. A direção é de Roberto Santucci. “Loucas Pra Casar” está em exibição na Sala 5 do Cinemark, Sala 4 do Natal Shopping,e Sala 3 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Loucas Pra Casar”)

  

O Maravilhoso Mundo da Disney: “Tinker Bell – O Segredo das Fadas ”

Tinker Bell, também conhecida como Sininho, é uma fada do verão que habita o Vale das Fadas. Curiosa e arteira, ela decide quebrar uma importante regra e vai parar no Bosque do Inverno. Lá, ela não pode voar porque está agasalhada e quando buscava entender a razão de suas asas terem um brilho especial, acaba conhecendo uma fada do inverno que tem o mesmo “poder”. Com a ajuda do Guardião, um sábio local, elas descobrirão um importante segredo que mudará para sempre as suas vidas, mas também colocarão em risco o dia a dia de outros seres de toda a região.  “Tinker Bell – O Segredo das Fadas” será exibido na Sala 6 do Cinemark no sábado e domingo às 11h10.Classificação indicativa livre. Cópia dublada. (T. O.: “Tinker Bell: Secret of the Wings”)

 

 

Retrospectiva 2014
Gosto é único e pessoal. Este conceito simples, que se aplica a time de futebol, modelo de calcinha, comida favorita, e até candidato a presidente, também influencia a opinião do espectador de cinema. Por isso, nenhuma lista dos “melhores do ano” será idêntica, e corro o risco de ser apontado como sacrílego ao dizer que detestei “Pulp Fiction” e a maioria das comédias americanas e brasileiras.
Dito isto, podemos adentrar o assunto escolhido, a minha visão do que foi o cinema em 2014. Poderíamos dizer, sem sombra de dúvida que este foi o ano da fantasia, ficção-científica e de heróis de quadrinhos, embora muitos dramas surpreendessem também.
Entre estes últimos, “A Culpa é das Estrelas”, baseado no livro homônimo de John Green foi um dos mais lembrados, dado a tocar em temas como o câncer na juventude e o despertar da sexualidade, tudo numa linguagem próxima da juventude. “12 Anos de Escravidão”, o grande vencedor do Oscar, trouxe uma história real, que toca em uma ferida que continua aberta até os dias de hoje.
O cinema nacional trouxe dois títulos interessantes, “Boa Sorte”, com Deborah Secco, sobre a relação de amor entre um jovem drogado e uma soropositiva, e “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, que trata de homossexualidade e deficiência visual.
Numa visão mais extremada, “O Lobo de Wall Street” trouxe a biografia de vigarista da bolsa de valores americana com um Leonardo DiCaprio inspirado, enquanto Lars Von Trier, polêmico como sempre, lançou “Ninfomaníaca” em duas partes, onde explora a sexualidade de uma mulher da adolescência à meia-idade.
Correndo por fora, e candidatíssimo ao Oscar 2015, está “Boyhood – Da Infância à Juventude”, que tem como principal atrativo o fato de ter sido rodado em 12 anos, com os mesmos atores, retratando o crescimento do personagem principal.
No gênero animação, tivemos as habituais continuações, como “Rio 2”, “Aviões 2: Heróis do Fogo ao Resgate”, e “Como Treinar o Seu Dragão 2”, que sempre levantam reclamações quanto a ser inferior ao original. Contudo, não há dúvidas quanto à qualidade de “Frozen – Uma Aventura Congelante”, dos Estúdios Disney, embora os saudosistas tenham amado a versão cinematográfica de “Os Cavaleiros do Zodíaco – A Lenda do Santuário”.
Alguns títulos não atingem grande público, mas não deixam de ser surpreendentes, como “O Congresso Futurista”, onde Robin Wright vive uma situação confusa, quando é obrigada a vender a própria imagem, a surpreendente “Aventura Lego”, onde os simpáticos bonequinhos vivem grandes aventuras, ou o maravilhoso “Vidas ao Vento”, do japonês Hayao Miyazaki, ganhador do Oscar com “A Viagem de Chihiro”.
No gênero fantasia, indiscutivelmente “O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos” manteve o nível de excelência de Peter Jackson da saga Senhor dos Anéis. Contudo, a melhor adaptação de contos de fadas foi “Malévola”, não apenas pela atuação fantástica de Angelina Jolie, como pela habilidade em recontar uma história conhecidíssima de uma maneira diferente e verossímil.
Nas adaptações de quadrinhos, o campeão indiscutível foi “Guardiões da Galáxia”, unindo ação e humor, além de efeitos especiais prodigiosos. Correndo atrás veio “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”, que conseguiu revigorar uma série de muitas sequências. Ainda neste segmento, destacaram-se “Capitão América 2: O Soldado Invernal”, que conseguiu ser melhor que o filme original, “O Espetacular Homem-Aranha 2”, e a versão de “Robocop”, dirigida pelo brasileiro José Padilha.
Mas, o ano foi mesmo da ficção-científica. No topo da lista, “Interestelar”, de Christopher Nolan, fez uma belíssima homenagem a “2001: Uma Odisséia no Espaço”, e conseguiu a façanha de provocar o público com conceitos de física quântica e relatividade. Tivemos “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1”, penúltima parte da saga, “Maze Runner: Correr ou Morrer”, “O Doador de Memórias”, “Transcendence”, “Sob a Pele” e “Lucy”, os dois últimos estrelados pela prodigiosa Scarlet Johansson.
Embora o cinema continue prestigiando os objetivos comerciais, com seguidas continuações, blockbusters e comédias sem graça, a Sétima Arte mantém sua aura de encanto ao despertar a imaginação das pessoas, transportando-as para um universo paralelo.
Esperemos que 2015, e os anos vindouros continuem a prodigalizar novas produções, de boa qualidade, ajudando a criar as futuras gerações de cinéfilos. Um maravilhoso Ano Novo para todos! 
Livros de cinema:
Cine Bijou
No momento em que a praça Roosevelt é devolvida aos paulistanos, a Cosac Naify e as Edições SESC SP nos brindam com a publicação de “Cine Bijou”, escrito pelo jornalista Marcelo Coelho. O papel principal cabe ao Cine Bijou, um pequeno cinema especializado em filmes de vanguarda que funcionou na Roosevelt de 1962 a 1996, frequentado por estudantes, intelectuais, artistas, militantes de esquerda – e por Marcelo Coelho, em seus quinze, dezesseis anos. O autor nos apresenta, por meio de um texto memorialístico, de cunho assumidamente autobiográfico, suas experiências no cinema, único onde conseguia assistir a filmes proibidos para menores de dezoito anos – embora muitas vezes ele mesmo não entendesse nada do que se passava na tela. À censura etária somavam-se ainda as proibições que atingiam também os adultos, em tempos de ditadura militar. 64 p – Editora Cosac & Naify.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Vidas ao Vento”
A animação conta a vida do designer de aviões Jiro Horikoshi e os principais acontecimentos históricos que afetaram sua trajetória. O jovem Jiro sonha em voar e desenhar lindos aviões, inspirado pelo designer aeronáutico italiano Caproni. Não podendo tornar-se piloto por ter miopia desde a infância, Jiro entra na divisão de aviões de uma grande empresa de engenharia japonesa em 1927. Ele conhece e se apaixona por Nanoko, disfruta de sua amizade com o colega Honjo e traz grandes inovações para o mundo da aviação. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Kaze Tachinu”)
“Ponyo – Uma Amizade Que Veio do Mar”
Sosuke (Hiroki Doi) é um garoto de cinco anos que mora em um penhasco, com vista para o Mar Interior. Um dia, ao brincar na praia, encontra Ponyo (Yuria Nara), uma peixinho dourado cuja cabeça está presa em um pote de geleia. Ele salva a peixinho e a coloca em um balde verde. Trata-se de amor à primeira vista, já que Sosuke promete que irá cuidar dela. Só que Fujimoto (Jôji Tokoro), que um dia foi humano e hoje é feiticeiro no fundo do mar, exige que Ponyo retorne às profundezas do oceano. Para ficar ao lado de Sosuke, Ponyo toma a decisão de tornar-se humana. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Gake no ue no Ponyo”)
“O Mundo dos Pequeninos”
Nos subúrbios de Tóquio, sob o assoalho de uma casa velha, Arrietty (Saoirse Ronan) vive em seu minúsculo mundo com a família, fazendo de tudo para manter em segredo a existência de todos. Sobrevivendo como pequenos ladrões, eles conhecem as regras para que nunca sejam percebidos pelos verdadeiros – e grandes – donos da casa. Para isso, procuram manter a desconfiança deles em cima dos gatos e ratos e tomam todos os cuidados possíveis para evitar serem vistos. Contudo, quando um jovem rapaz se hospeda na casa, a pequenina Arietty acredita que poderá manter uma amizade com ele, apesar da diferença dos tamanhos. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Kari-gurashi no Arietti”)
“O Castelo Animado”
Sofia é uma jovem de 18 anos que trabalha na chapelaria de seu pai. Em uma de suas raras idas à cidade ela conhece Hauru, um mágico bastante sedutor mas de caráter duvidoso. Ao confundir a relação existente entre eles, uma feiticeira lança sobre Sofia uma maldição que faz com que ela tenha 90 anos. Desesperada, Sofia foge e termina por encontrar o Castelo Animado de Hauru. Escondendo sua identidade, ela consegue ser contratada para realizar serviços domésticos no local, se envolvendo com os demais moradores do castelo. Filme com formato de tela standard e Áudio em Dolby Digital 2.0. (T. O.: “Hauru no ugoku shiro”)