Coluna Claquete – 21 de maio de 2015

 

Newton Ramalho

 

colunaclaquete@gmail.comwww.colunaclaquete.blogspot.com  – @colunaclaquete

 

 

O que está em cartaz

As manchetes ultimamente são tão negativas que fica difícil começar o dia com bom humor. Enquanto isso, nas salas de cinema, as estreias da semana são o terror “Poltergeist – O Fenômeno”, e os dramas “O Vendedor de Passados”, “A Incrível História de Adaline”, “Sorria, Você Está Sendo Filmado – O Filme” e “Metanoia”. Nesta semana teremos a reexibição do já clássico “O Resgate do Soldado Ryan”. Continuam em cartaz a ficção-científica “Mad Max: Estrada da Fúria”, a comédia nacional “Divã a 2”, e “Os Vingadores 2: A Era de Ultron”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe “Velozes e Furiosos 7”, e “Cinderela”, enquanto o Cinemark mantém “Entre Abelhas”, e “Cada um na Sua Casa”, e o Natal Shopping, o documentário “Cássia Eller”, e o ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “Ida”. Na seção Filme da Semana veja a resenha do documentário “O Sal da Terra”, indicado ao Oscar 2015, que tem como tema a vida do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.

Estreia 1: “Poltergeist – O Fenômeno”

A família Bowen acaba de se mudar para uma nova casa. O pai, a mãe e os dois filhos parecem se adaptar bem ao novo lar, até começarem a perceber estranhas manifestações em casa, atingindo principalmente a filha pequena. Um dia, ela é sequestrada pelas forças malignas, fazendo com que os pais procurem a ajuda em especialistas no assunto, para recuperar a criança antes que seja tarde demais. Este é um remake do filme “Poltergeist”, de 1982. As alterações a partir do original são desconhecidas para a grande maioria, mas é considerado um “reboot”. A direção é de Gil Kenan, de “Cidade das Sombras”. “Poltergeist – O Fenômeno” está em exibição nas Salas 5 e 6 do Moviecom, Salas 1 e 3 do Cinemark, Salas 1 e 2 do Natal Shopping, e Salas 1 e 3 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas, exibição em 2D e 3D. (T. O.: “Poltergeist”)

Estreia 2: “O Vendedor de Passados”

O que você faria se pudesse alterar erros ou lembranças dolorosas do passado? Esta é a profissão de Vicente (Lázaro Ramos): ele vende passados para pessoas tristes e frustradas, montando novos álbuns de nascimento e casamento, produzindo documentos, fotos, falsos vídeos sobre belas amizades e viagens inesquecíveis que seus clientes nunca fizeram, tudo para reescrever a história. Esta trama é uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito pelo angolano José Eduardo Agualusa. A direção é de Lula Buarque de Hollanda. “O Vendedor de Passados” está em exibição na Sala 4 do Moviecom, Sala 4 do Cinemark, Sala 3 do Natal Shopping, e Sala 5 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Nacional. (T. O.: “O Vendedor de Passados”)

Estreia 3: “A Incrível História de Adaline”

Adaline Bowman (Blake Lively) nasceu na virada do século XX. Ela tinha uma vida normal até sofrer um grave acidente de carro. Desde então, ela, milagrosamente, não consegue mais envelhecer, se tornando um ser imortal com a aparência de 29 anos. Ela vive uma existência solitária, nunca se permitindo criar laços com ninguém, para não ter seu segredo revelado. Mas ela conhece o jovem filantropo, Ellis Jones (Michiel Huisman), um homem por quem pode valer a pena arriscar sua imortalidade. A direção é de Lee Toland Krieger. “A Incrível História de Adaline” está em exibição na Sala 3 do Moviecom, Sala 5 do Cinemark, e Salas 5 e 6 do Natal Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas – verifique no site do seu cinema! (T. O.: “The Age of Adaline”)

Estreia 4: “Sorria, Você Está Sendo Filmado – O Filme”

Mathias (Bruce Gomlevsky) é um solitário roteirista de piadas, que trabalha para a Rede Globo. Um dia, ele posiciona a webcam do seu computador e, diante dela, se mata com um tiro na cabeça. Não demora muito para que o porteiro Geneton (Lázaro Ramos), a faxineira Neide (Roberta Rodrigues), o síndico Valdir (Otávio Augusto) e sua esposa Vera (Susana Vieira) cheguem ao apartamento, onde encontram o morto. Eles chamam a polícia e, enquanto esperam, conversam sobre o ocorrido e suas próprias vidas. Tudo sob o olhar atento da webcam, que continua em pleno funcionamento. A direção é de Daniel Filho. “Sorria, Você Está Sendo Filmado – O Filme” está em exibição na Sala 5 do Moviecom. Classificação indicativa 14 anos. Nacional. (T. O.: “Sorria, Você Está Sendo Filmado – O Filme”)

Estreia 5: “Metanoia”

Eduardo (Caique Oliveira) é mais um em meio aos milhares de usuários regulares e dependentes do crack. Criado na periferia de São Paulo, a boa educação oferecida por sua mãe, Solange, não o impediu de ficar preso no mundo das drogas. Ele fica perdido em meio à autodestruição, enquanto Solange tenta desesperadamente salvar o filho do vício. A direção é de Miguel Nagle. “Metanoia” está em exibição na Sala 5 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos. Nacional. (T. O.: “Metanoia”)

Clássicos Cinemark: “O Resgate do Soldado Ryan”

Ao desembarcar na Normandia, no dia 6 de junho de 1944, capitão Miller (Tom Hanks) recebe a missão de comandar um grupo do segundo batalhão para o resgate do soldado James Ryan, caçula de quatro irmãos, dentre os quais três morreram em combate. Por ordens do chefe George C. Marshall, eles precisam procurar o soldado e garantir o seu retorno, com vida, para casa. Ganhador do Oscar 1999 de Melhor Diretor (Steven Spielberg), Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhores Efeitos de Som e Melhor Som, além de mais seis indicações. A direção é de Steven Spielberg. “O Resgate do Soldado Ryan” será exibido na Sala 1 do Cinemark no sábado às 23h50, domingo às 12h20 e na quarta-feira às 21h30. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “Saving Private Ryan”)

  

Filme da Semana: “O Sal da Terra”

Muitos brasileiros ficaram decepcionados quando o documentário “O Sal da Terra” perdeu o prêmio do Oscar de documentário para “Cidadãoquatro”. Para Hollywood, um documentário sobre Edward Snowden certamente é mais atrativo do que Sebastião Salgado. Pior para eles, pois deixaram de premiar uma obra simplesmente fantástica.
É curioso este apelo do Oscar, principalmente se levarmos em conta que “O Sal da Terra” é falado quase todo em francês, e é co-dirigido pelo alemão Wim Wenders, o mesmo de “Paris, Texas” e “Asas do Desejo”. Quem divide a direção com Wenders é Juliano Ribeiro Salgado, filho de Sebastião Salgado.
Na verdade, nós brasileiros, deveríamos nos orgulhar não apenas do documentário – que além de peça jornalística, é cinema dos bons! – mas, principalmente pelo homem retratado, sem dúvida uma das pessoas mais influentes do mundo, graças ao seu trabalho como fotógrafo de temas sociais.
 A narrativa do documentário segue uma trajetória quase linear, contando a história do fotógrafo desde a infância, passando pela juventude nos tumultuados anos 1960, em plena ebulição da ditadura militar, o exílio na França, e a descoberta da fotografia, quase por acaso.
Salgado inicialmente trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café (OIC), em Londres. Em suas viagens de trabalho para a África, ele fez sua primeira sessão de fotos com a Leica da sua esposa, Lélia. Fotografar o inspirou tanto que logo depois ele tornou-se fotojornalista independente em 1973.
Sempre suportado pela mulher, que continua sendo a maior incentivadora e porto seguro por toda vida, Sebastião parte para o seu primeiro grande projeto, o livro “Outras Américas”, sobre os povos da América Latina, publicado em 1986, e que foi o resultado de uma longa peregrinação por nossos vizinhos sul-americanos.
Os próximos projetos foram sobre os trabalhadores no mundo (“Trabalhadores”), trabalhadores rurais sem-terra, mendigos, crianças de rua e outros grupos excluídos socialmente (“Terra”), e sobre as movimentações humanas, voluntárias ou forçadas, em “Êxodos”.
O contato com a realidade cada vez mais desumana da Humanidade deixou Sebastião profundamente decepcionado e desesperançoso com o nosso futuro. Esse sentimento mudou com o seu próximo grande trabalho, “Gênesis”, o resultado de uma expedição de oito anos para redescobrir as montanhas, desertos e oceanos, os animais e os povos que até agora escaparam da sociedade moderna – a terra e a vida de um planeta ainda intocada.
Mostrar a trajetória de Salgado de uma maneira tradicional já seria algo fora do comum. Mas, o trabalho de pesquisa e edição de “O Sal da Terra”, associados a uma trilha sonora excepcional, transformam o documentário em uma obra dramática e sensível, sem nunca resvalar para o piegas ou o exagerado.
Salgado e Lélia são os verdadeiros heróis de nosso tempo. Corajosos no arroubo da juventude ao enfrentar quixotescamente os militares, mais corajosos ainda ao abandonar o conforto de um emprego normal para enfrentar uma vida incerta, cheia de perigos e privações, para trazer ao mundo uma denúncia vigorosa de quanto somos desiguais.
Mais corajosos ainda, ao declarar seu amor pela Natureza, investindo no reflorestamento das terras da família – e entregando-as ao público, após chegarem ao estado exuberante de uma floresta renascida.
Todo brasileiro deve assistir este documentário e orgulhar-se de um herói que não morreu de overdose, não está ligado ao esporte ou à música, mas imortalizou em preto e branco gerações de homens, animais e lugares, sempre mantendo a sua fé de que podemos nos transformar em pessoas melhores.
Livros de cinema:

Fazer um filme – Federico Felinni
Com prefácio do aclamado autor italiano Ítalo Calvino, “Fazer Um Filme” revela ao leitor a profunda ligação de Fellini com o cinema e sua paixão pela arte de filmar. Questionador, o cineasta propõe algumas discussões: Como dizer de que maneira nasce a ideia de um filme? Quando, e de onde vêm os itinerários tantas vezes desconexos ou dissimulados que percorre? Além disso, o livro presenteia os fãs de Fellini com uma filmografia completa, onde o leitor poderá conhecer as fichas técnicas de todos os seus filmes.  256 p – Editora Civilização Brasileira.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:

“Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)”
No passado, Riggan Thomson (Michael Keaton) fez muito sucesso interpretando o Birdman, um super-herói que se tornou um ícone cultural. Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o personagem sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway. Entretanto, em meio aos ensaios com o elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach Galifianakis) e ainda uma estranha voz que insiste em permanecer em sua mente. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Birdman”)
“Busca Implacável 3”
O ex-agente do governo norte-americano Bryan Mills (Liam Neeson) tenta tornar-se um homem família, mas vê tudo ruir quando Lenore (Famke Janssen) é assassinada. Acusado de ter cometido o crime, ele entra na mira da polícia de Los Angeles. Desolado e caçado, ele tenta encontrar os verdadeiros culpados e proteger a única coisa que lhe resta: a filha Kim (Maggie Grace). O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Taken 3”)
“Mapas Para as Estrelas”
Agatha Weiss (Mia Wasikowska) acabou de chegar a Los Angeles e logo conhece Jerome Fontana (Robert Pattinson), um jovem motorista de limusine que sonha se tornar ator. Eles começam a sair juntos e flertar um com o outro, por mais que Agatha mantenha segredo sobre seu passado. Não demora muito para que ela comece a trabalhar para Havana Segrand (Julianne Moore), uma atriz decadente que está desesperada para conseguir o papel principal da refilmagem de um sucesso estrelado por sua mãe, décadas atrás. Paralelamente, o garoto Benjie Weiss (Evan Bird) enfrenta problemas ao lidar com seu novo colega de elenco, já que é a estrela principal de uma série de TV de relativo sucesso. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Maps To The Stars”)
“Poltergeist”
Família é visitada por fantasmas, que inicialmente se manifestam apenas movendo objetos pela casa, mas, gradativamente, vão aterrorizando-os cada vez mais, chegando a sequestrar a caçula através do televisor. Os pais se desesperam e uma especialista em fenômenos paranormais sugere que eles busquem a ajuda de uma mulher com poderes mediúnicos. Apesar dos créditos do filme indicarem Tobe Hooper como diretor, na verdade ele ficou apenas encarregado de rodar as cenas. A grande maioria das decisões criativas foram de Steven Spielberg, roteirista e um dos produtores. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Poltergeist”)