Coluna Claquete – 04 de junho de 2015

 

Newton Ramalho

 

colunaclaquete@gmail.comwww.colunaclaquete.blogspot.com  – @colunaclaquete

 

 

O que está em cartaz

O mês de junho chega trazendo os escândalos da FIFA para variar um pouco, embora brasileiros certamente estejam bem representados nesta quadrilha que não é junina – alguém se lembra do avião de muambas na Copa de 1994? Enquanto isso, nas salas de cinema, as estreias da semana são a aventura “Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível”, a comédia nacional “Qualquer Gato Vira-Lata 2”, o thriller “A Espiã Que Sabia de Menos”, e os dramas “Permanência” e “As Maravilhas”. Nesta semana teremos a reexibição do clássico “Os Caçadores da Arca Perdida”, e da animação “Carros 2”, além da pré-estreia da aventura “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros”. Continuam em cartaz a aventura “Terremoto – A Falha de San Andreas” (vejam na seção Filme da Semana), “Trocando os Pés”, “The Last Naruto o Filme”, “Poltergeist – O Fenômeno”, “Mad Max: Estrada da Fúria”, e “Os Vingadores 2: A Era de Ultron”. Nas programações exclusivas, o Natal Shopping mantém “A Incrível História de Adaline”.

Estreia 1: “Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível”

Ligados por um destino, Casey (Britt Robertson), uma adolescente otimista e vibrante com curiosidade científica, e Frank (George Clooney), um gênio desiludido, embarcam em uma missão repleta de perigos para desvendar os segredos de um local enigmático em algum lugar no tempo e no espaço conhecido como “Tomorrowland”. O que eles precisam fazer lá mudará o mundo — e eles — para sempre. A direção é de Brad Bird. “Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível” está em exibição na Sala 4 do Moviecom, Sala 4 do Cinemark, Salas 1, 2 e 5 do Natal Shopping, e Sala 6 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa dez anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “Tomorrowland”)

Estreia 2: “Qualquer Gato Vira-Lata 2”

Tati (Cléo Pires) e Conrado (Malvino Salvador), que terminam juntos o primeiro filme, viajam a Cancún, onde ele participa de uma conferência para o lançamento de seu livro. Lá, ela aproveita a ocasião para pedi-lo em casamento, com transmissão via internet para todos os amigos no Brasil. Mas, ao responder, Conrado solta apenas um “Posso pensar?”. A moça, então, se decepciona e Marcelo (Dudu Azevedo), ex de Tati, volta a ter esperanças. Para complicar, Ângela (Rita Guedes), a ex de Conrado, também é convidada para o mesmo evento no México, com um livro, cuja tese bate de frente com a dele. A direção é de Roberto Santucci e Marcelo Antunez. “Qualquer Gato Vira-Lata 2” está em exibição na Sala 1 do Moviecom, Salas 1, 3 e 7 do Cinemark, Sala 6 do Natal Shopping, e Sala 3 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Nacional. (T. O.: “Qualquer Gato Vira-Lata 2”)

Estreia 3: “A Espiã Que Sabia de Menos”

Susan Cooper (Melissa McCarthy) é uma despretensiosa analista de base da CIA, e heroína não reconhecida por trás das missões mais perigosas da Agência. Mas quando seu parceiro (Jude Law) sai da jogada, e outro agente (Jason Statham) fica comprometido, Susan se voluntaria para se infiltrar no mundo de um traficante de armas mortais e evitar um desastre global. A direção é de Paul Feig. “A Espiã Que Sabia de Menos” está em exibição na Sala 7 do Moviecom, Salas 3 e 5 do Natal Shopping, e Sala 5 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “Spy”)

Estreia 4: “Que Mal Eu Fiz a Deus?”

O casal Verneuils tem quatro filhas. Católicos, conservadores e um pouco preconceituosos, eles não ficaram muito felizes quando três de suas filhas se casaram com homens de diferentes nacionalidades e religiões. Quando a quarta anuncia o seu casamento com um católico, o casal fica nas nuvens e toda a família vai se reunir. Mas logo eles vão descobrir que nem tudo é do jeito que eles querem. A direção é de Philippe de Chauveron. “Que Mal Eu Fiz a Deus?” será exibido na Sala 7 do Moviecom, quarta-feira, às 21h00, na programação do Festival Varilux de Cinema Francês. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Qu’est-ce qu’on a fait au Bon Dieu?”)

Estreia 5: “Permanência”

Ivo (Irandhir Santos) é um fotografo pernambucano que viaja a São Paulo para fazer sua primeira exposição individual. Ele aceita o convite da ex-namorada Rita (Rita Carelli) para se hospedar na casa dela. Mas hoje, Rita já está casada com outro homem, e Ivo também deixou um amor em sua cidade natal. A proximidade entre eles desperta sentimentos antigos. A direção é de Leonardo Lacca. “Permanência” está em exibição na Sala 3 do Natal Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Permanência”)

Estreia 6: “As Maravilhas”

Gelsomina (Maria Alexandra Lungu) é uma jovem moça que vive com seus pais e suas irmãs na região da Toscana, cercada por natureza. Ela ajuda o pai na produção artesanal de mel, que é a principal fonte de renda da família, que vive em dificuldades. A serenidade e calma de seus dias parecem ser perturbadas com a chegada de Martin em sua vida. Vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes de 2014. A direção é de Alice Rohrwacher. “As Maravilhas” está em exibição na Sala 4 do Natal Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Le Meravigle”)

Pré-Estreia: “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros”

O Jurassic Park, localizado na ilha Nublar, enfim está aberto ao público. Com isso, as pessoas podem conferir shows acrobáticos com dinossauros e até mesmo fazer passeios bem perto deles, já que agora estão domesticados. Entretanto, a equipe chefiada pela doutora Claire (Bryce Dallas Howard) passa a fazer experiências genéticas com estes seres, de forma a criar novas espécies. Uma delas logo adquire inteligência bem mais alta, logo se tornando uma grande ameaça para a existência humana. A direção é de Colin Trevorrow. “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros” terá pré-estreia na meia-noite da quarta-feira, nas Salas 2 e 6 do Cinemark, e Sala 1 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas, exibição em 3D. (T. O.: “Jurassic World”)

Clássicos Cinemark: “Os Caçadores da Arca Perdida”

Em 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contratado para encontrar a Arca da Aliança, que segundo as escrituras bíblicas conteria “Os Dez Mandamentos” que Deus revelou a Moisés no Monte Horeb. Mas como a lenda diz que o exército que a possuir será invencível, Indiana Jones terá um adversário de peso na busca pela arca perdida: o próprio Adolf Hitler. Vencedor do Oscar 1982 em Efeitos Visuais, Direção de Arte, Melhor Montagem, Montagem de Som, e Mixagem de Som, sendo ainda indicado para Melhor Filme, Diretor, Fotografia e Trilha Sonora. A direção é de Steven Spielberg. “Os Caçadores da Arca Perdida” será exibido no Cinemark no sábado às 0h10 (Sala 1), no domingo às 11h00 (Sala 4) e na quarta-feira às 19h35 (Sala 4). Classificação indicativa livre. (T. O.: “Raiders of the Lost Ark”)

O Maravilhoso Mundo da Disney: “Carros 2”

Após ganhar a Copa Pistão pela quarta vez, Relâmpago McQueen e sua equipe retornam a Radiator Springs para descansar. Lá ele reencontra Mate, seu maior amigo, que aguarda ansioso pelo retorno. Pouco após sua chegada Relâmpago toma conhecimento do Grand Prix Mundial, evento organizado pelo empresário Miles Eixodarroda onde todos os competidores usarão Alinol, um combustível alternativo. Após ser provocado em um programa de TV por Francesco Bernouilli, um adversário, Relâmpago resolve também competir. Ele decide levar Mate para acompanhá-lo nas corridas, mas logo ele é confundido com um espião americano. “Carros 2” será exibido no Cinemark no sábado às 12h30 (Sala 1) e domingo às 11h20 (Sala 3). Classificação indicativa livre. Cópia dublada. (T. O.: “Cars 2”)

  

Filme da Semana: “Terremoto – A Falha de San Andreas”

É bem possível que a maioria dos garotos que estão indo conferir o filme “Terremoto – A Falha de San Andreas” nem saiba que este gênero de filme fez muito sucesso nos anos 1970, a ponto de ser considerado um novo gênero de cinema, o “cinema-catástrofe”, cujo ícone mais significativo foi justamente “Terremoto”, de 1974, estrelado por Charlton Heston, uma das maiores estrelas da época.
Para ser mais exato, o primeiro filme do gênero foi “Aeroporto”, de 1970, inspirado pelo livro homônimo de Arthur Hailey. O filme mostrava um avião com ameaça de bomba em uma noite onde tudo acontecia em um aeroporto. O filme tinha uma música tema belíssima, e fez tanto sucesso que gerou mais três sequências.
Mas, os filmes que realmente caracterizaram o novo gênero foram “O Destino do Poseidon”, de 1972, onde um transatlântico vira de cabeça para baixo, “O Inferno na Torre”,  onde um megaedifício pega fogo, e “Terremoto”, onde Los Angeles é destruída por um gigantesco abalo sísmico, ambos de 1974, “Terror na Montanha Russa”, de 1977, e uma infinidade de imitações baratas, tanto de Hollywood quanto de outras partes do mundo.
Essa era uma época onde o cinema já lutava pela sobrevivência contra a televisão, e experimentava tudo, novos gêneros, novos efeitos, e novas formas de exibição. Para o filme “Terremoto” havia um efeito sonoro chamado Sensurround, que devia ser o tataravô do subwoofer, e exigia enormes caixas de som especiais. O efeito era tanto que era possível sentir as vibrações do lado de fora do cinema.
O mais interessante, e difícil de acreditar, é que naquela época não havia computação gráfica. Os computadores existiam, claro, mas eram máquinas gigantescas, destinadas a fins mais “nobres” como indústrias, bancos e universidades. Steve Jobs e Bill Gates ainda estavam brigando para aparecer no mercado nessa época.
Assim, todos aqueles efeitos especiais que apareciam na telona eram feitos com modelos em escala, num verdadeiro trabalho de artista.
Mas, a indústria evoluiu, e hoje é possível criar uma história que se passa no espaço, no centro da Terra, na Roma antiga, ou até em outra galáxia graças aos efeitos gerados por computador. Resta aos atores apenas ficar diante de uma tela verde e atuar imaginando o cenário ao seu redor.
E assim, chegamos a “Terremoto – A Falha de San Andreas”. O filme atual tem como tema uma situação geológica real, e um temor que está presente no íntimo de todo habitante da Califórnia.
A falha de San Andreas é uma falha geológica que atravessa diagonalmente o estado da Califórnia, resultante do encontro de duas placas continentais, a Placa do Pacífico e a Placa Norte-americana. Por conta deste encontro, e do atrito entre as mesmas, existe a possibilidade real de terremotos, na verdade, o efeito de simples acomodações entre as duas massas. Já ocorreram grandes sismos na região, sendo o mais famoso o de 1906, que deixou três mil mortos em São Francisco.
No filme atual, o cientista Lawrence (Paul Giamatti), da CalTech, desenvolve um novo tipo de pesquisa de prevenção de terremotos. Desacreditado até então, ele parece estar tendo resultados, embora ninguém dê muita atenção aos seus avisos.
Enquanto isso, o piloto de helicóptero Ray (Dwayne Johnson) vive em sua rotina de salvamentos de acidentados, enquanto passa pelo drama da separação, já que a ex-mulher Emma (Carla Gugino) está se mudando para viver com o milionário Daniel Riddick (Ioan Gruffudd, o Sr Fantástico do Quarteto Fantástico), enquanto a filha Blake (Alexandra Daddario) segue para a universidade.
É quando um gigantesco terremoto, mais impactante que qualquer outro na história, abala São Francisco, envolvendo todos os personagens. Ray, então, faz o que parece impossível, encontrar e proteger sua família, mesmo que para isso tenha que percorrer todo o detonado estado da Califórnia.
O mais interessante é que o protagonista, colocando sua família acima de tudo, usa um helicóptero do governo para fins pessoais, rouba um carro e uma lancha, e esquece totalmente os seus deveres como bombeiro, que seria ajudar a comunidade. A filha, Blake, também não tem escrúpulos de saquear uma loja e até um carro de bombeiros tendo como justificativa a sua sobrevivência…
O filme tem efeitos especiais impressionantes, e várias situações onde o espectador fica realmente envolvido com a emoção do momento. O elenco não tem muito trabalho, embora mereça destaque a atuação de Paul Giamatti, que mesmo baixinho, gordinho e sem grandes atrativos físicos, consegue convencer como protagonista.
Obviamente, este é um daqueles filmes em que se deve desligar o cérebro e curtir as situações mais absurdas e inverossímeis, tudo em nome da diversão. Afinal de contas, este é o espírito imortal do cinema-catástrofe!
Livros de cinema:
Cinema de Novo: um balanço crítico da Retomada
O cinema nacional foi dado como morto no começo da década de 1990. Mas, como aconteceu outras vezes em sua história, ele renasceu e sobreviveu. Ao longo desses anos, a nova produção brasileira cresceu, afirmou-se e atingiu certa estabilidade. A esse processo laborioso, por vezes tenso e dolorido, deu-se o nome de “Retomada do cinema nacional”. Cinema de Novo: um balanço crítico da Retomada busca apresentar uma primeira visão analítica de um processo que desaguou em obras tão marcantes quanto “Terra Estrangeira”, “Sábado”, “O Invasor” e “Cidade de Deus”, para citar apenas alguns. No texto, o autor discute as tendências desta novíssima cinematografia que nasce da carência e das cinzas de um momento negro de nossa história recente, e se afirma com teimosia. Constata que, dentro da diversidade apontada como marca da produção contemporânea, algumas linhas de força comuns se esboçam. Tão diferentes entre si, esses filmes discutem a relação do país com a sua história e com a recorrente questão da identidade nacional. 256 p – Editora Estação Liberdade.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Sniper Americano”
Adaptado do livro American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History, este filme conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), um atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Como muitos americanos o fizeram, após o ataque terrorista às Torres Gêmeas de Nova York, Kyle alistou-se nos SEALs, e serviu em quatro temporadas na invasão do Iraque. Durante cerca de dez anos, ele matou mais de 150 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação. Porém, esta eficiência como executor aos poucos ameaça transformá-lo em algo que ele não quer, uma pessoa sem humanidade. Bradley Cooper recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator por este filme. A direção é de Clint Eastwood. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “American Sniper”)
“Corações de Ferro”
Durante os meses finais da Segunda Guerra Mundial, um grupo de cinco soldados americanos que opera um tanque de guerra é encarregado de uma missão no coração da própria Alemanha. O grupo, liderado pelo dedicado sargento Wardaddy (Brad Pitt), luta ferozmente para manter-se vivo, embora embrutecidos por uma guerra selvagem, que transforma homens em animais. O novato Norman (Logan Lerman) vê tudo isso horrorizado, pois não consegue conceber que seres humanos possam agir assim. Quando se veem encurralados por uma unidade de elite alemã, e apesar de estarem em número inferior, eles precisam lutar com todas as forças para sobreviver. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Fury”)
“Annie”
Annie (Quvenzhané Wallis) é uma jovem órfã que vive em um orfanato comandado com mão de ferro pela senhora Hannigan (Cameron Diaz). Sua vida muda ao ser escolhida para passar alguns dias na mansão de um milionário político (Jamie Foxx), onde acaba fazendo amizade com seus funcionários e sendo usada para fins eleitoreiros. O livro de Thomas Meehan já foi adaptado anteriormente para o cinema em Annie (1982) e, para a TV americana, em Annie (1999). Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Annie”)
“Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos”
“Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos” é um filme-memória do século XX, a partir de recortes biográficos de pequenos e grandes personagens que por aqui passaram. 95% das imagens são de arquivo: filmes antigos, fotos e material da TV. Não há locução, nem depoimentos orais. A sonorização é toda música de Wim Mertens, efeitos sonoros e silêncio. O filme ganhou 17 prêmios nacionais e internacionais e ficou oito meses em cartaz em SP e Rio. O disco tem como extras  Um Minuto na Vida de André e Liza, Um Pouco Mais, Um Pouco Menos, vídeos documentários das exposições: Adote um satélite / TVs Esculturas,  Totens domésticos / TVs Esculturas, e Volto Logo Favor Aguardar / Mapas Esculturas (T. O.: “Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos”)