Coluna Claquete – 9 de julho de 2015

Newton Ramalho

 

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O que está em cartaz

Lula e Dilma devem ser mesmo as pessoas mais poderosas do mundo, já tem jornalista global dizendo que a crise da Grécia é culpa do PT… Enquanto isso, nos cinemas, as estreias são o drama juvenil “Cidades de Papel”, e a cinebiografia “Neruda”. Nesta semana teremos a reexibição da animação “Detona Ralph”, e do clássico “Cidadão Kane”, além da pré-estreia de “Home-Formiga”. Continuam em cartaz a ficção-científica “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, a comédia nacional “Meu Passado Me Condena 2”, as animações “Minions”, e “Divertida Mente”, e a aventura  “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros”. Na seção Filmes da Semana, resenha dos filmes ‘A Família Bélier” e “Alex & Ruth”.

Estreia 1: “Cidades de Papel”

A história é centrada em Quentin Jacobsen (Nat Wolff) e sua enigmática vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman (Cara Delevingne). Ele nutre uma paixão platônica por ela. E não pensa duas vezes quando a menina invade seu quarto propondo que ele participe de um engenhoso plano de vingança. Mas, depois da noite de aventura, Margo desaparece – não sem deixar pistas sobre o seu paradeiro. Na busca por Margo, Quentin precisa decifrar as pistas deixadas pela garota, contando com a ajuda dos amigos Ben (Austin Abrams), Radar (Justice Smith) e Lacey (Halston Sage). Baseado no livro homônimo de John Green, o mesmo autor de “A Culpa é das Estrelas”. A direção é de Jake Schreier. “Cidades de Papel” está em exibição nas Salas 2 e 4 do Moviecom, Salas 1 e 5 do Cinemark, Salas 3, 5 e 6 do Natal Shopping, e Sala 3 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “Paper Towns”)

Estreia 2: “Neruda”

O poeta Pablo Neruda (José Secall) recebe no ano de 1971 o Prêmio Nobel de Literatura. Na cerimônia, em seu discurso, ele relembra episódios quase esquecidos da sua vida. Em 1948, devido a um Senador, Neruda (Fabián Cabada) foi tratado como fugitivo da polícia, fazendo arriscar sua vida correndo pelas montanhas andinas para escapar para a Argentina, levando-o ao sul do Chile, onde viveu durante sua infância e adolescência. É neste estágio da vida que ele escreve seu livro fundamental, “Canto General”. A direção é de Manuel Basoalto. “Neruda” está em exibição na Sala 3 do Natal Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Neruda”)

Pré-Estreia: “Homem-Formiga”

Ao receber uma chance de sair da prisão, e ajudar os homens da lei, o vigarista Scott Lang (Paul Rudd) precisa assumir o lado heroico, usando um traje com a incrível capacidade de diminuir em escala, mas crescer em força, e ajudar seu mentor, Dr. Hank Pym (Michael Douglas), a proteger os segredos por trás do espetacular traje do Homem-Formiga de uma nova geração de ameaças. Contra obstáculos aparentemente intransponíveis, Lang e Pym precisam planejar e realizar um assalto que salvará o planeta. A direção é de Peyton Reed. “Homem-Formiga” terá pré-estreia na próxima quarta-feira na Sala 6 do Moviecom (21h40), Salas 3 (19h20) e 6 (21h30) do Cinemark, Sala 2 do Natal Shopping (21h15), e Sala 4 do Partage Norte Shopping (20h15). Classificação indicativa dez anos. Cópias dubladas e legendadas, exibição em 3D. (T. O.: “Ant-Man”)

Clássicos Cinemark: “Cidadão Kane”

O filme inicia com a morte do magnata Charles Foster Kane (Orson Welles), momentos antes da qual pronuncia a palavra “Rosebud”. Após dias de sensacionalismo em cima da notícia de sua morte, o jornalista Jerry Thompson (William Alland) é enviado por seu chefe para investigar a vida de Kane, a fim de descobrir o significado de sua última palavra. Entrevistando pessoas do passado de Kane, o jornalista mergulha na vida de um homem solitário, que desde a infância é obrigado a seguir a vontade alheia. Ninguém a seu redor importa-se com Kane, que busca por meio da aquisição de bens a adoração das pessoas. Filme ganhador do Oscar  de Melhor Roteiro Original, sendo indicado também nas categorias de Melhor Ator (Orson Welles), Direção de Arte, Fotografia Preto-e-branco, Melhor Diretor, Montagem, Trilha Sonora, Melhor Filme e Melhor Som. Considerado por muitos o melhor filme de todos os tempos. A direção é de Orson Welles. “Cidadão Kane” será exibido no Cinemark no sábado às 0h20 (Sala 3), no domingo às 11h05 (Sala 3), e na quarta-feira às 22h10 (Sala 3). Classificação indicativa 12 anos (T. O.: “Citizen Kane”)

O Maravilhoso Mundo da Disney: “Detona Ralph”

Ralph (John C. Reilly) é o vilão de Conserta Félix Jr., um popular jogo de fliperama que está completando 30 anos. Apesar de cumprir suas tarefas à perfeição, Ralph gostaria de receber uma atenção maior de Felix Jr. (Jack McBrayer) e os demais habitantes do jogo, que nunca o convidam para festas e nem mesmo o tratam bem. Para provar que merece tamanha atenção, ele promete que voltará ao jogo com uma medalha de herói no peito, no intuito de mostrar seu valor. É o início da peregrinação de Ralph por outros jogos, em busca de um meio de obter sua sonhada medalha. “Detona Ralph” será exibido no Cinemark no sábado e domingo às 12h00 na Sala 1.Classificação indicativa livre. Cópia dublada. (T. O.: “Wreck-it Ralph”)

  

Filmes da Semana: “A Família Bélier” e “Ruth & Alex”
Como o cinemão continua insistindo nas batidas refilmagens, resolvi olhar títulos menos pretensiosos, e neste final de semana encontrei duas pérolas que merecem ser descobertas, o francês “A Família Bélier” (“La Famille Bélier”, 2014) e o independente “Ruth & Alex” (“5 Flights Up”, 2014).
“A Família Bélier” fez parte da programação do Festival Varilux do Cinema Francês de 2015, mas como o número de exibições era reduzido, creio que poucos tiveram a oportunidade de conferir o filme no cinema.
Pela sinopse, poderíamos imaginar o filme como um destes besteiróis americanos, mas ao assisti-lo, veremos que são tratados temas importantes, como a comunicação interpessoal e, principalmente, nas relações familiares.
Paula (Louane Emera) é uma adolescente de 17 anos, que é obrigada a dividir-se entre as cansativas tarefas da fazenda da família, e as do colégio. Ela praticamente administra a fazenda, tratando com bancos, clientes e fornecedores, devido a uma situação peculiar: seu pai, Rodolphe (François Damiens), a mãe, Gigi (Karin Viard), e o irmão, Quentin (Luca Gelberg, que é surdo na vida real) são surdos-mudos, e ela ainda precisa servir de intérprete para eles.
Um dia, quase por acaso, ela é descoberta pelo professor de música do colégio, o senhor Thomasson (Eric Elmosnino), que identifica nela uma voz de soprano natural. Enquanto que para a maioria dos alunos, a aula de música é uma chatice, para Paula abre um leque de possibilidades com as quais nunca imaginara, inclusive estudar em uma renomada escola de música em Paris.
Mas, como conciliar esse sonho com sua situação de administradora e intérprete da família? Para complicar as coisas, Paula é obrigada a treinar para um dueto com um jovem parisiense, Gabriel (Ilian Bergala), por quem tem uma queda, e ainda participar da tresloucada candidatura do pai à prefeitura da cidade.
O que seria tratado em Hollywood como um grosseiro pastelão, aqui é desenvolvido com uma notável sensibilidade, em nenhum momento descambando para o ridículo ou piegas, mais uma prova da habilidade do diretor Eric Lartigau.
Além da história sensível e envolvente, o filme tem a música como um personagem importante, sendo o elemento que torna empolgante o clímax do filme, em uma das mais belas cenas do cinema.
O outro filme em foco é “Ruth & Alex”, estrelado por dois dos melhores atores de Hollywood da atualidade, os veteranos Morgan Freeman e Diane Keaton. Na Nova York dos dias atuais, encontramos o casal Alex (Morgan Freeman) e Ruth (Diane Keaton), ambos na casa dos setenta anos, encontrando alguma dificuldade no lugar em que moram há quatro décadas, um apartamento no Brooklin, com uma bela vista para o rio.
O problema é que eles moram no quinto andar de um prédio sem elevador, o que se configura em uma grande dificuldade até para a cachorrinha, que sofre um problema na coluna e precisa ser levada às pressas para o veterinário.
Devido a estas dificuldades, eles decidem colocar o apartamento à venda, e morar em outro lugar com mais facilidades, o que se transforma em um histérico processo, conduzido por Lily (Cinthya Nixon), a sobrinha de Ruth, que é corretora de imóveis.
Diferente do Brasil, nos Estados Unidos se faz um evento chamado de “open house”, onde a casa, do jeito em que se encontra, é aberta à visitação de possíveis compradores. Após a visita, é aberta a fase de ofertas, que lembra um dos meus programas favoritos, “Quem Dá Mais?” (“Storage Wars”), onde há uma frenética oferta de dinheiro pelo lote, ganhando o que der mais.
Enquanto a coisa acontece, Alex sente-se cada vez mais incomodado, odiando a maneira como os visitantes invadem o seu espaço, e lembrando momentos importantes de suas vidas quando jovens, em que ele como um pintor iniciante (Korey Jackson) e ela uma modelo artística (Claire van der Boom) precisaram enfrentar preconceitos da sociedade e até da própria família, pois nessa época o casamento entre negros e brancos ainda era ilegal em vinte estados dos Estados Unidos.
Quando começam a procurar um novo lugar para morar, Alex e Ruth começam a descobrir o quanto o seu próprio apartamento era perfeito, mesmo com todos os problemas que tinha. Mais ainda, eles também descobrem o que realmente tinha valor em suas vidas, mesmo que isso significasse gastar milhares de dólares em uma cadela com pouca perspectiva de sobrevivência.
“Alex & Ruth” é um filme sensível e cativante, não apenas por mostrar que o amor é o sentimento mais importante, não importa a idade que tenham as pessoas, mas também por chamar a atenção daquilo que precisa ser levado em conta em uma tomada de decisão, onde geralmente a única coisa que é considerada decisiva seja a oferta mais alta.
“A Família Bélier” já está disponível em DVD e “Alex & Ruth” estreará nos cinemas nos próximos dias.
Livros de cinema:
Pré-Cinemas & Pós-Cinemas
Quanto mais os historiadores se debruçam sobre as origens do cinema, na tentativa de desenterrar o primeiro ancestral do moderno espetáculo audiovisual, mais são remetidos para trás, até os mitos e ritos dos primórdios. Quando terá começado o cinema? E pode-se dizer que o cinema acaba em algum momento? Como “escrita em movimento”, o cinema é dinâmico, mutável, e se transforma conforme os desafios que lhe lança a sociedade. Autor: Arlindo Machado. 272 p. Editora: Papirus.



Lançamentos em DVD/Blu-Ray:

“Blind”
Após perder a visão, Ingrid (Ellen Dorrit Petersen) resolve ficar isolada em sua própria casa, onde se sente mais segura. Seu grande parceiro nesta difícil adaptação é o marido (Henrik Rafaelsen). Mas quando as lembranças do mundo que ela conheceu vão desaparecendo gradativamente, ela percebe que o maior perigo está dentro de si mesma. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. Produção norueguesa. (T. O.: “Blind”)
“Enquanto Houver Amor”
Jane viaja para Nápoles com seu marido Leonard. Ela é uma escritora norte-americana, ele um músico que fará uma apresentação com a orquestra local. O casamento dos dois está em crise, o que faz com que ela tente se concentrar em seu próximo livro, que é baseado em entrevistas realizadas com sua avó, uma sobrevivente da Segunda Guerra Mundial. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “And While We Were Here”)



“Trocando os Pés”
Um solitário sapateiro de Nova York (Adam Sandler) costuma consertar os sapatos de clientes experientes na arte de viver: que frequentemente tiram férias e vivem aventuras. Ao lado de seu amigo barbeiro (Steve Buscemi), ele espera a sua própria aventura, e vê a vida passar diante de seus olhos. Quando recebe uma generosa herança de família, surge a possibilidade de o trabalhador assumir outro papel e ver o mundo de uma forma diferente. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “The Cobbler”)
“Amor à Primeira Briga”
Arnaud (Kevin Hazaïs) é um jovem que acaba de perder o pai, e decide seguir os passos dele, tornando-se carpinteiro. Um dia, ele conhece Madeleine (Adèle Haenel), uma garota bruta e de poucos amigos, que acredita no fim do mundo e no caos social. Por isso, ela pensa apenas em sobreviver a qualquer custo; já ele não se preocupa com essas coisas. O sonho de Madeleine é entrar na divisão mais difícil do exército. Arnaud fica fascinado com ela, e passa a acompanhar o treinamento da amiga. Quando a garota parte para a divisão militar, ele decide se alistar também. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Les Combattants”)