A Caverna
Caverna marcha-lenta
Dizem que para saber se o tempo corre rápido ou devagar depende do lado que se está da porta do banheiro. É exatamente esse o tema explorado por “A Caverna” (“Time Trap”, EUA, 2017). O filme, com todo o jeitão de Sessão da Tarde, traz algumas propostas muito interessantes e um final surpreendente.
O problema do cinema hoje é que parecem faltar ideias originais, principalmente quando o gênero é ficção-científica. Confesso que relutei em assistir “A Caverna”, pois parecia ser mais do mesmo, temas de filmes clássicos requentados como remakes.
Quando o professor Hopper (Andrew Wilson) desaparece, ao pesquisar sobre hippies desaparecidos em uma região de cavernas, seus alunos e assistentes Taylor (Reiley McClendon) e Cara (Cassidy Gifford) decidem procura-lo. Como a região é de difícil acesso, vão precisar de um carro 4×4, e para isso convencem a amiga Jackie (Brianne Howey) a ir junto. O problema é que Jackie precisa tomar conta da irmã Veeves (Olivia Draguicevich) e do colega Furby (Max Wright), e por isso eles são incluídos na expedição.
Os problemas começam quando os jovens descem em uma das entradas da caverna. As cordas que usaram para descer se rompem e agora precisam de ajuda externa para sair. O garoto Furby tinha ficado do lado de fora, mas resolve descer também e cai durante a tentativa.
Os jovens descobrem que alguma coisa estranha está acontecendo, e que existem outras pessoas na caverna – pessoas perigosas e agressivas. Não demora muito para que cheguem à conclusão mais bizarra, que o tempo na caverna transcorre mais lento do que no exterior.
O filme prossegue numa bizarra mistura de adolescentes, homens das cavernas, caubóis, alienígenas, exploradores espanhóis, hippies, fonte da juventude – e o mais interessante é que tudo faz sentido!
“A Caverna” é uma produção muito barata, com atores desconhecidos, poucos efeitos especiais e a estimativa é que o orçamento tenha ficado em torno de um milhão de dólares – uma pechincha considerando os padrões de Hollywood. O filme foi bem recebido pelo público e ganhou o prêmio de narrativa mais inovadora no Hollywood Film Festival.
Uma curiosidade que interessa aos meninos dos anos 1960 é que o lugar onde foi filmado “A Caverna” é conhecido como Cavernas Bronson, usadas como a Batcaverna do seriado Batman estrelado por Adam West e Burt Ward.
“A Caverna” deve estrear nos próximos meses no serviço de streaming Netflix.