O Enigma de Andrômeda
A ameaça que veio do espaço
Em meados dos anos 1970, assisti um filme na televisão que me deixou bem entusiasmado. Primeiro, por ser do gênero ficção-científica, que adoro até por razões genéticas. Além disso, o filme tratava de ameaças vindas do espaço e mostrava efeitos especiais com computadores muito avançados. Como eu estava aprendendo informática numa época em que pouca gente sabia o que era, foi paixão imediata. O filme era “O Enigma de Andrômeda” (“The Andromeda Strain”, EUA, 1971).
A história de “O Enigma de Andrômeda” inicia quando uma equipe da força aérea americana procura um satélite caído em uma pequena cidade do estado americano de Novo México. Quando a equipe simplesmente deixa de responder ao rádio, é enviado um avião de reconhecimento para averiguar a situação. O que se descobre é um monte de corpos espalhados pelas ruas.
Nesse momento é acionado um grupo especial de cientistas civis, para investigar uma possível ameaça biológica. Sua missão é descobrir o que é e como neutralizá-la. O grupo é composto por Jeremy Stone (Arthur Hill), Mark Hall (James Olson), Charles Dutton (David Wayne) e Kate Reid (Ruth Leavitt), todos expoentes em áreas da medicina ou pesquisa biológica.
O grupo é levado para uma instalação secreta no deserto de Nevada, onde descobrem que a ameaça em questão veio com o satélite trazido do espaço. O vírus matou instantaneamente quase todos da cidade de Piedmont, à exceção de um idoso com problemas de úlcera e um bebê recém-nascido.
Os cientistas lutam contra o tempo para identificar causador de tantas mortes, com uma capacidade de transmissão instantânea e uma imunidade a todos as defesas conhecidas pela ciência humana.
Para complicar a situação, o laboratório possui um sistema de autodestruição com uma bomba atômica – e isso pode desencadear o alastramento da doença em escala mundial!
Pouca gente hoje em dia sabe, mas na época desse filme, um computador de pequeno porte enchia uma sala inteira, embora a memória e a capacidade de arquivamento fossem ridiculamente inferiores ao do celular mais simples de agora. É curioso como os efeitos que me encantaram na época hoje parecem extremamente grosseiros… Mesmo assim, o filme mereceu indicações ao Oscar de Melhor Edição e Direção de Arte, além de uma indicação ao Globo de Ouro pela Melhor Trilha Sonora.
Um dos trunfos do sucesso deste filme foi o seu diretor, Robert Wise, de cujo currículo constam grandes sucessos como “Amor, Sublime Amor” (“West Side Story”, EUA, 1961), “A Noviça Rebelde” (“The Sound of Music”, EUA, 1965) e “Jornada nas Estrelas: O Filme” (“Star Trek: The Motion Picture”, EUA, 1979).
Outro aspecto que acrescentava um atrativo ao filme era o fato de estarmos vivendo a Guerra Fria, onde a poderosa União Soviética e a misteriosa China de Mao-Tse-Tung alimentavam a paranoia da ameaça comunista, a mesma que hoje só existe na cabeça dos extremistas descerebrados.
É neste ambiente que se desenvolve a história de “O Enigma de Andrômeda”, baseado no livro homônimo de um ainda desconhecido escritor, Michael Crichton. Crichton ficaria célebre com os livros que geraram os filmes “Parque dos Dinossauros”. Entre filmes, séries e jogos, há mais de cinquenta baseados em seus livros, e pelo menos nove foram dirigidos por ele.
“O Enigma de Andrômeda” foi transformado em minissérie em 2008, com o mesmo título, com algumas alterações na ambientação e apresentado em quatro capítulos.