Série da Semana: “A Ponte”
A ponte da vingança
Nunca fui entusiasta de seriados, como a maioria dos meus amigos, mas a primeira que realmente me deixou entusiasmado foi a produção sueco-dinamarquesa “A Ponte” (“Bron/Broen”, SUE/DIN, 2011). Esta série não surpreendeu apenas a mim, mas além de granjear admiradores no mundo todo, gerou três adaptações, uma franco-inglesa, outra americano-mexicana, e uma terceira austro-alemã.
E o que torna essa série diferente de tantas outras? Nos primeiros minutos já somos surpreendidos com um inusitado caso policial que acontece na magnífica ponte que une os dois países. No meio da noite, exatamente no local onde fica a fronteira entre a Suécia e a Dinamarca, é encontrado o corpo de uma pessoa assassinada.
Como o corpo fora depositado exatamente na fronteira, as polícias dos dois países são convocadas, e acontece um jogo de empurra sobre quem deveria assumir o caso. Do lado sueco, a inspetora Saga Norén (Sofia Helin) não quer abrir mão do caso, o que parece muito conveniente para o dinamarquês Martin (Kim Bodnia).
Mas, quando o corpo é levantado, os técnicos percebem que se tratava de pessoas diferentes, que haviam sido cortadas ao meio. Ao investigar mais a fundo, descobrem que as vítimas eram oriundas dos dois países. Por conta disso, as duas polícias decidem fazer a investigação em conjunto.
O ritmo é mais lento que as costumeiras séries americanas, pois a história é meticulosamente desenvolvida ao longo de dez episódios, e a cada descoberta vão sendo descobertas novas pistas e acontecimentos que envolvem o passado de Martin e também a ponte que dá nome à série.
Apesar da ótima atuação de Bodnia, quem dá vida à série é a personagem de Sofia Helin. A policial Saga tem características de autismo que a levam a tomar atitudes pouco simpáticas ou mesmo muito estranhas, embora nada disso interfira com sua capacidade de elucidar crimes. Vários fatos de seu passado virão à tona ao longo das quatro temporadas da série, lançadas em 2011, 2013, 2015 e 2018, respectivamente.
Mas, não é apenas a história contada magnificamente que mantém a atenção do espectador. A música e a fotografia são excelentes, e a cena de abertura dos episódios é espetacular, tornando a dita ponte um personagem adicional da série. Aliás, falando-se em personagens, o que torna a história ainda mais crível é a ausências dos “personagens perfeitos”. Todos na série tem qualidades e defeitos, como qualquer ser humano. Um fato curioso são as cicatrizes que a atriz Sofia Helin tem no rosto, fato que seria inadmissível em Hollywood, ou mesmo nas terras tupiniquins.
O sucesso da série suscitou três remakes: “A Ponte” (“The Bridge”), com a ação acontecendo na fronteira entre Estados Unidos e México, “O Túnel” (“The Tunnel”), onde o crime acontece no Eurotúnel, que liga França e Inglaterra, e a recente “Der Pass”, ainda sem título em português, que acontece nos Alpes, entre a Alemanha e Áustria.
A primeira temporada das versões anglo-francesa e americano-mexicana seguiram a história original, com adaptações para os ambientes e problemas locais, mas as outras temporadas seguiram histórias próprias.
O sucesso da versão nórdica despertou a atenção do mundo para as excelentes séries suecas, dinamarquesas, norueguesas, finlandesas e até da remota Islândia, o que sempre é uma oportunidade de fugir da mesmice das séries americanas.
Título Original: “Bron/Broen”
Boa noite Caro Newton. Parece bem interessante a história dessa série. Você poderia me dizer onde passa essa série?
Sds,
Martinho.
Meu caro, a série original “Bron/Broen” se passa na fronteira entre a Dinamarca e a Suécia, que são unidas pela magnífica ponte que dá o título à minissérie.