Agora que você está com o décimo-terceiro queimando na mão, será que chegou a hora de trocar sua velha TV por uma super-hiper-mega telona? Ou o tão falado Blu-Ray? O mesmo o home theater, difícil até de pronunciar o nome?
Ao longo dos meus anos de colunista os leitores sempre fizeram estas perguntas, que adoro responder, mas sempre fazendo outra pergunta: isso vai atender aos seus hábitos como espectador?
Não há dúvida de que um equipamento novinho em folha sempre agrada aos olhos, tudo é tão brilhante e moderno, e dá aquela sensação de que estamos no fino da moda. Mas, nosso dinheiro é tão suado que não convém torrá-lo em algo que vai ficar sem utilidade. Por isso vou abordar o assunto pelas características destes equipamentos, para ver se existe a necessidade deles em suas vidas.
No caso dos televisores, os tamanhos ficaram maiores, as resoluções melhores, os recursos incorporados são incontáveis, e – o melhor de tudo – os preços ficaram mais acessíveis. Talvez pouca gente lembre, mas um TV de plasma nos primórdios custava o mesmo que um apartamento!
No tempo do videocassete, a resolução de uma fita VHS era a mesma de uma TV de tubo. Por isso as pessoas achavam que um aparelho menor tinha melhor qualidade. Hoje, existem os modelos HD, Full HD e 4K, com preços acessíveis. Qual a diferença entre eles?
Os televisores HD conseguem exibir a resolução de um DVD, que seria 1280 x 720 pixels. Pense num pixel como um pedacinho da tela para entender melhor. Essa é a mesma resolução da nossa TV aberta digital. Essa resolução atende bem o DVD e também os canais de assinatura em HD.
Os televisores Full HD já conseguem atender uma resolução de 1920 x 1080 pixels, que é o que os discos Blu-Ray são capazes de fornecer. Já os Ultra HD ou 4K conseguem chegar a 4096 x 2160 pixels. E já existem protótipos até de 8k e mais.
Aí vem a pergunta chata: para que servem estas resoluções tão altas? Por enquanto, só para vender televisores. A verdade é que existe pouco conteúdo para o mercado 4K, e só recentemente os players nesta resolução chegaram ao mercado.
Bem, se a coisa fosse só a imagem, tudo bem. Mas, o grande diferencial do DVD em relação ao VHS foi o som, que saltou do estéreo para 5.1, ou seja cinco canais de áudio diferentes e mais um graves. Para quem usa home theater, o equipamento que consegue decodificar, amplificar e distribuir o som do DVD, o resultado é uma sensação de envolvimento similar ao que se tem em um cinema real.
Quando se compara o DVD com o Blu-Ray, o salto de qualidade já foi menos significativo. A melhoria da imagem é visível, mas a do som nem tanto. Embora tenham sido criados novos padrões com DTS-HD e Dolby True HD, é preciso ter um ouvido de cachorro para diferenciar. De qualquer forma, os home theater disponíveis no mercado custam uma fração do que custavam há uma década, considerando os modelos de entrada.
Mais uma vez invoco as preferências do usuário. Se seus hábitos de entretenimento resumem-se à TV aberta ou canais de assinatura, uma boa TV HD já lhe atenderá. Para os que gostam de assistir filmes, mas não se importam com o som, já aconselharia um bom aparelho Full HD, com recursos smart, pois além dos canais de assinatura, existem inúmeros serviços tipo Netflix, que fornecem um acervo quase inesgotável.
Já para os que querem uma sensação de cinema, recomendo um home theater, pois nenhum televisor terá a mesma qualidade de som. Esses aparelhos, que podem ou não ter DVD ou Blu-Ray integrado, são necessários para quem quer dar os primeiros passos na delícia que é ter um cinema em casa. As opções são infinitas, mas certamente os modelos mais populares já atenderão os iniciantes.
Quanto a questão de tamanho e marca, é bom procurar as mais tradicionais, pois através dos comentários de usuários é possível saber se aquele modelo específico tem mais reclamações. Quanto ao tamanho, os modelos menores do que 32 polegadas não dá para diferenciar uma resolução melhor, é mais vantajoso aproveitar os preços e partir para um modelo maior.
Apenas como adendo, é importante dar preferência para equipamentos que tenham acesso à internet, pois além de poder acessar filmes e músicas sem precisar de mídia física, terá mais facilidade para atualizações e outros conteúdos.