Coluna Claquete – 23 de julho de 2015
Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Em pleno período de férias escolares, os cinemas estão repletos de títulos voltados para o público infanto-juvenil. E, neste final de semana tem mais, com as estreias da animação “Pixels” e o terror “A Forca”. Nesta semana teremos a reexibição do clássico filme de Steven Spielberg, “E.T. – o Extraterrestre”, e a pré-estreia de “Magic Mike XXL”. Continuam em cartaz a ficção-científica “Homem-Formiga”, o infantil “Carrossel – O Filme”, o drama juvenil “Cidades de Papel”, “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, “Meu Passado Me Condena 2”, as animações “Minions”, e “Divertida Mente”. Nas programações exclusivas, o Moviecom mantém “Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros”, enquanto o Natal Shopping exibe a cinebiografia “Neruda”. Na seção Filme da Semana vejam a resenha de “O Exótico Hotel Marigold”.
Estreia 1: “Pixels”
A humanidade sempre buscou vida fora da Terra e, em busca de algum contato, enviou imagens e sons variados sobre a cultura terrestre nos mais diversos satélites já lançados no universo. Um dia, um deles foi encontrado. Disposta a conquistar o planeta, a raça alienígena resolveu criar monstros digitais inspirados em videogames clássicos dos anos 1980. Para combatê-los, a única alternativa é chamar especialistas nos jogos: Sam Brenner (Adam Sandler), Eddie Plant (Peter Dinklage), Ludlow Lamonsoff (Josh Gad) e a tenente-coronel Violet Van Patten (Michelle Monaghan). “Pixels” desenvolve a história do premiado curta-metragem de mesmo nome, também dirigido por Patrick Jean, em 2010. A direção é de Chris Columbus. “Pixels” está em exibição nas Salas 4 e 6 do Moviecom,Salas 2 e 7 do Cinemark, Salas 1, 2 e 4 do Natal Shopping, e Salas 2 e 4 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas e legendadas, exibição em 2D e 3D – confira a configuração no site dos cinemas. (T. O.: “Pixels”)
Estreia 2: “A Forca”
Uma cidade é marcada por um acidente, quando uma peça de teatro da escola leva a várias mortes. Vinte anos mais tarde, um grupo decide reencenar a peça, para homenagear os mortos. Logo, eles percebem que o desastre pode acontecer mais uma vez. Filme independente de horror baseado na técnica do found footage (filme encontrado), iniciado por “A Bruxa de Blair”. A direção é de Travis Cluff e Chris Lofing. “A Forca” está em exibição na Sala 3 do Moviecom, e Sala 5 do Partage Norte Shopping. Classificação indicativa 14 anos. Cópias dubladas. (T. O.: “The Gallows”)
Clássicos Cinemark: “E.T. – o Extraterrestre”
Um pequeno alienígena perdido há três milhões de anos-luz de casa. Um garoto solitário de dez anos deseja ajudá-lo a voltar para casa. Duas vidas para sempre marcadas por uma aventura atemporal e uma amizade que não conhece fronteiras. Steven Spielberg convida o espectador a celebrar um dos filmes mais adorados de todos os tempos. Premiado com quatro Oscars e dois Globos de Ouro, incluindo Melhor Filme! A direção é de Steven Spielberg. “E.T. – o Extraterrestre” será exibido no Cinemark no sábado às 23h00 (Sala 1), no domingo às 11h20 (Sala 5), e na quarta-feira às 19h20 (Sala 5). Classificação indicativa livre. (T. O.: “E.T. The Extra-Terrestrial”)
Pré-estreia: “Magic Mike XXL”
Três anos após Mike (Channing Tatum) ter deixado a vida de stripper durante o auge de sua carreira, reencontra os demais Reis de Tampa também prontos para jogar a toalha. Porém, eles querem fazer do jeito deles: incendiando a casa com uma última performance em Myrtle Beach e com a presença do lendário líder Magic Mike compartilhando os holofotes com eles. No caminho para o seu show final, com uma parada estratégica em Jacksonville e Savannah para rever os velhos conhecidos e fazer novas amizades, Mike e os Reis de Tampa aprendem alguns novos movimentos e sacodem o passado de maneira surpreendente. A direção é de Gregory Jacobs. “Magic Mike XXL” terá pré-estreia na quarta-feira na Sala 1 do Moviecom (21h30, dublado) e na Sala 6 do Natal Shopping (22h30, legendado). Classificação indicativa 16 anos. (T. O.: “Magic Mike XXL”)
Filme da Semana: “O Exótico Hotel Marigold”
Esta semana resolvi revisitar um filme que fez um sucesso relativo em sua estreia, não apenas pelo elenco de peso, formado por atores experientes e premiados, como também por uma história simples, engraçada e cativante. O filme é “O Exótico Hotel Marigold”.
Talvez se tivesse seguido os padrões hollywoodianos, teríamos uma comédia escrachada e cheia de exageros, como é frequente com os besteiróis que inundam os cinemas americanos. Ao contrário, “O Exótico Hotel Marigold” segue a tradição das comédias britânicas, com um humor mais contido e inteligente, atuações refinadas e muita sensibilidade.
No início do filme encontramos um grupo de idosos britânicos, cada um enfrentando os problemas típicos da fase em que vivem. Evelyn (Judi Dench) ficou viúva após um casamento de quarenta anos, onde o marido decidia absolutamente tudo. Graham Dashwood (Tom Wilkinson) despede-se da vida pública após uma longa e solitária carreira na Suprema Corte Britânica. Douglas Ainslie (Bill Nighy) e a mulher Jean (Penelope Wilton) estão com poucos recursos, após ter emprestado dinheiro para o negócio da filha. Muriel Donnely (Maggie Smith) precisa fazer uma delicada cirurgia no quadril, após uma vida inteira a serviço de uma família que a dispensou sem a menor cerimônia. Norman Cousins (Ronald Pickup) e Madge Hardcastle (Celia Inrie) ainda sonham encontrar um amor em suas vidas.
Essas figuras tão diferentes encontram-se a caminho da Índia após aceitar uma interessante proposta de um florescente hotel naquele exótico país. Ao chegar ao local descobrem que a beleza do folheto devia-se mais ao entusiasmo de Sonny (Dev Patel), um jovem idealista que deseja a todo custo concretizar o sonho do pai, e fazer do Hotel Marigold um empreendimento de sucesso.
Após o choque inicial, cada um dos recém-chegados encara a situação de uma maneira diferente. Graham, que já vivera ali quando jovem, procura desesperadamente um antigo amigo, que na verdade fora a sua primeira e única paixão. Evelyn, que nunca trabalhara na vida, torna-se consultora de uma empresa de telemarketing, tentando ensinar os operadores a serem mais humanos. Maggie faz sua cirurgia e aos poucos muda sua maneira de vencer os preconceitos, ao ver-se na figura de uma jovem faxineira.
O casal Bill e Jean afasta-se em função da falta de interesses mútuos. Enquanto ele mergulha na cultura do país, ela não sai do hotel nem do seu próprio mundo. Norman e Madge, por sua vez, esbarram-se na sua busca pelo amor tardio, e numa certa cumplicidade ajudam o outro como podem.
Além dos problemas pessoais, eles terminam se envolvendo na situação do hotel, já que o confuso Sonny tem problemas sentimentais com a amada Sunaina (Tina Desae) e com sua rigorosa mãe (Lillete Dubey).
Talvez o fato de só ter assistido o filme agora, após minha recente aposentadoria, tenha me levado a enxergá-lo de uma maneira diferente. Primeiro, por reconhecer os problemas ali mostrados, e depois, por imaginar a história como uma alegoria.
Não é novidade para ninguém que a idade traz uma série de limitações às quais nenhum de nós está habituado. Dificuldades de locomoção, memória, audição, visão e até de compreensão dos fatos são comuns em pessoas com idade avançada.
Acredito que a chegada da “melhor” idade além das dificuldades mencionadas, também traz à tona uma série de emoções e desejos diferentes. Entre estes, pode estar o desejo de aventuras, de fazer algo diferente e desafiador, que nunca se teve oportunidade, coragem ou dinheiro para fazer. É comum também a vontade de resolver os nós emocionais, perdoar ou pedir perdão pelos erros passados, buscar uma paz interior.
Agora, imagine-se fazer isso em uma idade onde passamos pelas dificuldades já mencionadas. É realmente como se estivéssemos adentrando em um país exótico, não totalmente desconhecido, mas, ainda assim estranho.
Independente desta percepção “exótica”, “O Exótico Hotel Marigold” é um filme delicioso de assistir, que mostra com muita sensibilidade que o que classificamos como velhos são pessoas que ainda tem sentimentos, desejos e emoções, tão válidos quanto os de qualquer outro ser humano.
Esta carga emocional deve muito ao elenco espetacular, que conta com duas ganhadoras de Oscar (Maggie Smith e Judi Dench), um indicado ao Oscar (Tom Wilkinson) e um ganhador do Globo de Ouro (Bill Nighy), além do promissor Dev Patel, que apareceu para o mundo com o surpreendente “Quem Quer Ser um Milionário”, ganhador de oito Oscars em 2009.
O filme teve uma sequência em 2015, “O Exótico Hotel Marigold 2”, onde encontramos a maior parte do elenco original às voltas com o casamento de Sonny e Sunaina, enquanto expandem o hotel.
Livros de cinema:
Cinema Brasileiro. Propostas Para Uma História
Publicado originalmente em 1979, Cinema brasileiro: propostas para uma história marcou época. Curto, ousado, original, o livro examina a presença do cinema no cenário cultural do país de fins do século XIX até os anos 1970. Há muito tempo esgotada, a obra agora recebe edição revista e ampliada, que inclui uma coletânea de artigos publicados pelo autor, Jean-Claude Bernardet, ao longo dos últimos trinta anos. Nessa história política do cinema brasileiro, o autor mostra como, durante boa parte do século XX, o Brasil foi um país sem produção cinematográfica industrial e com dificuldade de engendrar uma expressão cultural própria. No conforto de consumir cinema importado, o espectador brasileiro habituara-se a “ler” os filmes. A produção nacional surgiu do esforço de um grupo de pessoas com diferentes interesses na área do cinema e respondeu tanto ao apelo nacionalista como ao desejo de criar uma área de ação no país. 336 p. Editora Companhia de Bolso.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Mar Negro”
Robinson (Jude Law) é um antigo capitão de submarinos, que dedicou toda a sua vida ao mar e à profissão, e os seus 30 anos de viagens tiveram como preço o amor da sua esposa Chrissy e o do seu filho. Quando a empresa de salvamento para a qual trabalha o dispensa sem aviso, este ex-marinheiro fica, literalmente, à deriva. Ao ouvir a história de um submarino alemão da Segunda Guerra Mundial que teria sido afundado nas profundezas do mar Negro enquanto transportava uma carga de ouro, Robison vê aqui uma oportunidade de voltar à ação e redimir o seu passado. Depois de encontrar uma oferta de financiamento, reúne uma equipa constituída por aventureiros, suficientemente loucos para enfrentarem a profundidade e resgatarem o tesouro afundado. À medida que descem cada vez mais na escuridão dos oceanos, fugindo à detecção da marinha russa, Robison e a sua tripulação antecipam com ansiedade a coleta de uma parte do ouro. Mas a ganância e o desespero tomam controle do ambiente do claustrofóbico do navio. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Black Sea”)
“Cymbeline”
Cymbeline (Ed Harris) é líder de um clube de motociclistas envolvido com tráfico de drogas. Perseguido por policiais corruptos, ele sofre tentativas de usurpação do poder por parte da própria esposa (Milla Jovovich) e ainda precisa lidar com as questões da problemática filha, Imogen (Dakota Johnson). O elenco traz ainda Ethan Hawke, John Leguizamo, e Bill Pullman. Baseado no livro homônimo de William Shakespeare. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Cymbeline”)
“No Auge da Fama”
Andre Allen (Chris Rock), um famoso comediante, é atacado pela crítica do New York Times. Ele precisa de um novo sucesso para reacender a carreira. A noiva dele (Gabrielle Union) tenta ajudá-lo a impulsionar seu Reality Show. Mas, na verdade, Andre quer fazer um filme sobre a Revolução Haitiana. O comediante autoriza o New York Times a fazer um perfil dele, para tentar mudar sua imagem. A jornalista (Rosario Dawson) escreve o texto. Eles se aproximam e começa uma disputa entre os dois. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Top Five”)
“Antes de Dormir”
Dia após dia, Christine Lucas (Nicole Kidman) desperta sem se lembrar de absolutamente nada que aconteceu em sua vida nos últimos 20 anos. Isto acontece devido a um acidente sofrido uma década atrás, que fez com que seu cérebro não consiga reter as informações recebidas ao longo do dia. Com isso, cabe ao seu marido Ben (Colin Firth) a tarefa de relembrá-la de sua vida, através de um mural de fotos e detalhes do passado. Além disto, ela passa por uma terapia sigilosa com o dr. Nasch (Mark Strong), que procura incitá-la a ter lembranças sobre o que aconteceu. Só que, aos poucos, ela percebe que nem tudo é o que parece ser. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital. (T. O.: “Before I Go to Sleep”)