Coluna Claquete – 14 de novembro de 2014

 

Newton Ramalho

 

colunaclaquete@gmail.comwww.colunaclaquete.blogspot.com  – @colunaclaquete

  

O que está em cartaz

Depois de uma semana cheia de eventos, e a estreia arrasadora da fenomenal ficção-científica “Interestelar”(vejam na seção Filme da Semana), teremos a estreia da cinebiografia de uma das maiores personalidades brasileiras, “Irmã Dulce”, além do besteirol “Debi & Loide 2”. Neste final de semana teremos também a re-exibição do clássico “Love Story – Uma História de Amor”, com Ryan O’Neal e Ali MacGraw, e na próxima quarta-feira, a pré-estreia de “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1”. Continuam em cartaz além de “Interestelar”, o drama nacional “Made in China”, com Regina Casé, a animação “A Mansão Mágica”, a cinebiografia “Tim Maia”, e “Drácula – A História Nunca Contada”. Nas programações exclusivas o Moviecom exibe a comédia nacional “O Candidato Honesto”.

Estreia 1: “Irmã Dulce”

Cinebiografia de irmã Dulce (Bianca Comparato/Regina Braga), religiosa baiana que dedicou grande parte de sua vida a ajudar os necessitados. Tendo o amor e a caridade como prioridades, ela ignora preconceitos, desconfianças, dogmas e até mesmo sua saúde frágil, sempre se colocando à disposição do outro. Conhecida como “Anjo Bom da Bahia”, ela pode se tornar a primeira santa brasileira. A Irmã Dulce chegou a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 1988. Em 1991, ela chegou a receber uma visita do papa João Paulo II durante uma fase em que estava enferma. A direção é de Vicente Amorim. “Irmã Dulce” está em exibição nas Salas 4 e 5 do Moviecom,Salas 1 e 7 do Cinemark, Salas 3 e 5 do Natal Shopping, e Sala 2 do Norte Shopping. Classificação indicativa dez anos. (T. O.: “Irmã Dulce”) Trailer

 

Estreia 2: “Debi & Loide 2”

Mais nova aventura dos inseparáveis Lloyd Christmas (Jim Carrey) e Harry Dunne (Jeff Daniels). Desta vez, Harry descobre que teve uma filha ilegítima, que hoje precisa dele para um transplante de rim. Vinte anos depois de separarem, ele leva o amigo Lloyd para conhecer a garota, e os dois percebem que não têm a responsabilidade necessária para serem pais. Sequência de “Debi & Lóide – Dois Idiotas em Apuros”, para os aficionados do gênero. A direção é de Bobby Farrelly e Peter Farrelly. “Debi & Loide 2” está em exibição na Salas 1, 6 e 7 do Moviecom, Salas 2 e 5 do Cinemark,Salas 1 e 5 do Natal Shopping, e Salas 1 e 5 do Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “Dumb and Dumber To”)

 

Pré-Estreia: “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1”

Após sobreviver por duas vezes aos Jogos Vorazes, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) servirá como símbolo de uma revolução iniciada no Distrito 13. Além de ter que manter sua imagem de ícone, a jovem ainda precisa se preocupar em defender sua mãe e sua irmã no meio da guerra. Philip Seymour Hoffman, que interpreta Plutarch Heavensbee, morreu tragicamente uma semana antes do final das filmagens. Levando em consideração, que a maioria de suas cenas para os dois filmes finais estavam gravadas, o personagem não foi substituído, mas finalizado com uma combinação de reescrituras, truques de câmera e efeitos especiais digitais. A direção é de Francis Lawrence. “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1” terá pré-estreia na quarta-feira, nas Salas 4, 7 e 6 do Moviecom, Salas 2 e 6 do Cinemark, Salas 5 e 6 do Natal Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas. (T. O.: “The Hunger Games – Mockingjay : Part 1”) Trailer

 

Clássicos Cinemark: “Love Story – Uma História de Amor”

Oliver Barrett IV (Ryan O’Neal), um estudante de Direito de Harvard, conhece Jenny Cavilleri (Ali MacGraw), uma estudante de música de Radcliffe. Um rápido envolvimento surge entre eles, sendo que logo decidem se casar. No entanto, Oliver Barrett III (Ray Milland), o pai do jovem, que é um multimilionário, não aceita tal união e deserda o filho. Algum tempo depois de casados ela não consegue engravidar e, ao fazer alguns exames, se constata que Jenny está muito doente. Grande sucesso de público na época do lançamento, o filme ficou meses em cartaz no cinema. A direção é Arthur Hiller. “Love Story – Uma História de Amor” será exibido na Sala 4 do Cinemark no sábado às 23h55 e no domingo às 12h30.Classificação indicativa livre. (T. O.: “Love Story”) Trailer

 

Maravilhoso Mundo de Disney: “Valente”

A jovem princesa Merida foi criada pela mãe para ser a sucessora perfeita ao cargo de rainha, seguindo a etiqueta e os costumes do reino. Mas a garota dos cabelos rebeldes não tem a menor vocação para esta vida traçada, preferindo cavalgar pelas planícies selvagens da Escócia e praticar o seu esporte favorito, o tiro ao arco. Quando uma competição é organizada contra a sua vontade, para escolher seu futuro marido, Merida decide recorrer à ajuda de uma bruxa, a quem pede que sua mãe mude. Mas quando o feitiço surte efeito, a transformação da rainha não é exatamente o que Merida imaginava… “Valente” terá sessão única na Sala 5 do Cinemark, no sábado às 11h00. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas. (T. O.: “Brave”) Trailer
  

 

Filme da semana: “Interestelar”
Há algum tempo comecei a escutar rumores de que em comemoração aos 45 anos da estreia de “2001: Uma Odisséia no Espaço” seria feita um remake do clássico de Stanley Kubrick. Mas, embora o diretor Christopher Nolan se declare um fã incondicional de Kubrick, o seu filme, “Interestelar” não é uma refilmagem, embora homenageie outros filmes, livros e personagens reais e ficcionais, num belo exercício de cinema.
Se há algo que Nolan decididamente copiou de Stanley Kubrick foi a fidelidade ao rigor científico, e uma complexidade no roteiro que deixou muitos espectadores atordoados, principalmente aqueles acostumados ao mastigado fácil das produções atuais.
Em um futuro não muito distante, encontramos um mundo à beira do caos. Pragas desconhecidas e arrasadoras destroem culturas inteiras, enquanto tempestades de areia cada vez mais intensas varrem o mundo.
Por conta desta situação onde a fome ameaça matar a Humanidade inteira, as guerras foram deixadas de lado, a exploração espacial foi extinta, e tudo o que importa agora é como conseguir mais alimento de uma terra cada vez mais inóspita e combalida.
É neste ambiente que encontramos Cooper (Matthew McConaughey), um ex-piloto da NASA que, como a maioria das pessoas agora viviam em fazendas, tentando extrair da terra o que ainda era possível.
Entre as dificuldades de sua época, Cooper se preocupava com Murphy (Mackenzie Foy), sua filha adolescente, em cujo quarto aconteciam coisas estranhas, como livros caídos da estante, e montinhos de areia formando códigos de barras. Ao decodificar estes dados, ele descobre que são coordenadas geográficas, que ele resolve encontrar.
Para sua surpresa eles chegam a um secretíssimo laboratório da NASA, que julgavam extinta, e que trabalhava em um projeto ambicioso para descobrir um novo lugar para a Humanidade, em algum lugar entre as estrelas.
O lugar era dirigido pelo professor Brand (Michael Caine), um antigo conhecido de Cooper, e sua filha Brand (Anne Hathaway). Eles o informam que seres desconhecidos de alguma forma sabiam do que se passava na Terra, e tentavam comunicar-se com eles. Os tais seres, “Eles”, haviam criado um worm-hole próximo a Saturno, abrindo uma passagem espaço-temporal para um sistema planetário situado a milhões de anos-luz da Terra.
Neste sistema, havia três planetas semelhantes à Terra, que poderiam servir de novo lugar para a população da Terra. Eles estavam com uma expedição programada, e a única peça que estava faltando era o piloto – ele, Cooper, seria a escolha perfeita.
Preocupado em deixar os filhos, em uma jornada que poderia não ter volta, Cooper fica extremamente dividido, mas decide aceitar o desafio. E assim, entra em uma vertiginosa odisseia no espaço, onde farão viagens interdimensionais, buracos negros, planetas com ondas gigantescas, geleiras inóspitas, amizades, sacrifícios e traições, e a certeza absoluta da maior energia do universo que é o amor.
Mas, se existe um personagem importante nesta história é o tempo. O tempo da Terra parece se esgotar frente às calamidades. O tempo dos viajantes é diferente daqueles que ficaram na Terra. O tempo em um dos planetas é muito maior por conta da proximidade com um buraco negro. E que tal um lugar onde o tempo fosse apenas mais uma variável em uma equação?
Estamos sempre acostumados a ver o tempo como algo contínuo, constante e imutável, embora Einstein já tenha provado há mais de um século que o tempo é relativo, podendo ser diferente em função da velocidade a que um corpo está submetido. Todas as propriedades físicas são distorcidas na proximidade de um buraco negro. E se conseguíssemos uma máquina capaz de controlar a gravidade e o tempo?
Embora cinema seja fantasia, Christopher Nolan, assim como Kubrick fez em “2001: Uma Odisséia no Espaço”, procurou cercar-se de base científica, tendo como consultor o físico Kip S. Thorne, que orientou a equipe e controlou exageros, como quando evitou a introdução de uma viagem a velocidade maior que a da luz no filme.
“Interestelar” está cheio de referências e homenagens, como o robô com o nome KIPS ( de Kip S. Thorne), a solução para fugir do planeta que lembra “2010: O Ano Que Faremos Contato”, o próprio formato dos robôs, que lembra o monólito de “2001”, e até uma imagem do genial escritor Arthur C. Clarke no final do filme.
Provavelmente, muita gente não vai gostar de “Interestelar” por conta das situações vividas pelos personagens, que irão causar estranheza, principalmente pelos fatos científicos apresentados. Claro que é mais fácil um “Guerra nas Estrelas” como barulho no espaço, espadas de laser sólidas, etc., mas, estamos vendo um filme de Nolan, o criador de “Amnésia”, a trilogia do Cavaleiro das Trevas e “A Origem”.
Como “2001”, “Interestelar” é um filme para ser assistido mais de uma vez, dando margem a animadas e intermináveis discussões de mesa de bar, onde as visões serão as mais díspares possíveis – e talvez nenhuma delas seja a mais certa ou mais errada. Tudo é relativo, já dizia Einstein.
 (T.O.: “Interstellar”) Trailer
Livros de cinema:
A Fábula Cinematográfica
Uma menina e seu assassino diante de uma vitrine, uma silhueta negra descendo uma escadaria, a saia rasgada de uma camponesa, uma mulher que se arrisca diante do perigo: essas imagens – que têm a assinatura de Lang ou Murnau, Eisenstein ou Rossellini – são ícones do cinema e camuflam seus paradoxos. Uma arte é sempre também uma ideia e um sonho de arte. A filosofia já havia concebido a identidade da vontade artística e do olhar impassível das coisas, e o romance e o teatro o haviam tentado à sua maneira. Contudo, o cinema só corresponde a essa expectativa ao preço de contradizê-la. Nos anos 1920, ele era visto como a nova linguagem das ideias tornadas sensíveis, a qual revogava a velha arte das histórias e dos personagens. Mas o cinema iria também restaurar as intrigas, os tipos e os gêneros que a literatura e a pintura tinham estilhaçado.  199 p – Editora Papirus.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“O Doador de Memórias”
Uma pequena comunidade vive em um mundo aparentemente ideal, sem doenças nem guerras, mas também sem sentimentos. Uma pessoa é encarregada a armazenar estas memórias, de forma a poupar os demais habitantes do sofrimento e também guiá-los com sua sabedoria. De tempos em tempos esta tarefa muda de mãos e agora cabe ao jovem Jonas (Brenton Thwaites), que precisa passar por um duro treinamento para provar que é digno da responsabilidade. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “The Giver”) Trailer
“Paraíso”
Carmen (Daniela Rincón) e Alfredo (Andrés Almeida) são dois gordinhos que formam um feliz casal. Juntos há décadas, eles saem do pacato subúrbio em que vivem e vão morar na Cidade do México, para onde ele, que trabalha em um banco, é transferido. Lá, eles decidem emagrecer, em uma iniciativa de Carmen. O relacionamento é abalado, no entanto, pela insegurança de um deles, que não consegue perder peso. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Paraiso”) Trailer
“O Médico Alemão”
Enquanto atravessa a região desértica da Patagônia, em 1960, uma família argentina conhece um médico alemão que aceita ajudá-los. Chegando a Bariloche, ela torna-se hóspede da hospedaria familiar. Todos gostam dos bons modos e conhecimentos científicos deste homem, que se mostra muito preocupado com Lilith, garotinha com um pequeno problema de crescimento. Mas todos ignoram que este homem é Josef Mengele, cientista nazista que realizou experimentos com humanos no campo de concentração de Auschwitz. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Wakolda”) Trailer
“Duas ou Três Coisas Que Eu Sei Dela”
O filme foi inspirado por um artigo sobre donas de casa de um conjunto habitacional no subúrbio de Paris, que se prostituíam para alimentar o próprio consumismo supérfluo. O “Dela” no título do filme se refere à Paris dos anos 60, um retrato da sociedade de consumo, em meio à pobreza das massas e conflitos como a Guerra do Vietnã. Um dos exemplos dessa atmosfera é Vlady, uma dona de casa que se divide entre cuidar da família e a prostituição, o meio mais fácil que encontra para poder ganhar dinheiro e satisfazer suas necessidades mais frívolas. De Jean-Luc Godard. Filme com formato de tela standard e Áudio em Dolby Digital 2.0. (T. O.: “2 ou 3 Choses Que Je Sais d’Elle”) Trailer