Coluna Claquete – 23 de maio de 2014
Newton Ramalho
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O que está em cartaz
À medida que a Copa do Mundo se aproxima, o tom de histerismo – contra e a favor – parece subir cada vez mais. Por isso, melhor mesmo é conferir a estreia da ficção-científica “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”, com as novas aventuras dos mutantes, e do drama “Sob a Pele”, com Scarlett Johansson, na Sessão Cine Cult do Cinemark. Continuam em cartaz o blockbuster “Godzilla”, o drama “Praia do Futuro”, com Wagner Moura, “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”, e a animação “Rio 2. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe a ficção “Divergente”, enquanto o Moviecom mantém “Copa de Elite”, e Noé. Lembro que a programação agora muda nas quintas-feiras.
Estreia 1: “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”
No futuro, os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage). Os poucos sobreviventes precisam viver escondidos, caso contrário serão também mortos. Entre eles estão o professor Charles Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen Page) e Wolverine (Hugh Jackman), que buscam um meio de evitar que os mutantes sejam aniquilados. O meio encontrado é enviar a consciência de Wolverine em uma viagem no tempo, rumo aos anos 1970. Lá, ela ocupa o corpo do Wolverine da época, que procura os ainda jovens Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) para que, juntos, impeçam que este futuro trágico para os mutantes se torne realidade. A direção é de Bryan Singer. “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” está em exibição nas Salas 6 e 7 do Moviecom, Salas 2 e 6 do Cinemark, Salas 1, 2 e 6 do Natal Shopping, e Salas 1, 2 e 4 do Norte Shopping. Classificação indicativa 12 anos. Cópias dubladas e legendadas, exibição em 2D e 3D. (T. O.: “X-Men: Days of Future Past”)
Estreia 2: “Sob a Pele” Sessão Cine Cult
Um alienígena (Scarlett Johansson) chega à Terra e começa a percorrer estradas desertas e paisagens vazias em busca de presas humanas. Sua principal arma é sua sexualidade voraz… Mas ao longo do processo, ela descobre uma inesperada porção de humanidade em si mesma. Ela vaga pela Escócia, e, por conta de sua aparência sedutora, captura incautos pelas estradas. Entretanto, ao longo do tempo, ela descobre-se atraída pela vida na Terra. O filme é baseado no livro homônimo do escritor holandês Michel Faber. A direção é de Jonathan Glazer. “Sob a Pele” será exibido na Sala 5 do Cinemark, na segunda-feira (26) e terça-feira (27), na sessão de 21h20. Classificação indicativa 16 anos. (T. O.: “Under the Skin”)
Especial: A volta dos mortos… vivos?
Desde que o homem conseguiu pensar em algo além de encher o bucho, a curiosidade sobre o que acontecia após a morte sempre fascinou todas culturas. Este fascínio manifestou-se nas mais diversas expressões artísticas, e o cinema não poderia ficar de fora, como muitos filmes de drama, terror e mistério trazendo personagens sobrenaturais para o convívio com os vivos. Mas, e se, ao invés de fantasmas, vampiros, zumbis, o que viesse fosse mesmo as pessoas que um dia morreram? Esse é o tema de filmes e séries que caíram no agrado dos espectadores.
O primeiro a trazer o tema para a telona foi o diretor francês Robin Campillo, que escreveu e dirigiu o filme “Les Revenants”, em 2004. Nele, sem explicação, milhões de mortos ressuscitavam, como se nada tivesse acontecido. O curioso é que, ao invés do medo do sobrenatural, a preocupação de todos era com os efeitos da superpopulação no mundo.
A única diferença entre os ressuscitados e os vivos era a temperatura corpórea mais baixa, e os movimentos mais lentos. Isso permitia aos governos mantê-los sob vigilância, graças a câmeras térmicas. Algumas leituras foram feitas sobre o filme, como se fosse uma alegoria à invasão de imigrantes ilegais, mas, como todo bom filme francês, não há muitas explicações.
Baseado na mesma ideia, em 2012 foi produzida a série “Les Revenants”, que ganhou o título internacional de “The Returned”. A série, que teve oito episódios, foi recebida muito bem, tanto pela crítica quanto pelo público, o que lhe rendeu, em 2013, o prestigioso Emmy Internacional por Melhor Série de Drama.
Em uma pequena cidade de montanha, algumas pessoas mortas reaparecem, aparentemente vivas e normais: Camille (Yara Pilartz) – uma adolescente vítima de acidente numa estrada há quatro anos atrás; Simon (Pierre Perrier) – noivo que se suicida; “Victor” (Swann Nambotin) – um garotinho que foi assassinado por ladrões; e Serge (Guillaume Gouix), um serial killer. Eles tentam continuar suas vidas de onde as deixaram enquanto fenômenos estranhos acontecem: entre recorrentes quedas de energia, o nível de água do reservatório da cidade misteriosamente diminui, revelando a presença de animais mortos e uma torre de igreja; também estranhas marcas aparecem nos corpos dos vivos e dos mortos.
Além dos aspectos técnicos, como a fotografia mais sombria, uma trilha sonora perfeita, e atores pouco conhecidos, mas, talentosos, o formato do seriado foi diferente, como oito episódios que se passavam na mesma cidade e com o mesmo grupo de personagens, mas, cada capítulo focava em um dos ressuscitados.
Outro aspecto que chamou a atenção, foi a dissociação dos aspectos religiosos, e embora haja um padre na trama, em nenhum momento há questionamentos se os mortos-vivos estavam no céu ou no inferno, ou que poder os trouxera de volta à vida. A verdade é que a volta dos mortos não é confortável para ninguém, nem para os familiares, nem para os ex-defuntos.
Bem mais livre que seus congêneres americanos, os produtores europeus são mais ousados em suas criações, e as questões dramáticas são mais aprofundadas, bem como os ingredientes de horror e erotismo.
Há rumores de que uma segunda temporada está em andamento, e que será exibida em 2014 ou 2015, o que está deixando os fãs da série em polvorosa.
Transitando pelo mesmo tema, a ABC americana lançou a série “Ressurection”, que mostra uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos sendo perturbada pela aparição de diversas pessoas que morreram. Embora seja muiiito parecida com a série francesa, os produtores americanos afirmam que a sua fonte de inspiração seja o livro “Ressurection”, de Jason Mott. A primeira temporada do seriado segue o formato consagrado por “Lost”, com uma história contada em oito episódios, com muitas interrogações e nenhuma explicação.
Nesta série, um agente federal, J. Martin Bellamy (Omar Epps), ao escoltar um garoto perdido para a sua cidade, descobre que o menino é o primeiro de uma série de pessoas mortas que estão retornando à vida. Em meio ao preconceito e à intolerância religiosa da comunidade, Bellamy conta com a ajuda da médica Lucille (France Fisher) e do pastor Tom Hale (Mark Hildreth).
O mais interessante das produções citadas é que, diferentemente dos inúmeros filmes e séries de zumbis e vampiros, eles suscitam discussões sobre os valores das sociedades ditas “civilizadas”, mas que entram em pânico ao entrar em contato com uma realidade diferente do “normal”.
Livros de cinema:
“Mutações”
Um relato sincero e simples, mas com estilo literário refinado, Mutações é o livro que transformou a atriz norueguesa Liv Ullmann em um ícone feminino. Com posição de destaque entre as grandes atrizes do século XX, Liv relembra flashes de sua infância, seus primeiros momentos de atriz, amores e desamores, e sua relação com o cineasta Ingmar Bergman, com quem foi casada. Dedica a obra à filha Linn, sobre quem fala em diversas passagens, revelando suas preocupações de mãe. No dia em que foi lançado, em 1976, Mutações atingiu a vendagem de vinte mil exemplares só na Noruega. O livro tornou-se um sucesso internacional que marcou e continuará marcando diversas gerações. 224 p – Editora Cosac & Naify.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Tarzan – A Evolução da Lenda”
Após seus pais serem mortos, um bebê é criado por uma gorila, que passa a tratá-lo como se fosse seu filho. Ao crescer ele se torna Tarzan (Kellan Lutz), o rei da selva. É quando precisa enfrentar um exército de mercenários enviado à floresta por um malvado executivo da Greystoke Energies, a empresa que um dia pertenceu aos pais de Tarzan. Para enfrentá-los ele conta com a ajuda de Jane Porter (Spencer Locke), uma jovem que chega à floresta após um acidente no avião em que estava. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Tarzan”)
“47 Ronins”
Kai (Keanu Reeves) é um mestiço que vive em Ako desde quando era garoto, sempre sob a proteção do lorde Asano (Min Tanaka). Entretanto, por mais que habite o local há muitos anos, ele nunca foi aceito por Oishi (Hiroyuki Sanada), o chefe dos samurais. Um dia, o shogun Tsunayoshi (Cary-Hiroyuki Tagawa) visita Ako e leva consigo o lorde Kira (Tadanobu Asano), que possui um pacto secreto com uma feiticeira (Rinko Kinkuchi). Juntos, eles tramam contra Asano e fazem com Oishi caia em desgraça. Um ano depois, Mika (Ko Shibasaki), a filha de Asano, está de casamento marcado com Kira. É o suficiente para que Oishi procure a ajuda de Kai, que sempre nutriu um forte sentimento por ela. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “47 Ronin”)
“Álbum de Família”
Barbara (Julia Roberts), Ivy (Julianne Nicholson) e Karen (Juliette Lewis) são três irmãs que são obrigadas a voltar para casa e cuidar da mãe viciada em medicamentos e com câncer (Meryl Streep), após o desaparecimento do pai delas (Sam Shepard). O encontro provoca diversos conflitos e mostra que nenhum segredo estará protegido. Enquanto tenta lidar com a mãe, Barbara ainda terá que conviver com os problemas pessoais, com difíceis relações com o ex-marido (Ewan McGregor) e com a filha adolescente (Abigail Breslin). O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “August: Osage County”)
“Teia de Mentiras”
Uma brilhante geneticista, Christine Hartley (Amanda Detmer), está fazendo uma importante pesquisa, pois conseguiu isolar o DNA que faz certas pessoas serem viciadas. Assim ao destruir este DNA consequentemente o vício do indivíduo acabará. Toda a verba que pediu para continuar a pesquisa, US$ 40 milhões, foi obtida através de um patrocinador, o que significa que em breve ela será rica e famosa. Mas nem tudo são flores em sua vida, pois o relacionamento com Chuck (Anthony Lemke), seu marido, está em crise, ela tem sua gravidez interrompida e o pior de tudo: alguém quer matá-la. Filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Proof of Lies”)