Coluna Claquete – 28 de março de 2014
Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Sumiço de avião, crise na Criméia, CPI da Petrobras, o mundo parece alimentar-se de notícias ruins. Enquanto isso, nos cinemas, as estreias da semana são a animação “Rio 2”, dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, o drama nacional “Entre Nós”, e animação japonesa “Vidas ao Vento”, do Studio Ghibli. Continuam em cartaz o drama de guerra “O Grande Herói” (vejam a resenha em Filme da Semana), a comédia nacional “S.O.S. – Mulheres ao Mar”, o romance “Namoro ou Liberdade”, o épico “300 – A Ascensão do Império”, e a animação “Tinker Bell: Fadas e Piratas”. Nas programações exclusivas, o Moviecom exibe o policial nacional “Alemão”, e a aventura “Need For Speed – O Filme”. Lembro que a programação agora muda nas quintas-feiras.
Estreia 1: “Rio 2”
Blu (Jesse Eisenberg) vive feliz no Rio de Janeiro ao lado da companheira Jade (Anne Hathaway) e seus três filhotes, Carla (Rachel Crow), Bia (Amandla Stenberg) e Tiago (Pierce Gagnon). Seus donos, Linda (Leslie Mann) e Túlio (Rodrigo Santoro), estão agora na floresta amazônica, fazendo novas pesquisas. Por acaso eles encontram a pena de uma ararinha azul, o que pode significar que Blu e sua família não sejam os últimos da espécie. Após vê-los em uma reportagem na TV, Jade insiste para que eles partam para a Amazônia. Blu inicialmente reluta, mas acaba aceitando a ideia. Assim, toda a família parte em uma viagem pelo interior do Brasil rumo à floresta amazônica sem imaginar que, logo ao chegar, encontrarão um velho inimigo: Nigel (Jemaine Clement). A direção é de Carlos Saldanha. “Rio 2” estreia nesta sexta-feira, nas Salas 4, 6 e 7 do Moviecom, Salas 1, 2, 6 e 7 do Cinemark, Salas 1, 2 e 6 do Natal Shopping, e Salas 1, 2, 4 e 6 do Norte Shopping. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas e legendadas, 2D e 3D. (T. O.: “Rio 2”)
Estreia 2: “Entre Nós”
Isolados numa casa de campo, jovens amigos decidem escrever e enterrar cartas destinadas a eles mesmos, para serem abertas dez anos depois. Porém, após uma tragédia ocorrida naquele mesmo dia, os amigos ficam todo este tempo sem se ver. Apesar de tudo, eles decidem cumprir suas promessas, reunindo-se dez anos depois. Agora, este reencontro irá trazer à tona antigas paixões, novas frustrações e um segredo mal enterrado. A direção é de Paulo Morelli, e no elenco estão Caio Blat, Carolina Dieckermann, Maria Ribeiro, Paulo Vilhena, Julio Andrade e Martha Nowill. “Entre Nós” estreia nesta sexta-feira na Sala 5 do Cinemark, e Sala 3 do Natal Shopping. Classificação indicativa 14 anos. (T. O.: “Entre Nós”)
Estreia 3: “Vidas ao Vento” (Sessão Cine Cult)
Jiro Horikoshi, vive em uma cidade do interior do Japão. Um dia, ele tem o sonho de estar voando em um avião com formato de pássaro. A partir desse sonho, ele decide que construir um avião e colocá-lo no ar é a meta da sua vida. Durante a busca pelo seu sonho ele conhece Naoko, uma jovem encantadora por quem se apaixona. No entanto, Naoko fica profundamente doente, sem saber se sobreviverá. Belíssima obra do mestre da animação japonesa Hayao Miyazaki, um dos principais nomes do Studio Ghibli, que dirigiu, entre outros, “A Viagem de Chihiro” e “O Castelo Animado”. O filme é uma biografia adaptada do designer de avião de caça Mitsubishi A6M Zero, Jiro Horikoshi, usado durante a Segunda Guerra Mundial pelo Japão. “Vidas ao Vento” será exibido segunda-feira (31/03) e terça-feira (01/04), na Sala 1 do Cinemark, na sessão de 19h30. Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “Kaze Tachinu”)
Filme da Semana: “O Grande Herói”
A Segunda Guerra Mundial serviu de inspiração para mais de quinhentos filmes, sempre com os americanos ocupando o papel de heróis. Outras guerras, contudo, não tiveram os mesmos efeitos, talvez por ser a atuação americana não tão correta. “O Grande Herói”, um dos raros filmes sobre o Afeganistão chega agora aos cinemas, baseada em um acontecimento real.
É possível que muitos espectadores entrem e saiam deste filme sem ter uma ideia formada do que é a recente guerra do Afeganistão – uma entre muitas que este sofrido país já sofreu através dos séculos.
Situado no centro da Ásia, e caminho obrigatório para as antigas caravanas desde tempos imemoriais, o Afeganistão ocupa uma posição geográfica estratégica – e, por isso mesmo, é alvo de grandes impérios desde sempre.
No início dos anos 80, enquanto os Estados Unidos digladiava-se com o Irã, o Afeganistão foi ocupado pela extinta União Soviética. Entre as forças que lutaram contra os soviéticos, um dos grupos, formado em sua maioria por estudantes, os Talibãs, foi organizado, financiado, e armado pela CIA, agência de espionagem americana.
Com a retirada dos invasores, os Talibãs tomaram o poder em 1996, implantando uma república islamita extremamente conservadora, mergulhando o país em um estado repressor, voltando-se contra o Ocidente. Um dos seus líderes era Osama Bin Laden, que organizou o ataque de 11 de Setembro em Nova York e Washington. Após o ataque, americanos e ingleses invadiram o Afeganistão, tirando os Talibãs do poder.
Embora não estejam mais fazendo parte do estado, os Talibãs continuam atuando até hoje, e junto com fatores como a corrupção e a produção e tráfico de ópio, torna o país um dos lugares mais perigosos do mundo.
É neste ambiente, em 2005, que passam-se os eventos mostrados no filme. Marcus Luttrel (Mark Wahlberg) é soldado da Marinha americana, do grupo de elite SEAL, incorporado às tropas que lutavam no Afeganistão.
Ele e mais três companheiros recebem a missão de penetrar no território inimigo para localizar e identificar Ahmad Shah, um dos homens de confiança de Bin Laden. Os quatro tem que se locomover em uma região montanhosa e de difícil acesso e comunicação, até chegar próximo à base dos Talibãs.
Mas, o grupo esbarra em alguns pastores de cabras afegãos, e são obrigados a decidir o que fazer com eles. A hipótese de executá-los foi levantada, mas o comandante da missão decidiu libertá-los e abortar a missão.
Esta decisão desencadeou em um ataque fulminante desfechado pelo grupo Talibã, com um grande número de combatentes, e mais bem adaptados à região. Um a um eles são presos ou mortos, e apenas Marcus consegue fugir montanha abaixo, sofrendo inúmeros ferimentos, seja pela queda ou pelas armas dos inimigos. Mesmo um helicóptero enviado para resgatá-los é derrubado, causando a morte de inúmeros soldados.
Ele é encontrado por um grupo de aldeões, que o conduzem à sua aldeia e cuidam dos ferimentos. Quando uma patrulha de Talibãs chega, os aldeões, liderados por Mouhamad Gulab (Ali Suliman), corajosamente intervém e impedem que Marcus seja executado, mesmo arriscando suas vidas.
Jurando vingança, os Talibãs se retiram, e uma longa noite se passa, e Marcus pede a um velho aldeão que vá buscar ajuda dos americanos. Como haviam prometido, os guerrilheiros retornam, e uma batalha de vida ou morte acontece na aldeia, sem esperança de piedade para ninguém.
Como costumeiramente acontece, os títulos nacionais pecam muito, principalmente quando são apelativos como este aqui. O título original, “Lone Survivor”, ou único sobrevivente, traduz bem o acontecido, enquanto que o nacional, “O Grande Herói”, não tem nada a ver com a história.
O fato de Marcus Lettrel ter sobrevivido deve-se muito ao intenso treinamento como SEAL. O início do filme traz imagens verídicas do treinamento deste grupo, que faz “Tropa de Elite” parecer um passeio no parque, com capitão Nascimento e tudo. Marcus era um soldado profissional, profissão para a qual se preparara desde a adolescência. Tentar sobreviver a um grupo de inimigos fazia parte de sua profissão, não havia nada de heroísmo nisso.
Se existe um herói na história, ou vários heróis, foram os aldeões liderados por Gulab, que ousaram enfrentar os Talibãs para proteger o americano. E eles fizeram isso não por interesse, mas, por um código de honra e filosofia de vida secular, chamado pashtumwali, profundamente enraizado na personalidade da etnia pachtun.
Para ter uma ideia da coragem destes homens, basta lembrar que eles é que vivem diuturnamente em confronto com os Talibãs, enquanto os americanos já sairão de fininho este ano, depois de mais de uma década de intromissão.
O filme é muito bem feito tecnicamente, tem a honestidade de não endeusar os americanos, e nos dá outra visão deste povo tão sofrido, e costumeiramente classificado como sinônimo de terrorista. Assistam e tirem suas próprias conclusões.
Livros de cinema:
“A literatura através do cinema”
A partir da análise de adaptações fílmicas realizadas por cineastas, como Kubrick e Chabrol, entre outros, “A literatura através do cinema”, de Robert Stam, aborda obras canônicas que vão desde Dom Quixote, de Cervantes, a clássicos da literatura brasileira, como Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e Macunaíma, de Mário de Andrade. Imprimindo um olhar contemporâneo à releitura dessas obras e suas narrativas cinematográficas, este livro aborda questões cruciais, como reflexividade, paródia, realismo e magia, oferecendo um rico panorama histórico da literatura e do cinema para todos que apreciam esse tipo de produção cultural. 511 p – Editora UFMG.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Capitão Phillips”
Richard Phillips (Tom Hanks) é um comandante naval experiente, que aceita trabalhar com uma nova equipe na missão de entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano. Logo no início do trajeto, ele recebe a mensagem de que piratas têm atuado com frequência nos mares por onde devem passar. A situação não demora a se concretizar, quando dois barcos chegam perto do cargueiro, com oito somalianos armados, exigindo todo o dinheiro a bordo. Embora Phillips utilize todos os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, eles conseguem subir a bordo, ameaçando a vida de todos. Começa uma longa e tensa negociação entre os sequestradores e os serviços especiais americanos, para tentar salvar o capitão antes que seja tarde. O disco traz o filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Captain Phillips”)
“A Lista”
Após uma longa investigação, o assassino de aluguel Jesse Weiland (Matt Dillon) é preso pelo detetive Bud Carter (Willen Dafoe). Com medo de enfrentar a prisão, o criminoso aceita ser um informante da polícia, em troca de proteção. Mas quando começa a delatar a rede mafiosa, revelando a existência de uma lista com os próximos alvos dos assassinos, os chefes do crime tentam descobrir o quanto antes a fonte destas informações. Quando o nome de Weiland é descoberto, ele e Carter passam a correr sério risco de morte. Filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Bad Country”)
“Uma Noite de Crime”
Quando o governo norte-americano constata que suas prisões estão cheias demais para receberem novos detentos, uma nova lei é criada, permitindo todas as atividades ilegais durante 12 horas. Este período, chamado de Noite do Crime, é marcado por milhares de assassinatos, linchamentos e outros atos de violência por todo o país. O intuito, segundo o governo, é permitir que todos os cidadãos libertem seus impulsos violentos, garantindo a paz nos outros dias do ano. James Sandin (Ethan Hawke) é um vendedor de sistemas de segurança que prospera graças à Noite do Crime. Quando o evento ocorre, no entanto, o filho de James aceita abrigar um homem perseguido por psicopatas. Logo, toda a família está em perigo, pelas ameaças dos psicopatas que cercam a casa. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “The Purge”)
“Carrie, a Estranha”
Carry White (Sissy Spacek) uma jovem solitária e sem amigos, que vive com a mãe, Margareth (Piper Laurie), uma pregadora religiosa cada vez mais ensandecida. Carrie foi ridicularizada pelas colegas, pois ao tomar banho achava que estava morrendo, quando na verdade estava tendo sua primeira menstruação. Sue Snell (Amy Irving), uma das alunas que zombaram dela, fica arrependida e pede a Tommy Ross (William Katt), seu namorado e um aluno muito popular, para que convide Carrie para um baile no colégio. Mas Chris Hargenson (Nancy Allen), uma aluna que foi proibida de ir festa, prepara uma armadilha que deixar Carrie humilhada em público. Mas, ninguém imagina os poderes paranormais que a jovem possui e muito menos de sua capacidade vingança quando está repleta de ódio. Filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Carrie”)