Coluna Claquete – 03 de janeiro de 2014
Newton Ramalho
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O que está em cartaz
Ano novo, vida nova. Espero ainda poder repetir muitas vezes esse velho e batido chavão. Enquanto isso, nos cinemas, as estreias são a animação “Frozen – Uma Aventura Congelante”, e o drama francês “Bastardos”, na Sessão Cine Cult do Cinemark. Nesta semana acontece também a pré-estreia de “Confissões de Adolescente”. Continuam em cartaz a comédia nacional “Até Que a Sorte Nos Separe 2”, a ficção-científica “Ender’s Game: O Jogo do Exterminador”, com Harrison Ford, a comédia “A Vida Secreta de Walter Mitty”, com Ben Stiller, e a fantasia “O Hobbit: A Desolação de Smaug”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe o drama “Álbum de Família”, enquanto o Moviecom mantém a comédia nacional “Crô – O Filme”.
Estreia 1: “Frozen – Uma Aventura Congelante”
“Frozen – Uma Aventura Congelante” é uma animação musical da Disney baseada no conto de fadas da Rainha da Neve, publicado por Hans Christian Andersen em 1845. Na história, a menina Gerda parte em uma jornada mágica em busca de seu melhor amigo, Kay, que foi levado pela Rainha da Neve. No filme, a garota Anna (voz de Kristen Bell) se une ao homem da montanha Kristoff numa jornada para encontrar Elsa, a Rainha da Neve (voz de Idina Menzel), e colocar um fim ao feitiço que colocou seu reino sob um inverno eterno. A direção é de Chris Buck e Jennifer Lee. “Frozen – Uma Aventura Congelante” estreia nesta sexta-feira, nas Salas 5, 6 e 7 do Cinemark, e nas Salas 4 e 6 do Moviecom. Classificação indicativa livre. Cópias dubladas, exibição em 2D e 3D. (T. O.: “Frozen”)
Pré-estreia: “Confissões de Adolescente”
Paulo (Cássio Gabus Mendes) está passando por dificuldades financeiras para sustentar as quatro filhas, Tina (Sophia Abrahão), Bianca (Bella Camero), Alice (Malu Rodrigues) e Karina (Clara Tiezzi), depois que anunciaram um novo aumento no aluguel. Quando ele avisa que eles precisam se mudar do apartamento onde vivem, na Barra, elas se comprometem em ajudar de alguma forma, começando a cortar despesas bobas e ajudando nas tarefas domésticas. Mas, enquanto precisam lidar com essa novidade, o quarteto tem ainda outras experiências típicas, relacionadas à idade de cada uma delas. Apesar dos conflitos, a união entre elas permanece e as experiências, ao que tudo indica, irão contribuir ainda mais para manter a família unida. A direção é de Daniel Filho e Cris D’Amato. “Confissões de Adolescente” terá pré-estreia nesta semana, na Sala 4 do Cinemark (sessão de 17h50) e na Sala 3 do Moviecom (sessão de 14h50). Classificação indicativa 12 anos. (T. O.: “Confissões de Adolescente”)
Sessão Cine Cult: “Bastardos”
Marco Silvestri (Vincent Lindon) trabalha como capitão de um navio porta-contêineres. O marinheiro está em alto-mar quando é obrigado a voltar urgentemente para Paris. Ele recebe a notícia de que o marido de sua irmã Sandra (Chiara Mastroianni) cometeu suicídio. Suspeitando que o ato de seu cunhado foi motivado por alguma conspiração empresarial, Marco se aproxima da misteriosa Raphaelle, amante do poderoso empresário Edward Laporte. Porém, durante a investigação do caso, Marco descobre que sua irmã também escondeu alguns segredos. A direção é de Claire Denis. “Bastardos” será exibido na segunda-feira (07/12) e quinta-feira (09/01), na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 19h20. Classificação indicativa 18 anos. (T. O.: “Les Salauds”)
Especial: Sherlock(s)
Os meus leitores mais assíduos estão habituados a ler nesta coluna matérias sobre cinema, e muito pouco sobre televisão. Resolvi abrir uma exceção, não só pela escassez de bons títulos nos cinemas, mas, também, para falar de duas séries que tem como protagonista um dos meus heróis favoritos, nada menos que Sherlock Holmes. As séries são “Sherlock”, da BBC de Londres, e a americana “Elementary”.
É curioso como um herói criado no final do século 19 não só tenha feito um sucesso extraordinário em sua época, como ainda influenciou gerações, e inspira muitas obras atuais. Para se ter ideia, o site IMDB lista 252 obras do cinema e televisão inspiradas no personagem. Os seriados Monk e House são inspirados na imagem e personalidade de Holmes.
Sherlock Holmes apareceu pela primeira vez no romance “Um estudo em Vermelho”, escrito pelo médico Sir Arthur Conan Doyle, e publicado originalmente pela revista Beeton’s Christmas Annual, em novembro de 1887. Em fevereiro de 1891, o romance “O Signo dos Quatro” foi publicado em outra revista, Lippincott’s Magazine . Em junho de 1891, Holmes estreia na Strand Magazine no conto “Um Escândalo na Boêmia” . O conto obteve tanto sucesso que garantiu publicações na revista até 1927.
Apesar do sucesso de sua criação, Conan Doyle não gostava muito dele, pois considerava a literatura policial uma arte menor. Ele chegou a matar Holmes em “A Aventura Final”, quando o detetive e seu arqui-inimigo Moriarty desaparecem em uma catarata na Suíça. Os protestos do público foram tamanhos que o autor foi obrigado a “ressuscitar” o personagem. Melhor para os leitores, pois dessa segunda fase veio o romance “O Cão dos Baskervilles”, uma das obras mais famosas com o detetive.
Vários artigos, contos, peças teatrais, filmes e séries vieram ao público ao longo do século 20. Entre os mais marcantes estão as interpretações de Basil Rathbone, em filmes de 1939 a 1946, e de Jeremy Brett, na série da Granada Television de 1984 a 1994. Algumas marcas icônicas de Holmes, como o cachimbo recurvo, o boné de duas abas, e a frase “Elementar, meu caro Watson” vieram destas adaptações, pois nunca existiram nos livros de Doyle.
Todas as histórias de Holmes são marcadas pela dualidade do detetive arrogante, pouco dado a relações pessoais, e uma incrível capacidade mental, tendo como testemunha o fiel John Watson, um médico veterano da guerra da Criméia, que servia de cronista para as aventuras do herói.
Sendo leitor assíduo das aventuras de Sherlock Holmes desde criança, graças a uma coleção herdada de meus pais – e que conservo até hoje, muitas vezes torço o nariz para algumas adaptações que considero desrespeitosas para com a imagem do “meu” Holmes, aquele que criei em minha imaginação.
Eu poderia citar como exemplos as versões cinematográficas de Guy Ritchie, “Sherlock Holmes” e “Sherlock Holmes – Jogo das Sombras”, onde Robert Downey Jr. atua como Holmes e Jude Law como Watson. Apesar de gostar dos dois atores, e de a história passar-se na época original retratada nos livros, os personagens são outros, não os que o leitor de Doyle poderia imaginar.
Mas, quando tive a oportunidade de assistir o primeiro episódio de “Sherlock”, seriado da BBC, onde Benedict Cumberbatch dá vida a Holmes, a sensação é muito diferente. O seriado inglês tem apenas três episódios por temporada, mas, cada um deles tem uma hora e meia de duração, funcionando mais como um filme.
As histórias acontecem nos dias atuais, e o estranho Sherlock Holmes divide o apartamento com John Watson (Martin Freeman), um médico do exército inglês traumatizado pela experiência da guerra do Afeganistão.
Apesar de acontecer num mundo moderno, todos os episódios são baseados nas histórias originais de Doyle, mantendo fidelidade principalmente no que concerne à personalidade dos principais personagens.
Como a maioria das produções da BBC, a serie é primorosa, com produção equivalente à do cinema, histórias muito bem escritas e encenadas, e os dois atores principais são agora estrelas de primeira grandeza: Cumberbatch roubou a cena como o vilão de “Além da Escuridão: Star Trek”, enquanto Freeman é o personagem título de “O Hobbit”.
Devido ao enorme sucesso da primeira temporada, em 2010, “Sherlock” teve uma segunda temporada, também de três episódios, exibida em janeiro de 2012. Uma terceira temporada do seriado já foi produzida, e estreou, após grande expectativa, no dia primeiro de janeiro de 2014.
O seriado “Elementary” segue por outra vertente, mas, não menos interessante. Sherlock Holmes (Jonny Lee Miller) acaba de sair de uma clínica de recuperação de viciados em drogas, e a doutora Joan Watson (Lucy Liu) é contratada para acompanhá-lo no período de recuperação.
Mas, o que ela não esperava é que ele tivesse como principal atividade a de consultor da polícia de Nova York, onde vivem. Aos poucos, ela começa a entender e envolver-se no que ele faz, a ponto de ele decidir tomá-la como sua pupila. Aqui também foram mantidas as características dos principais personagens, embora nomes, situações e eventos dos livros sejam mostrados de forma diversa.
Diferentemente da série inglesa, “Elementary” teve a primeira temporada com 22 episódios de 40 minutos, e o último com 90. Atualmente o seriado está em exibição da segunda temporada, sendo mantidos os mesmos atores. Além de Miller e Liu, também se destacam Aidan Quinn e Jon Michael Hill, como oficiais da polícia de NY.
As duas séries citadas já foram lançadas em DVD/Blu-Ray, a menos das temporadas em exibição na TV. É importante perceber que são formatos diferentes, que talvez atraiam públicos também diferentes, sendo o inglês mais para os cinéfilos, enquanto o americano mais para o espectador habituado com seriados com episódios curtos e variados.
Embora a percepção do herói seja diferente para cada um, estas produções trazem um frescor ao personagem, posicionando-o num ambiente moderno, mas, mantendo uma razoável fidelidade que certamente agradaria Conan Doyle, mesmo que este não gostasse do fato de sua criação ter se tornado maior que ele próprio.
Livros de cinema:
“Agente 86: O Velho Truque do Livro Cheio de Curiosidades”
Quando o Agente 86 surgiu, os Estados Unidos já viviam em clima de disputa com a União Soviética. A Guerra Fria – conflito velado e sem armas que gerava muita espionagem – estava no auge, e esse cenário inspirava todas as formas de arte, principalmente em Hollywood, com o icônico James Bond. “O Agente 86” foi criado por Mel Brooks para satirizar os filmes de espionagem da época, sendo as duas agências – o Controle e a Kaos – sátiras à CIA e à KGB. O autor é o jornalista Odair Braz Júnior, grande fã da série, que reuniu muitos fatos e curiosidades em seu divertido livro. 192 p – Editora Panda Books.
Lançamentos em DVD/Blu-Ray:
“Elysium”
Em 2159, o mundo é dividido entre dois grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação espacial Elysium, enquanto o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em grande decadência. Por um lado, a secretária do governo Rhodes (Jodie Foster) faz de tudo para preservar o estilo de vida luxuoso de Elysium, por outro, um pobre cidadão da Terra (Matt Damon), que tem apenas cinco dias de vida, tenta um plano ousado para trazer de volta a igualdade entre as pessoas. Participação dos atores brasileiros Wagner Moura e Alice Braga. Tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Elysium”)
“Terreno Proibido”
Durante a Primeira Guerra Mundial três soldados ingleses são surpreendidos em uma explosão. Isso faz com que eles fiquem encurralados entre duas trincheiras. Desesperados para chegar à segurança das trincheiras inglesas, os homens precisam atravessar um lamaçal e enfrentar um bombardeio de granadas, gás venenoso, rajadas de metralhadoras e artilharia pesada, à medida que os alemães rapidamente se aproximam de sua localização. Com Johan Earl, Tim Pocock, e Martin Copping Tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Forbidden Ground”)
“Veiculo 19”
Após sair da prisão em liberdade condicional, Michael Woods (Paul Walker) pega o carro errado em uma locadora e logo descobre uma mulher presa no seu porta-malas. Agora, os dois serão perseguidos por policiais corruptos, que farão de tudo para impedir que Rachel Shabangu (Naima McLean) chegue no tribunal e deponha sobre um caso de corrupção. Penúltimo filme de Walker, morto em um acidente automobilístico recentemente. Tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Vehicle 19”)
“Contagem Regressiva”
Em seu último filme, Paul Walker, um dos astros da série “Velozes & Furiosos” interpreta um homem que tem que cuidar de seu bebê prematuro quando sua esposa falece durante o parto. Para piorar as coisas, o furacão Katrina passa pelo estado da Louisiana e deixa um rastro de desespero e destruição. Lançado em poucas salas de cinema nos Estados Unidos, será lançado diretamente em vídeo no Brasil. Filme com tela widescreen anamórfico e Áudio em Dolby Digital 5.1. (T. O.: “Hours”)