Claquete – 30 de janeiro de 2009
Newton Ramalho – colunaclaquete@gmail.com
Janeiro vai chegando ao fim, no prenúncio de um ano desafiador, repleto de tempestades físicas e econômicas, reais e virtuais. Enquanto isto, nas salas dos cinemas, estréiam as comédias “Queime Depois de Ler”, com Brad Pitt e George Clooney e “Sim Senhor!”, com Jim Carrey, o drama nacional “Verônica”, a ação “A Espiã” na Sessão Cult do Cinemark e o cult “White Palms”, no Projeto Moviecom Arte. Continuam em cartaz “Austrália”, com Hugh Jackman e Nicole Kidman (vejam em Filme da Semana), “Um Faz de Conta Que Acontece”, “Surpresas do Amor”, “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “O Corajoso Ratinho Despereaux”, “O Dia em Que a Terra Parou”, “Bolt – Supercão” e “Se Eu Fosse Você 2”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”, “Madagascar 2 – A Grande Escapada” e “Sete Vidas.
Estréia 1: “Queime Depois de Ler”
Osbourne Cox (John Malkovich) é um analista que trabalha para a CIA. Ao chegar a uma reunião ultra-secreta, ele descobre que foi demitido. Revoltado, ele resolve se dedicar à bebida e a escrever um livro de memórias. Katie (Tilda Swinton), sua esposa, fica espantada ao saber da demissão de Osbourne, mas logo deixa o assunto de lado, por estar mais interessada em Harry Pfarrer (George Clooney), um investigador federal casado, e que é também seu amante. Paralelamente, Linda Litzke (Frances McDormand), funcionária de uma rede de academias, faz planos para uma grande cirurgia plástica que deseja realizar. Ela tem em Chad Feldheimer (Brad Pitt), um professor da academia, seu melhor amigo. Um dia, um CD perdido cai nas mãos de Linda e Chad, entregue por um faxineiro da academia. Ao perceber que se trata de material confidencial, eles ligam para Osbourne Cox, tentando conseguir dinheiro para evitar que seu conteúdo seja divulgado. A direção é de Joel e Ethan Coen. “Queime Depois de Ler” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 3 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.
Estréia 2: “Sim Senhor!”
Carl Allen (Jim Carrey) é uma pessoa negativa e anti-social, que nunca concorda com nada. Um dia, ele decide se inscrever no programa de auto-ajuda de um famoso guru (Terence Stamp), que tem por base dizer sim a qualquer coisa que lhe aconteça ou ofereçam. Ao seguir este preceito a vida de Carl começa a mudar, fazendo com que seja promovido e conheça Allison (Zooey Deschanel), por quem se apaixona. Porém, ao tentar aproveitar todas as oportunidades que lhe surgem, Carl começa a notar que tudo que é em excesso pode também cansar. A direção é de Peyton Reed. “Sim Senhor!” estréia nesta sexta-feira, no Cine 6 do Moviecom e na Sala 2 do Cinemark. Classificação indicativa 14 anos.
Estréia 3: “Verônica”
Verônica (Andréa Beltrão) é professora da rede municipal de ensino há vinte anos e agora, na iminência de se aposentar e passando por sérios problemas pessoais, está exausta e sem a paciência de sempre. Um dia, na escola em que trabalha, ela percebe que ninguém veio buscar Leandro, um aluno de oito anos. Já é tarde da noite quando a professora decide levá-lo em casa. Ao chegar ao morro, encontram a polícia e muito tumulto. Traficantes mataram os pais de Leandro e querem matá-lo também. Verônica foge com o menino. Ela procura ajuda e descobre que a policia também está ligada ao assassinato dos pais do menino. Sem poder confiar em ninguém, ela decide esconder o garoto. Assim, Verônica é obrigada a enfrentar policiais e traficantes para sobreviver. E, enquanto procura uma maneira de escapar com o menino, redescobre sentimentos que estavam adormecidos na sua vida. A direção é de Maurício Farias. “Verônica” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Classificação indicativa 12 anos.
Sessão Cult: “A Espiã”
2ª Guerra Mundial. Rachel Stein (Carice van Houten) é uma linda cantora judia, que está escondida. Quando o local em que está é destruído por um bombardeio, ela e um grupo de judeus decidem atravessar Biesbosch para chegar ao sul da Holanda, que já está livre da ocupação nazista. Entretanto, o barco deles é interceptado por uma patrulha alemã, que mata todos a bordo com exceção de Rachel. A partir daí, ela se une à resistência, adotando o nome de Ellis de Vries. Notando o interesse de um oficial alemão, ela se aproxima dele e consegue um trabalho. Enquanto isso, a resistência elabora um plano para libertar um grupo de prisioneiros, onde a participação de Ellis será fundamental. A partir desta sexta-feira, na Sala 5 do Cinemark, na sessão de 15h10. Classificação indicativa 16 anos.
Projeto Moviecom Arte: “White Palms”
Miklos Dongo (Zoltán Miklós Hajdu) é um ginasta olímpico que tem sua carreira interrompida por causa de uma lesão. Após este problema, ele vai ao Canadá para começar uma nova vida como treinador. Miklos é encarregado de treinar um dos ginastas mais talentosos e promissores do país. Mas, o jovem é vaidoso e inconstante, e Miklos encontra dificuldade para discipliná-lo. Então, o treinador entende que, se ele quer estabelecer uma relação para trabalhar com o jovem, ele deve ultrapassar seus próprios medos e enfrentar seu passado. A direção é de Szabolcs Hajdu. A partir desta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom, na sessão de 13h55. Classificação indicativa 12 anos.
Após descobrir que são clones, um jovem casal decide fugir, em busca de um lugar mítico. Com Ewan McGregor e Scarlett Johansson. Sexta-feira, às 22h.
“Os Esquecidos”, na Globo
Pouco mais de um ano após a morte de seu filho pequeno, uma mulher é surpreendida com a afirmação de seu psiquiatra que seu filho nunca existiu e é fruto de sua imaginação. Com Julianne Moore, Alfre Woodard e Gary Sinise. Sexta-feira, às 22h25.
“Um Sonho de Liberdade”, no SBT
Um banqueiro, condenado à prisão perpétua pelo assassinato de sua mulher, faz da amizade com um prisioneiro veterano e o sonho de um dia ser novamente livre, os motivos para continuar vivendo. Com Tim Robbins e Morgan Freeman. Sábado, às 22h.
“Jogo Pela Sobrevivência”, na Globo
Um empresário, sua mulher e um empregado naufragam e tem que conviver em uma ilha deserta. Com Billy Zane, Kelly Brook e Juan Pablo Di Pace. Sábado, às 22h45.
“A Garota Sensual”, na Band
Uma garota do interior decide tentar a vida na cidade e se apaixona pelo filho de um rico negociante, que vai fazer de tudo pra acabar com esse romance. Sábado, às 0h45.
“De Repente 30”, na Globo
Uma garota tem seu pedido de se tornar adulta milagrosamente atendido, tendo que se adaptar à sua nova vida. Com Jennifer Garner e Mark Ruffalo. Domingo, às 12h05.
“Van Helsing – O Caçador de Monstros”, na Record
Um especialista em monstros parte em busca de eliminar o conde Drácula, tendo também que enfrentar outros monstros em sua jornada. Com Hugh Jackman e Kate Beckinsale. Domingo, às 22h.
“O Demolidor”, no SBT
Um bandido e o policial que o prendeu são congelados e só despertados no futuro, quando a violência praticamente não existia mais. Com Sylvester Stallone e Wesley Snipes. Após o Domingo Legal.
“Nova York Sitiada”, na Globo
Agente especial do FBI, oficial da CIA e general unem forcas para capturar perigosos terroristas que plantam bombas em diversos lugares de Nova York, levando a cidade ao caos. Com Denzel Washington, Annette Bening e Bruce Willis. Domingo, às 22h50.
“Eu, Robô”, na Globo
Um assassinato tem como principal suspeito um robô, o que seria impossível de acontecer devido à programação existente que impede os robôs de fazerem mal aos humanos. Com Will Smith. Segunda-feira, às 21h45.
Lançamentos em DVD
“Busca Implacável”, em DVD
Bryan (Liam Neeson) é um ex-agente do governo dos Estados Unidos, que agora está aposentado e tenta recuperar o tempo perdido com a filha, Kim (Maggie Grace). Quando a garota chega a Paris com a amiga Amanda (Katie Cassidy), elas conhecem um simpático rapaz que se oferece para sair com elas. Porém, o simpático rapaz é membro de um grupo que sequestra garotas para usá-las como prostitutas. Quando Kim está ao telefone com o pai do outro lado do apartamento, ela vê os bandidos levarem Amanda. A partir daí, Bryan começa uma cruzada contra o tempo para resgatar a filha. O disco traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1.
“Controle Absoluto”, em DVD
Jerry Shaw (Shia LaBeouf) e Rachel Holloman (Michelle Monaghan) são dois estranhos cujos caminhos se cruzam depois de um telefonema feito por uma mulher desconhecida. Ameaçando a vida deles e de suas famílias, a misteriosa voz os coloca em uma série de situações crescentemente perigosas, controlando todos os seus movimentos. Enquanto a situação se agrava, essas pessoas comuns tornam-se os fugitivos mais procurados do país, e precisam trabalhar juntos para descobrir o que realmente está acontecendo. Direção de D. J. Caruso. O disco traz o filme com formato de tela widescreen anamórfico e áudio Dolby Digital 5.1.
“Aguirre: A Cólera dos Deuses”, em DVD
Em meados do século XVI, o conquistador espanhol Gonzalo Pizarro lidera uma expedição ao Peru, em busca de Eldorado, a mítica cidade do ouro. Um dos seus homens, Dom Lope de Aguirre, consumido pela loucura, sonha em conquistar toda a América do Sul. Primeiro filme da lendária parceria entre o cineasta Werner Herzog e o ator Klaus Kinski. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, os documentários “O Mundo Contemplativo de Herzog” e “Vida e Obra de Werner Herzog”, Trailer de Cinema e Galeria de Fotos.
“O Roqueiro”, em DVD
Robert “Fish” Fishman é o dedicado e passional baterista da banda cabeluda dos anos 80 Vesuvius, que vive o sonho do rock and roll,até ser mandado embora da banda. Vinte anos depois de suas fantasias de rock star serem destruídas, justo quando acaba toda esperança, ele ouve que a banda colegial de seu sobrinho, a A.D.D., está à procura de um novo baterista. Relutantemente, eles o aceitam como novo membro da banda, dando uma chance a Robert de tomar de volta o trono de Deus do rock que ele sempre achou que merecia, e levando a jovem banda para a jornada de suas vidas. Com Rainn Wilson e Christina Applegate. O filme traz formato de tela widescreen e som Dolby Digital 2.0.
Eventos
Sofia Loren vive a própria mãe em sua cinebiografia
A atriz Sophia Loren, verdadeiro ícone do cinema mundial durante anos, vai estrelar um filme produzido pela rede de TV italiana RAI, contando sua história desde a infância pobre até o reconhecimento internacional. A atriz interpretará o papel de sua mãe, Romilda Villani, uma aspirante a atriz, vencedora de um concurso de sósias de Greta Garbo em 1932, que não teve permissão da família para realizar seu sonho em Hollywood. O título do filme, dividido em duas partes, será “La Mia Casa e Piena di Specchi”, e é baseado no livro de memórias da irmã mais nova da atriz, Maria Scicolone.
Filme da Semana: “Austrália”
Cangurus em guerra
As primeiras notícias sobre o filme “Austrália” eram que o diretor Baz Luhrmann, ao tentar homenagear o seu país de nascimento num grande épico a la “E o Vento Levou…”, tinha misturado temas como racismo, aventura, romance, guerra, etc., tudo isso tendo ao fundo as paradisíacas (às vezes, nem tanto) paisagens da terra do canguru. Bem, nem tanto ao mar, nem tanto a terra, como diria minha mãe. É, realmente, uma superprodução, embora não vá agradar a todos.
A história é contada sob a ótica de Nullah (Brandon Walters), um garoto de doze anos, filho de mãe aborígene e pai branco. Nullah vive no pior dos dois mundos, pois sofre o preconceito dos brancos, como todos os outros nativos, não é aceito como igual por estes, e ainda sofre a ameaça de ser sequestrado pela polícia, para ser criado em centros especiais para mestiços, nome bonito para reformatórios.
A única ligação real e afetiva de Nullah com suas origens aborígenes é feita através de seu avô, uma espécie de xamã solitário, apelidado jocosamente pelos brancos como King George (David Gulpilil), que ensina o garoto a relacionar-se com a natureza.
É através de Nullah que entendemos a história da fazenda onde mora, o único pedaço de terra no Território do Norte, cercado pelas propriedades de um poderoso criador de gado, King Carney (Bryan Brown), que quer, a todo custo, comprar o lugar. A fazenda pertence a Maitland Ashley, que é brutalmente assassinado.
Nesse meio tempo, sem ter idéia do que estava acontecendo, sua esposa, Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman), uma rica e arrogante aristocrata inglesa, decide ir até a Austrália para resolver pessoalmente os problemas com o marido. Para recebê-la, sabia apenas que o marido enviara um homem conhecido como Capataz (no original, Drover, que é um profissional especializado em conduzir rebanhos de um lugar para outro).
Quando Sarah depara com Drover (Hugh Jackman), a impressão não poderia ser pior. O homem, mal encarado e de pouco refinamento, consegue desagradar a todos. Aos poucos, vamos descobrindo que parte desse sentimento deve-se ao fato de Drover aceitar os aborígenes como iguais, vivendo ao lado deles e muito mais.
Ao chegar à fazenda, a situação é desoladora. Nada parece estar no lugar, o patrão foi assassinado e o administrador, Fletcher (David Wenham) insiste em que a única solução é vender a fazenda para Carney. Mas, quando Nullah se intromete e revela que boa parte do gado foi desviada para as terras de Carney, Fletcher espanca o garoto, o que provoca a ira de Sarah, que o despede.
Quando Drover chega, descobre que não tem nenhum empregado da fazenda para ajudá-lo a conduzir o gado, e quer desistir da empreitada. Mas, Sarah consegue convencê-lo, oferecendo uma valiosa égua puro-sangue, em que o homem estava interessado.
Assim, o rebanho sai da fazenda, para percorrer mais de mil quilômetros, conduzido por Drover, seus dois empregados, Sarah, uma doméstica, um contador que vive bêbado, e, Nullah.
Na jornada, enfrentarão, além do sol causticante, trechos desertos e toda sorte de dificuldades naturais, as tentativas de sabotagem dos homens de Carney, liderados por Fletcher, o vira-casacas. E, embora Drover e Sarah mantenham-se continuamente em choque, aos poucos vão cedendo a uma crescente e mútua atração.
O início da Segunda Guerra Mundial e a ambição de Fletcher irão mudar profundamente a vida feliz de Drover e Sarah, com a fazenda restaurada e uma comunidade feliz e tranqüila, principalmente Nullah.
O garoto vive inquieto, pois o avô quer levá-lo em uma jornada de aprendizagem em sua terra natal, uma área selvagem do país. Esse aprendizado é importante, pois é a sua única chance de ser reconhecido como igual pelo seu povo aborígene.
Mas, Sarah não abre mão de ter o menino perto de si, querendo proporcionar-lhe a melhor educação que o mundo civilizado possa oferecer. Quando o garoto decide procurar o avô por conta própria, é capturado pela polícia e levado para um centro do governo.
O mundo feliz de Sarah desaba, pois, graças a um desentendimento com Drover e o sumiço de Nullah, ela resolve ir para Darwin, procurar o garoto. A cidade, capital do Território do Norte e o porto mais ao norte da Austrália, agora é um centro militar, já que o mundo estava em guerra, e os Estados Unidos tinham sido recentemente atacados pelo Japão, no bombardeio de Pearl Harbor.
A cidade será o ponto de encontro de todos os personagens, em meio a um violento ataque japonês, que deve ter custado muitas horas de computação gráfica, com efeitos primorosos. O que acontece depois? Atendendo a minha filha Marina, não arriscarei mais nenhuma palavra, para não estragar a surpresa de ninguém.
Uma característica do cinema australiano, a fotografia, é um dos pontos altos do filme, captando com perfeição as belíssimas paisagens, e utilizando tomadas que vão do close a um altíssimo plano geral, além de fantásticas imagens a meia-luz.
O elenco é por demais conhecido, principalmente o casal central. Nicole continua bela, embora seja difícil imaginar alguém como ela no calor arrasador do sertão australiano. Hugh Jackman parece não sentir falta das garras de Wolverine, já que resolve boa parte de seus problemas na porrada. Mas, o melhor do filme, sem dúvida, é o garoto Brandon Walters, de origem aborígene, que encanta as platéias com o seu olhar expressivo. Brandon foi indicado para Critics Choice Award e para o CFCA Award e ganhou o prêmio de Novo Talento no Satellite Award, por sua participação em “Austrália”.
Apesar do tom épico, do romance, aventura e guerra, o filme insiste em mostrar os preconceitos que impregnavam (espero) a cultura australiana. Isso fica visível, no filme, quando os nativos são proibidos de entrar em lugares públicos e até em hospitais. Um costume curioso aqui mostrado é que, nos bares, homens e mulheres tinham que ficar em ambientes diferentes, não podiam se misturar.
Abrindo um parêntesis, merece ser explicado o programa do governo para os mestiços. Mais conservadores e racistas do que a própria Inglaterra, o governo da Austrália tinha um programa que visava “embranquecer” os mestiços. Para isso, seqüestrava as crianças de seus pais, levando-as para centros de educação onde eram treinadas para servir as famílias brancas, de onde só poderiam sair para casar com pessoas autorizadas pelo governo, sob pena de prisão.
Essa política absurda, brilhantemente mostrada no filme “Geração Roubada”, afetou milhares de famílias autralianas, só sendo abolida, acreditem se quiser, em 1972!
“Austrália” é um filme ambicioso, não apenas por querer mostrar uma parte importante de sua história recente, como também denunciar um lado podre da sociedade, que pratica a Geração Roubada. Talvez, pela grandiosidade do filme, a história ficasse melhor como uma minissérie. Contudo, é sempre bom ver um cinema com características diferentes do hamburger-com-fritas de Hollywood. Confiram!