Claquete – 25 de abril de 2008

Claquete – 25 de abril de 2008

Newton Ramalho – colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Depois do quase-dilúvio do dia de São Jorge, que lavou e enxaguou Natal inteira, poderemos, no meio da próxima semana, conferir a esperada estréia de “Homem de Ferro”, mais um herói dos quadrinhos a ganhar as telas do cinema. No final de semana, teremos as estréias da aventura “Um Amor de Tesouro” e da comédia “Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor” (só no Cinemark). Continuam em cartaz o terror “O Olho do Mal”, a comédia “Super-Herói – O Filme”, o suspense “Awake – A Vida Por um Fio”, a ficção-científica “Jumper” e a fantasia “As Crônicas de Spiderwick”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe os policiais “Um Plano Brilhante” e “Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro”, o drama histórico “Elizabeth – A Era de Ouro”, o infantil “Horton e o Mundo dos Quem”e os nacionais “Sexo Por Amor?” e “Xuxa em Sonho de Menina”, e, na Sessão Cult, o documentário “O Engenho de Zé Lins”. No Moviecom, mantém-se em cartaz o drama “Apenas Uma Vez”, o faroeste “Os Indomáveis”, o nacional “Podecrer!” e o nacional “Meu Nome Não é Johnny”.

Estréia 1: “Um Amor de Tesouro”

Benjamin Finnegan (Matthew McConaughey) é um caçador de tesouros obcecado em encontrar o navio Queen’s Dowry, que naufragou em 1715 e, segundo a lenda, carregava 40 arcas de um grande tesouro. Decidido a encontrá-lo a qualquer custo, Benjamin jogou tudo fora, inclusive seu casamento com Tess (Kate Hudson), que decide reconstruir sua vida trabalhando na equipe do bilionário Nigel Honeycutt (Donald Sutherland). Um dia, Benjamin encontra uma pista fundamental em sua caça ao navio e, para desgosto de Tess, consegue convencer Nigel e sua filha Gemma (Alexis Dziena) a ajudá-lo em mais uma busca. A direção é de Andy Tennant. “Um Amor de Tesouro” estréia nesta sexta-feira, no Cine 4 do Moviecom e na Sala 1 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 2: “Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor”

No primeiro dia de aula, um trio de ansiosos calouros do ensino médio – o gordinho Ryan (Troy Gentile), o magrela Wade (Nate Hartley) e o baixinho Emmit (David Dorfman) – torna-se alvo instantâneo do valentão da escola, Filkins (Alex Frost). Vendo aquilo que esperavam ser o início dos melhores anos de suas vidas tornar-se um pesadelo, os garotos resolvem contratar um guarda-costas. É aí que entra em cena Drillbit Taylor (Owen Wilson). Drillbit é durão, perigoso e experiente em operações secretas e lutas marciais exóticas. Mas, é também uma completa fraude. Agora, os meninos precisam transformar esse preguiçoso derrotado no salvador que ele originalmente prometeu ser. A direção é de Steven Brill. “Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Estréia 3: “Homem de Ferro”

A vida do cínico inventor e maior fornecedor de armas do governo americano Tony Stark muda totalmente depois que ele é seqüestrado por um grupo de rebeldes afegãos. Ferido por estilhaços de granada que se alojam perto de seu coração, Tony recebe a ordem de construir uma devastadora arma, mas, em vez disso, usa suas habilidades para criar uma armadura que permite que ele consiga fugir. Ao retornar aos Estados Unidos, Tony promete dar um novo rumo às Indústrias Stark. Ele passa dias e noites desenvolvendo e aperfeiçoando uma avançada armadura que lhe propiciará uma força sobre-humana. Quando Tony descobre um plano abominável com implicações globais, jura proteger o mundo como sua nova personalidade, o Homem de Ferro. Com Robert Downey Jr, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges e Samuel L. Jackson. A direção é de Jon Favreau. “Homem de Ferro” estréia só a partir da próxima quarta-feira, dia 30, nos Cines 4 (dublado), 6 e 7 (legendado) do Moviecom, e nas Salas 6 (dublado), 2 e 7 (legendado) do Cinemark. Classificação indicativa 12 anos.

Sessão Cult: “O Engenho de Zé Lins”

A vida e obra do escritor José Lins do Rego, desde sua infância, no ambiente que imortalizaria em seus romances, até a maturidade e glória literária. Lançado no ano do cinqüentenário de falecimento do imortal paraibano, “O Engenho de Zé Lins” contém a gravação do único trecho original preservado da voz de José Lins do Rego. Ganhou o Prêmio Especial do Júri e o Candango de Melhor Edição, no Festival de Brasília. A direção é de Vladimir Carvalho. A partir desta sexta-feira, na Sala 6 do Cinemark, na sessão de 15h10. Classificação indicativa livre.

Lançamentos em DVD
“Akira – Edição Especial 20 Anos”, em DVD

2019, Neo Tóquio, uma cidade destruída por uma suposta bomba nuclear. É nesse cenário caótico que Kaneda e Tetsuo fazem parte de uma gangue de motoqueiros e cruzam o caminho de Takashi, um estranho menino com poderes especiais. Após o encontro, Tetsuo é levado por agentes secretos do governo e também começa a desenvolver habilidades sobrenaturais. O disco traz o filme com formato de tela cheia e widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Entrevista com o diretor, Entrevista com os restauradores de vídeo, Reportagem sobre a produção, Músicas (composição), Spot TV, Trailers e Storyboards. Nas lojas e locadoras.

“As Aventuras do Barão de Munchausen – Edição de Luxo”, em DVD

Dirigido por Terry Gilliam do grupo Monty Python, “As Aventuras do Barão Munchausen” é estrelado por John Neville, Eric Idle e Uma Thurman. Neville é o excêntrico Munchausen, um aristocrata que usa o poder de sua imaginação – e um bando de capangas doidos – para defender sua cidade dos turcos. Auxiliado pelo homem mais forte do mundo, o mais veloz e o de melhor audição, Munchausen flerta com a deliciosa Vênus e prova que a imaginação é a arma mais poderosa do universo. O disco com esta edição especial traz o filme com formato de tela widescreen e áudio Dolby Digital 5.1, e, como extras, Comentários em áudio, documentários, Storyboards, Cenas excluídas e Trailer. Nas lojas.

“O Dia em Que a Terra Parou”, em DVD

Uma espaçonave aterrissa em Washington D.C. e dela surge um alienígena, escoltado por um ameaçador robô com poder de destruição além da imaginação. Desapontado em seus esforços de encontrar-se com os líderes mundiais e alertá-los que a Terra está à beira de extinção, o alienígena, Klaatu (Michael Rennie), vai para as ruas. O pedido de paz de Klaatu recebe a solidariedade de uma jovem e bela mulher (Patricia Neal) e de um eminente cientista (Sam Jaffe), mas, o resto da humanidade reage com desconfiança, medo e violência. O disco traz o filme com formato de tela cheia e áudio Dolby Digital 2.0, e, como extras, Comentários em áudio, Featurettes, Fox Movietone News, Trailers e Galeria de fotos. Nas lojas e locadoras.

Eventos:

“Eles Não Usam Black-Tie”, no Literatura & Cinema

O Colégio Ciências Aplicadas, no seu projeto de exibição de filmes, Literatura & Cinema, exibe, na próxima quarta-feira, dia 30, o filme “Eles Não Usam Black-Tie”, de Leon Hirszman, baseado na peça homônima, de Gianfrancesco Guarnieri. Um operário engravida sua namorada e resolve casar. Paralelamente, a empresa em que ele trabalha entre em greve e ele resolve furar o movimento para garantir o emprego, mas entra em embate com seu pai, o líder da greve. Com Gianfrancesco Guarnieri, Fernanda Montenegro, Carlos Alberto Riccelli e Bete Mendes. A exibição será no auditório do próprio colégio, às 19h30. Mais informações, através do telefone 9983-5667.

Filmes da Semana: “Super-Herói – O Filme” e “Apenas Uma Vez”

O vôo da libélula

As estréias da semana passada, se não foram excepcionais, certamente agradarão aos seus públicos específicos. Os filmes escolhidos são o besteirol “Super-Herói – O Filme” e o drama independente “Apenas Uma Vez”.


“Super-Herói – O Filme” utiliza uma fórmula que remonta aos anos 80, quando David Zucker, Jerry Zucker e Jim Abrahams lançaram “Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu”, que mesclava uma história central parodiando um filme famoso, e mil e uma cenas engraçadas acontecendo em um plano secundário. Era praticamente a revista MAD levada para as telas.
O gênero foi ressuscitado pelos irmãos Wayans com “Todo Mundo em Pânico”, que já teve quatro episódios, e traz mais um rebento, “Super-Herói – O Filme”, escrito e dirigido por Craig Mazin. O elenco é praticamente desconhecido, a não ser Leslie Nielsen, um veterano do gênero e a turbinada Pamela Anderson, que faz uma ponta como a Mulher Invisível.
A história (?) é baseada em “Homem-Aranha”, com caronas em “X-Men”, “Batman Begins” e “Quarteto Fantástico”. Um jovem estudante, Rick Riker (Drake Bell), completamente ignorado por toda a escola, e, principalmente por sua musa, Jill Johnson (Sara Paxton), tem a sua vida totalmente alterada quando é picado por uma libélula geneticamente alterada. Ganhando superpoderes, ele decide utilizá-los para combater o crime.
O problema é que, desajeitado e inexperiente, causa tanto perigo para as pessoas normais quanto os próprios bandidos. Enquanto isso, Lou Landers (Christopher McDonald) um executivo obcecado, utiliza um experimento genético em si mesmo, que lhe dá uma força extraordinária, mas, para manter-se vivo, ele precisa sugar a vida de outras pessoas.

Nosso herói, o Homem-Libélula, vestindo um ridículo uniforme verde (o design é uma das melhores piadas) terá que enfrentar e derrotar o Ampulheta, antes que ele leve a cabo o seu plano de se tornar imortal, enquanto tenta conseguir a máxima realização como herói: aprender a voar.

As piadas são inúmeras, muitas delas acontecendo no plano secundário, e – aviso logo – algumas são meio escatológicas. A classificação indicativa é 12 anos, e não é recomendável para crianças menores.

“Apenas Uma Vez” representa o máximo de independência que se pode ter no universo comercial do cinema. Drama musical sensível, filmado inteiramente na Irlanda, dispensa o glamour previsível dos musicais de Hollywood, focando a história humana e plausível de dois jovens músicos em busca de afirmação pessoal e artística.

O Cara (Glen Hansard, líder e vocalista da banda The Frames) é um jovem músico irlandês, que retornou à sua terra após uma decepção amorosa. Enquanto compõe suas músicas e sonha com um sucesso distante, ele ajuda o pai em uma pequena oficina de manutenção de aspiradores de pó. A Garota (Markéta Irglová) é uma imigrante tcheca, separada e com uma filha de seis anos, que vende flores na rua e faz faxinas em casas, para sobreviver. Um aspirador quebrado faz com que os dois se conheçam e iniciem uma grande amizade.

Garota é uma pianista de talento, e consegue escrever as letras de que o Cara precisava, para as suas canções. À medida que se conhecem, aprendem a respeitar os limites e as aspirações do outro, sempre embalados pelas músicas que compõem.

Se o Cara tem o talento, na Garota sobram coragem e habilidade para negociar, o que facilita na hora de gravar o CD de demonstração necessário para tentar entrar no mercado.

Vencendo muitas dificuldades, os dois conseguem juntar um grupo para gravar o CD, a primeira das muitas batalhas que terão que enfrentar em suas vidas.

O projeto de “Apenas uma Vez” nasceu em 2005, em um concerto do The Frames, em Dublin. O diretor John Carney, que já fez parte da banda, encomendou a Glen Hansard, algumas canções para que, a partir delas, o roteiro fosse desenvolvido. Diversos encontros entre ambos ocorreram, resultando em dez canções inéditas e um roteiro de sessenta.

O filme, que custou míseros 150 mil dólares, ganhou o Oscar de Melhor Canção Original com “Falling Slowly”, composta por Glen Hansard e Markéta Irglová. “Apenas Uma Vez” ganhou, também, o Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro, o Prêmio do Público, no Sundance Film Festival, recebeu duas indicações ao Grammy, nas categorias de Melhor Trilha Sonora – Cinema/TV/Outras Mídias e Melhor Canção Original – Cinema/TV/Outras Mídias.

O cantor Bob Dylan gostou tanto do filme que convidou Glen Hansard e Markéta Irglová a fazerem o show de abertura em parte de sua turnê mundial.

Os amantes da música mundial certamente irão gostar desse singelo filme, o que explica uma sala quase lotada na sessão de domingo à noite.