Claquete – 28 de setembro de 2007
O que está em cartaz
A novidade da semana é a estréia de “O Homem Que Desafiou o Diabo”, de Moacyr Góes, filmado nas plagas potiguares. Estréiam, também, o épico “A Última Legião” (só no Cinemark) e a comédia “Escorregando Para a Glória” (só no Moviecom). Continuam em cartaz o ótimo policial “Rogue – O Assassino”, com Jet Li e Jason Statham (veja em Filme da Semana), a comédia “Licença Para Casar” e a animação “Os Simpsons – O Filme”. Nas programações exclusivas, o Cinemark exibe “Nunca é Tarde Para Amar”, “O Vigarista do Ano”, “Eu os Declaro Marido e… Larry”, “O Vira-Lata”, e, na Sessão Cult, “Cão Sem Dono”. Por sua vez, o Moviecom exibe “Mimzy – A Chave do Universo” e os dramas nacionais “Inesquecível”, com Murilo Benício, “Cidade dos Homens” e “Primo Basílio”. Para quem reclamava de programações repetidas, estas nunca estiveram tão variadas.
Estréia 1: “O Homem Que Desafiou o Diabo”
Estréia 2: “Escorregando Para a Glória”
O campeonato mundial de patinação no gelo costumava ocorrer de forma elegante, até a explosão da rivalidade entre o astro Chazz Michael Michaels (Will Ferrell) e do garoto prodígio Jimmy MacElroy (Jon Heder). Chazz e Jimmy já haviam se enfrentado em campeonatos anteriores, mas, a rivalidade faz com que briguem em plena pista de patinação. Como resultado, ambos são expulsos do esporte. Três anos e meio depois, eles decidem se unir para realizar algo inédito: ser a primeira dupla de homens da história da patinação no gelo. “Escorregando Para a Glória” estréia nesta sexta-feira, no Cine 5 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.
Estréia 3: “A Última Legião”
Sessão Cult: “Cão Sem Dono”
Lançamentos em DVD
“Homem-Aranha 3”, em DVD
No terceiro filme do Homem-Aranha, Peter Parker consegue equilibrar sua relação com Mary Jane e suas responsabilidades como herói. Mas, à medida que cresce a admiração dos feitos do Homem-Aranha pelo público, o sucesso sobe à cabeça de Peter. E, no caminho há mais problemas: os vingativos Homem-Areia, o novo Duende Verde e o mutante Venom. A edição com dois discos vem recheada de extras, além do formato de tela widescreen anamórfico e o som Dolby Digital.
“A Família do Futuro”, em DVD
Lewis, um jovem e genial inventor de doze anos, encontra um misterioso garoto que vem do futuro, Wilbur Robinson. Os dois se juntam numa aventura anos à frente, quando Lewis passará um dia com a excêntrica família de Wilbur – e sua vida mudará para sempre. Além do filme, que traz formato de tela widescreen e som Dolby Digital, o disco traz, como extras, “Inventando A Família do Futuro”; “Siga em frente: Invenções que deram forma ao Mundo”; “Cenas cortadas”; “Jogos e atividades” e “Comentário em áudio”. Nas locadoras.
“Mogli – O Menino Lobo”, em DVD
Pela primeira vez, chega ao formato DVD a clássica história de Mogli, criado por Rudyard Kipling. O desenho foi uma dos últimos trabalhos que Walt Disney acompanhou. Na história, um filhote de humano é encontrado no meio da floresta e é criado por uma matilha de lobos, chefiada por Akelá, e ajudada por Baguira, a esperta pantera, e o adorável urso Balú. Na indecisão entre viver como animal e humano, Mogli terá que decidir, ao mesmo tempo em que se protege do terrível tigre Shere Khan. Esta edição especial traz muitos extras preciosos.
Eventos
“Eternidade e um Dia”, no Cine Café
O Nalva Café Salão, em parceria com o Cineclube Natal exibe, na sessão Cine Café, “Ata-me”, do diretor grego Theodoros Angelopoulos. O filme conta a história do viúvo Alexander, no seu último dia antes de ser internado em um hospital, devido a uma doença incurável. A exibição será nesta sexta-feira, dia 29, às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Sócios do Cineclube e da Adurn não pagam. Para maiores de 14 anos.
“Deus e o Diabo na Terra do Sol”, no Cineclube Natal
O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), apresenta neste domingo, dia 30, o longa-metragem “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, obra mais famosa de Glauber Rocha. O longa será precedido do curta-metragem “Di Glauber”, um documentário de Glauber Rocha homenageando o pintor Di Cavalcanti, morto em 1976. A obra foi filmada durante seu velório e enterro. A exibição começa às 17h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 14 anos.
Filme da Semana: “Rogue – O Assassino”
Espada de dois gumes
Quando o inimitável Bruce Lee morreu, muitos tentaram assumir o posto de herdeiro do mestre, embora dois nomes tenham se projetado, cada um à sua maneira. Um deles foi Jackie Chan, que é contemporâneo do próprio Bruce Lee, atuando no lendário “Operação Dragão”, e hoje é famoso por suas comédias de ação minuciosamente coreografadas. O outro é Jet Li, que era um ilustre desconhecido por aqui, até estourar como o vilão de “Máquina Mortífera 4”. Depois do excelente “Cão de Briga” e do irregular “Mestre das Armas”, Li estrela um novo filme de ação, “Rogue – O Assassino”, em cartaz nos nossos cinemas.
O filme inicia com dois agentes do FBI em operação, Jack Crawford (Jason Statham) e Tom Lone (Terry Chen), que se confrontam com um perigoso assassino conhecido por Rogue, que trabalha para a Yazuka, a máfia japonesa. O criminoso, por vingança, mata Lone, a mulher e a filha, o que deixa Crawford alucinado e sedento de vingança.
Três anos depois, Crawford continua trabalhando no FBI, liderando um grupo especial contra o crime asiático. A cidade de São Francisco está sob a ameaça de uma guerra entre a Tríade, a poderosa máfia chinesa, que atua nos Estados Unidos desde a chegada dos primeiros imigrantes, e a Yazuka, que quer penetrar nos negócios ilegais americanos. O grupo chinês é liderado por Chang (John Lone) e o japonês por Shiro (Ryo Ishibashi).
A situação de equilíbrio de forças se desfaz, quando o perigoso assassino Rogue (Jet Li), que sempre trabalhara para os japoneses, começa a prestar serviço para os chineses. Rogue, que trabalhara até para a CIA americana, fizera várias cirurgias plásticas, a ponto de ficar totalmente irreconhecível.
Estão em jogo, agora, além do predomínio territorial nos Estados Unidos, duas estatuetas valiosas, pertencentes à família Chang por séculos, e que foi roubada por Shiro. O japonês quer vendê-las nos Estados Unidos, mas, graças a Rogue, não apenas os objetos são recuperados, como vários membros da Yakuza são executados.
Enquanto Crawford tenta entender o que está acontecendo entre as quadrilhas, ele encontra Rogue, a quem culpa pela morte de seu parceiro Lone. Mas, como não tem prova alguma contra ele, é obrigado a deixá-lo em liberdade.
Rogue, porém, não fica quieto. Ele provoca uma nova situação que leva à morte de um dos chineses mais influentes do bando de Chang. Mesmo este ordenando que não haja retaliação, esta acontece, com uma discreta ajuda de Rogue, e mais mortes acontecem.
O assassino prossegue com o seu jogo de gato e rato, atiçando um bando e outro, provocando situações de confronto, embora ele mesmo se mantenha inocente de tudo. Nessa altura, o espectador já terá alguma suspeita de sua real identidade, mas, outras reviravoltas irão ocorrer até o final da história.
Se alguém achar que este roteiro é familiar, pode lembrar de “O Último Matador”, onde Bruce Willis fazia um gângster que faz duas quadrilhas lutarem entre si, do faroeste “Por Uns Dólares a Mais”, de Sérgio Leone, ou, de “Yojimbo”, de Akira Kurosawa, onde um ronin, um samurai desempregado, vivido por Toshiro Mifune, oferece seus serviços a dois senhores, provocando sangrentas disputas entre eles.
Se a idéia não é nova, não quer dizer que ela não seja bem desenvolvida. O estilo grosseiro do personagem de Statham é equilibrado pela frieza do Rogue de Jet Li. Os detalhes são muito bem cuidados, a ponto de os diálogos dos orientais estarem em suas línguas originais (mesmo Hollywood sabendo que o mundo inteiro fala inglês desde o berço…).
Mesmo sem a profundidade psicológica de “Cão de Briga”, “Rogue – O Assassino” certamente não desapontará os fãs do gênero ação. Mantendo o equilíbrio entre a complexidade de muitas personagens com a dinâmica das fitas de ação, o filme flui com facilidade, e consegue manter a atenção do espectador até o final. Jet Li, com sua eterna cara de menino, mantém a seriedade que o identificam mais com o ídolo Bruce.