Claquete – 27 de julho de 2007

Newton Ramalho – colunaclaquete@gmail.com

O que está em cartaz

Os bruxos e robôs continuam em alta, mas, já vão dando espaço para outras estréias. As novidades da semana são o drama “Ela é Poderosa”, com a grande dama Jane Fonda, e o suspense “Luzes do Além”. Continuam em cartaz os arrasa-quarteirão “Transformers”, e “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, a animação “Ratatouille”, e nas programações exclusivas, “Treze Homens e um Novo Segredo”, e “Shrek Terceiro”, no Cinemark, e “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” no Moviecom. Acontece, também, a pré-estréia de “Duro de Matar 4.0”.

Estréia 1: “Ela é a Poderosa”

Rachel (Lindsay Lohan), uma adolescente problemática, vive trazendo problemas para sua mãe, Lilly (Felicity Huffman). Sem saber o que fazer, Lilly decide apelar para uma decisão extrema: pedir ajuda a sua mãe, Georgia (Jane Fonda), algo que ela tinha prometido a si mesma jamais fazer. Georgia é uma mulher inflexível, que segue regras rígidas de moral, bons costumes e trabalho duro. Juntas, Georgia, Lilly e Rachel descobrem antigos segredos de família e reatam os laços que foram um dia quebrados. “Ela é Poderosa” estréia nesta sexta-feira, na Sala 3 do Cinemark, e no Cine 3 do Moviecom. Para maiores de 12 anos.

Estréia 2: “Luzes do Além”

A esposa e o filho de Abe Dale (Nathan Fillion) são brutalmente assassinados diante de seus olhos, sem que ele possa impedir. Sem conseguir lidar com isso, Abe tenta o suicídio. Ele é levado a um hospital, e na sala de emergência, por alguns segundos, vê sua esposa e filho esperando-o num túnel branco. O reencontro é interrompido, quando o médico consegue ressuscitá-lo. Esta experiência faz com que Abe se torne capaz de perceber que as pessoas que estão prestes a morrer, pois emanam uma luz branca brilhante. Ele passa, então, a tentar salvá-las a todo custo. “Luzes do Além” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark, e no Cine 2 do Moviecom. Para maiores de 14 anos.

Pré-Estréia: “Duro de Matar 4.0”

John McClane, um policia da velha guarda, é convocado a sair de sua aposentadoria para uma última missão: combater criminosos que atuam pela internet. Os terroristas planejam desligar todos os sistemas de computadores no feriado de 4 de julho, dia da Independência dos Estados Unidos. A trama se passa em Washington, mas, as suas conseqüências irão afetar o mundo inteiro, na possível catástrofe. A pré-estréia de “Duro de Matar 4.0” acontece neste final de semana, nas sessões noturnas, na Sala 1 do Cinemark e no Cine 1 do Moviecom . Para maiores de 12 anos.

Eventos

Inscrições abertas para o III Fest Aruanda

Estão abertas, até 31 de agosto, as inscrições para a terceira edição do Festival Aruanda do Audiovisual Universitário Brasileiro. O evento será na cidade de João Pessoa, na Paraíba, de 11 a 15 de dezembro. Podem participar obras com até 20 minutos de duração, realizadas por alunos matriculados em uma universidade, escola ou faculdade de ensino superior. Mais informações na página do festival, no endereço www.cchla.ufpb.br/aruanda.

“Paris, Texas”, no Cine Café

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Café Salão, apresenta nesta sexta-feira, o longa-metragem “Paris, Texas”, do diretor Win Wenders, sobre a trajetória de um homem sem memória, em busca de sua família e de seu passado nas estradas do Texas. Com Harry Dean Stanton e Natassia Kinski. A exibição começa às 20h, no espaço do próprio café (Rua Duque de Caxias, 110, Ribeira). A entrada custa R$2,00. Classificação etária: 14 anos.

“Ó Paí, Ó”, na TV PIPA

Dando prosseguimento ao seu programa cultural, a TV PIPA, neste sábado, 28, irá exibir o primeiro vídeo-jornal, com entrevistas e assuntos relacionados à comunidade feito pelos jovens que estão participando das oficinas com Tito Rosemberg, junto com o curta-metragem “A Flor do Amador”, da Tv Pipa, e encerrando com o filme “Ó Paí, Ó, de Monique Gardenberg, com Lázaro Ramos. As exibições começam a partir das 19h, na Praça da Pipa. Mais informações pelo fone 3246-2854 ou pelo email tvpipa@gmail.com.

FOX, só dublado

Quem estava acostumado com as séries e filmes com áudio original e legendas, no canal pago FOX, teve uma surpresa desagradável. O canal passou a transmitir toda a sua programação dublada em português, o que está gerando protestos dos assinantes. Inicialmente, a FOX anunciou a medida como uma vantagem, mas, ante a reclamação geral, já colocou aviso de que está negociando com as empresas de assinatura para a transmissão alternativa. Como é que se muda para piorar?

Lançamentos em DVD

“Sobre Café e Cigarros”, em DVD

Novo projeto do cultuado cineasta independente Jim Jarmush. Em “Sobre Café e Cigarros”, o diretor reúne histórias curtas ligadas – claro – aos dois vícios, contadas por talentos como Bill Murray, Cate Blanchett, Iggy Pop, Alfred Molina, Roberto Benigni, Steve Buscemi e Jack & Meg White, dos White Stripes. O filme vem com formato de tela widescreen e som Dolby Digital. O disco traz, como bônus, a versão em mp4.

“Alila”, em DVD

Inspirado no romance de Yehoshua Kenaz, “Alila”, o diretor Amos Gitai monta um panorama atual da sociedade israelense, a partir de alguns personagens. A maior parte da história se passa ao redor de um pequeno prédio, onde vivem um sobrevivente do Holocausto, uma filipina, uma policial histérica, um velho que não larga de seu cão e um casal de amantes. O filme vem com formato de tela widescreen e som Dolby Digital. O disco traz, como bônus, a versão em mp4.

“300”, em DVD

A versão cinematográfica da graphic novel de Frank Miller, sobre os 300 de Esparta, chega em versão digital. O filme vem com formato de tela widescreen anamórfico e som Dolby Digital 5.1. O disco traz, como extras, Making Of, Menu Interativo, Comentários do Diretor, Cenas Eliminadas, e os documentários “Os 300 – Fato ou Ficção?”, “Quem eram os Espartanos: Os guerreiros dos 300”, “As Fitas de Frank Miller”, “Colocando 300 fotos” e Websódios.


Especial: Filmes históricos


Quando o meu amigo James pediu uma ajuda sobre filmes históricos, para ajudar a ilustrar as suas aulas, não imaginava que iria deparar com uma abordagem diferente sobre o cinema. Mais do que o chavão “uma imagem vale mais do que mil palavras”, um filme foge da suposta chatice do aprendizado tradicional, ao mesmo tempo em que conduz o espectador ao ambiente que se quer mostrar.

Os temas históricos são fartamente utilizados na indústria do cinema, seja para contar um determinado fato, ou, usando-o apenas como pano de fundo para uma trama ficcional. Como exemplos, “Tora! Tora! Tora!” e “Pearl Harbor” tratam do mesmo fato histórico, o ataque dos japoneses a Pearl Harbor que iniciou a guerra entre o Japão e Estados Unidos. Enquanto o primeiro trata o assunto de forma quase jornalística, o segundo explora um triângulo amoroso na ocasião do ataque.

A Segunda Guerra Mundial, aliás, é o período histórico que propiciou mais filmes. São mais de quinhentos, e que continuam sendo produzidos, a exemplo dos premiados “Cartas de Iwo Jima” e “A Conquista da Honra”, ambos dirigidos por Clint Eastwood, mostrando lados opostos da batalha de Iwo Jima.

Se em alguns temas sobram títulos, em outros há escassez. Quando se fala de Pré-História, quase não se encontra nada. Antes que alguém cite “Jurassic Park”, lembro que nem aquilo é Pré-História, nem houve convivência entre homens e dinossauros. Além do trecho inicial de “2001: Uma Odisséia no Espaço”, o melhor filme sobre Pré-História, sem dúvida, é “A Guerra do Fogo”, magnífica produção de 1981, ganhadora do Oscar de Maquiagem. Este filme, lamentavelmente, não foi lançado, ainda, em DVD no Brasil.

Na minha adolescência lembro de ter assistido alguns filmes exóticos, do tipo “Quando as Mulheres Faziam Ding-Dong” ou “Um Milhão de Anos Antes de Cristo”, estrelado pela gostosona (na época) Rachel Welch, mas, nada muito científico.

Prosseguindo na linha do tempo, os anos 50 e 60 foram prolíficos em filmes sobre Roma e a Grécia Antiga, embora sempre se detivessem mais nos mitos lendários, com especial atenção para os Heróis, tipo Hércules e assemelhados, quase sempre interpretados por fisiculturistas repletos de músculos saltitantes. Alguns desses filmes eram superproduções, que se sobressaíram e são cultuadas até hoje, como “Ben-Hur”, “Spartacus”, “Cleópatra” e “A Queda do Império Romano”.

O fascínio por esta época ainda continua, e um sucesso recente foi “Gladiador”, de Ridley Scott, que levou o ator Russell Crowe ao ápice da fama. Embora tenha sido produzido com muita atenção aos detalhes, muitas liberdades poéticas foram utilizadas, o que prejudica quem tentar levar o filme ao pé da letra.

O fato desta época sobre o qual mais se fez filmes foi a vida e morte de Jesus Cristo. Além de clássicos magníficos, como “O Rei dos Reis”, de Nicholas Ray, e “O Evangelho Segundo São Mateus”, de Pasolini, foram feitos abordagens ousadas, como “A Última Tentação de Cristo”, de Scorsese, cômicas, como “A Vida de Brian”, do grupo Monty Python, chegando à desagradável versão de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”.

Curiosamente, não existem muitos filmes sobre o período entre o declínio do Império Romano do Ocidente e a Idade Média Clássica, após o ano 1000. As produções que tratam da Idade Média, normalmente mostram, de alguma maneira, as Cruzadas e os efeitos da Inquisição. Sobre as Cruzadas, além do recente (e magnífico) “Cruzada”, de Ridley Scott, existem duas divertidas comédias italianas, que, apesar da galhofa, demonstra um razoável fidelidade histórica: “O Incrível Exército de Brancaleone” e “Brancaleone nas Cruzadas”, onde Vittorio Gassman vive um atrapalhado cavaleiro.

Outro sucesso recente, “O Nome da Rosa”, baseado no romance homônimo de Umberto Eco, conseguiu a proeza de juntar uma história de suspense ao ambiente opressivo de um mosteiro isolado, onde crimes estranhos atraem a atenção dos poderosos Inquisidores. Além de um roteiro fantástico, uma primorosa recriação de época, a atuação de Sean Connery e F. Murray Abraham prendem a atenção do espectador do começo ao fim.

Outros filmes tratam da época, como as diferentes versões da vida de Santa Joana D’Arc, “El Cid”, o herói que lutou pela unificação da Espanha, e “Em Nome de Deus”, sobre a bela história de amor de Abelardo e Heloísa.

Das Grandes Navegações, começam a aparecer mais títulos, já que além das Américas, também se mostram aventuras no Oriente. Um dos títulos interessantes dessa época é “Xógun”, minissérie baseada no romance de James Clavell, sobre um navegador inglês que chegou ao Japão quando só era permitido o acesso dos portugueses.

Para as nossas bandas, temos títulos como “1492 – A Conquista do Paraíso”, “A Missão”, “Hans Staden”, de Luis Alberto Pereira, e “Como Era Gostoso o Meu Francês”, de Nelson Pereira dos Santos.

À medida em que vamos avançando na linha do tempo, os títulos ficam mais variados e freqüentes. As guerras e revoluções são os temas mais ricos, como a Revolução Francesa (que inspirou “Danton e o Processo da Revolução”, “Casanova e a Revolução”, “O Enigma do Colar” e o recente “Maria Antonieta” de Sofia Coppola). A Guerra Civil americana também rendeu algumas pérolas como “…E o Vento Levou”.

Já deu para o leitor perceber que o assunto é praticamente infindável, assim como a lista. Se, em uma simples passada, já levantei 300 títulos, imagine se for feita uma pesquisa mais ampla e participativa. Lanço, aqui, um desafio aos leitores: pesquise os seus filmes históricos favoritos, associando-os à época e ao fato gerador e envie para o email que está no alto da coluna. Quando conseguir montar um banco de dados digno de nota, colocarei à disposição de todos em algum site da internet. Boa caçada!