Claquete – 08 de junho de 2007
O que está em cartaz
Preparem as adivinhações, que a véspera de Santo Antônio já está chegando. Os filmes em cartaz não são muito românticos, mas, pra namorar, tudo serve… As estréias da semana são o romance “Totalmente Apaixonados”, com Julianne Moore e David Duchovny (só no Cinemark), o terror “Primitivo” e o documentário “Pro Dia Nascer Feliz” (os dois últimos, só no Moviecom). Nas continuações, além de “Homem-Aranha 3” e “Piratas do Caribe 3 – No Fim do Mundo”, temos os ótimos os suspenses “Um Crime de Mestre”, com o genial Anthony Hopkins, e “Premonições”, com Sandra Bullock (vejam em Filmes da Semana). Neste final de semana, já tem a pré-estréia de “Shrek Terceiro”.
Estréia 1: “Totalmente Apaixonados”
Rebecca (Julianne Moore) é uma atriz de sucesso, c
asada com Tom (David Duchovny), um guru da propaganda que recentemente deixou o emprego para se tornar dono de casa. Tobey (Billy Crudup), o irmão mais novo de Rebecca, namora há oito anos Elaine (Maggie Gyllenhaal), uma aspirante a escritora de livros infantis. Apesar do longo tempo do relacionamento, ele não se sente preparado para se casar e constituir família. Dirigido por Bart Freundlich, o filme conta ainda com participações de Eva Mendes, Ellen Barkin e dos filhos de Moore, Liv e Caleb. “Totalmente Apaixonados” estréia nesta sexta-feira, na Sala 1 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.
Estréia 2: “Primitivo”
Um crocodilo de oito metros de com
primento ameaça os povoados africanos, já que também é um devorador de homens. Ao saber da história, uma equipe de jornalistas norte-americanos decide filmar a criatura e capturá-la com vida. Porém, quando o produtor Tim Manfrey (Dominic Purcell), o cinegrafista Steven Johnson (Orlando Jones) e o restante da equipe partem em busca do predador, eles não têm idéia do tamanho do perigo que correm. A situação deles já não é nada satisfatória e começa a ficar ainda mais perigosa quando um militar desconfiado resolve torná-los alvo de morte. A direção é de Michael Katleman. “Primitivo” estréia nesta sexta-feira, no Cine 7 do Moviecom. Para maiores de 16 anos.
Estréia 3: “Pro Dia Nascer Feliz”
Documentário sobre as diferentes situações qu
e adolescentes de 14 a 17 anos, ricos e pobres, enfrentam dentro da escola: a precariedade, o preconceito, a violência e a esperança. Foram ouvidos alunos de escolas da periferia de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e também de dois renomados colégios particulares, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro. Segundo longa-metragem do diretor João Jardim, ganhou os prêmios de Melhor Filme – Júri Popular, Melhor Trilha Sonora, o Prêmio Especial do Júri e o Prêmio da Crítica, no Festival de Gramado. “Pro Dia Nascer Feliz” estréia nesta sexta-feira, no Cine 3 do Moviecom. Censura livre.
Pré-Estréia: “Shrek 3”
Shrek e Fiona, agora, são rei e rainha do reino de “Tão, Tão Distante”, porque o Rei Harold virou um sapo. Como o casal quer voltar a viver no pântano, Harold propõe que eles encontrem o novo herdeiro da coroa, para tomar conta do reino no lugar deles. Shrek, Burro e Gato-de-Botas vão para o lado mais distante do reino, onde o jovem Artie, sobrinho da Rainha Lilian, está prestes a completar seus estudos. Artie é o jovem Rei Arthur, e os três têm que convencer esse jovem extremamente rebelde a voltar e assumir o trono. Enquanto isso, Fiona fica sozinha no reino de “Tão, Tão Distante” e o Príncipe Encantado tenta aplicar um golpe de estado. Para impedi-lo, ela forma um movimento de resistência junto com todas as princesas. A pré-estréia de “Shrek 3” será na sexta-feira, sábado e domingo, no Cine 7 do Moviecom, na sessão de 17h, e na Sala 7 do Cinemark, na sessão de 16h. Censura livre. Cópia dublada.
Novidades
“Apocalypto”, em DVD
Dirigido por Mel Gibson, “Apocalypto” conta a história de Jaguar Paw (Rudy Youngblood), um homem que teve sua vida tranqüila abruptamente mudada por uma violenta invasão. Governantes de um império Maia em declínio insistem que a chave para a prosperidade é construir mais templos e oferecer mais sacrifícios humanos e por isso, Jaguar Paw e seus amigos são capturados e levados para a capital do país, onde um terrível destino o aguarda. Com a ajuda do acaso e guiado pelo amor a sua esposa e família, ele consegue escapar e agora fará uma corrida desesperada para voltar salvar o que mais ama. Nas locadoras.
“It – Uma Obra-Prima do Medo”, em DVD
O Cineclube Natal, em parceria com o Teatro de Cultura Popular (TCP), apresenta neste domingo, dia 10, o inédito “A Vida dos Outros”, de Florian Henckel von Donnersmarck, Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2007. Também será apresentado o curta-metragem “Ryan”, de Chris Landreth, que ganhou, em 2004, o Oscar de Melhor Curta de Animação. A exibição começa às 17h, no TCP, ao lado da Fundação José Augusto. Após o filme, haverá debate com a platéia, e sorteios de um DVD e pôsteres. Os ingressos custam R$ 2,00. Para maiores de 14 anos.
Vai um televisor velho aí?
No momento em que o mundo discute o aquecimento global e os danos ao meio-ambiente, é bom prestar atenção na sucata eletrônica. Com os preços das tvs de tela fina despencando, é natural que muita gente aproveite para fazer um upgrade na telinha. Mas, o que fazer com os milhões de televisores antigos, com os tubos de imagem cheios de chumbo e outros metais perigosos? É bom que alguém comece a pensar nisso, antes que essa sucata comece a povoar os lixões das cidades, junto com pilhas, baterias e outros materiais com igual potencial de dano. Na dúvida, doe para alguém.
Filmes para assistir no Dia dos Namorados
Filmes da Semana: “Um Crime de Mestre” e “Premonições”
O crime sem provas e um dia antes do outro
Enquanto os piratas lutam contra as aranhas, pelo domínio das salas de cinema, duas agradáveis surpresas chegaram, para alívio dos cinéfilos com mais de três neurônios. São dois filmes de suspense, de complexidade acima da média, que fogem um pouco do “hambúrguer e fritas” hollywoodiano. Os filmes são “Um Crime de Mestre” e “Premonições”.
“Um Crime de Mestre”, do diretor Gregory Hoblit, é um Hitchcock às avessas. Nos primeiros minutos, testemunhamos o assassinato de u
ma mulher, pelo seu marido. O assassino, um rico empresário do ramo de aviação, Ted Crawford (Anthony Hopkins), após observar a mulher num hotel com um amante, fora para casa esperá-la, preparando o crime.
Quando a polícia chega, ele não esboça reação, e o homem que entra para negociar com ele é Rob Nunally (Billy Burke), nada menos do que o amante da vítima. Rob se desespera, ao reconhecer a amante e agride Ted, sendo contido pelos outros policiais.
Um outro personagem irá se juntar aos acontecimentos. Willy Beachum (Ryan Gosling) é um jovem e ambicioso promotor público, que está no melhor momento de sua vida profissional. Muito jovem, mas, já dono de uma carreira invejável, ostenta o escore de 97% de sucessos no tribunal, o que lhe garante uma promessa de emprego em um dos escritórios de advocacia mais concorridos dos Estados Unidos.
Arrogante, com a cabeça cheia de elogios e com as energias todas voltadas para o futuro emprego, ele entra descuidadamente no caso de Crawford, já que o assassino tinha sido preso em flagrante e confessara o crime.
Para surpresa de todos, Ted Crawford decide dispensar os advogados e a audiência preliminar, indo direto para o julgamento. Todos, inclusive Beachum, acreditam que Crawford está louco, e que será condenado em um piscar de olhos. Mas, quando o processo começa a rolar, as surpresas acontecem. Para começo de conversa, a arma apresentada como a do crime não era a mesma que fora disparada. A confissão fora feita com a presença de Nunally, o policial que era amante da vítima, e isso a tornava uma prova nula.
Beachum corre contra o tempo, sendo pressionado pelo chefe, pela futura empresa, pela imprensa e até por Nunally, que quer recorrer a provas plantadas, para condenar Crawford. Este, vai levando o caso com ironia, manipulando tudo e todos, para conseguir a sua liberdade. E com ela, o poder de decidir pela vida da mulher, mantida artificialmente por aparelhos em um hospital.
Para Beachum, só poderá haver esperanças, quando ele perceber que está apostando em valores equivocados. Só quando ele descobrir que vencer em um tribunal não significa fazer a justiça, é que ele irá conseguir alcançar os seus objetivos.
Embora não haja perseguições de carros, explosões e outros efeitos comuns nos filmes policiais da atualidade, “Um Crime de Mestre” prende a atenção do espectador, principalmente pela atuação magistral de Anthony Hopkins, que, embora o acusem – injustamente – de repetir o Hannibal de “Silencio dos Inocentes”, consegue criar um vilão igualmente magistral, cínico, cruel, frio e maquiavélico.
“Premonições”, do diretor Menan Yappo, é um suspense muito diferente do descrito anteriormente, e, é bom salientar, não tem nada a ver com a série “Premonição”, com o habitual mata-mata de adolescentes. O filme estrelado por Sandra Bullock é um suspense sufocante, onde os acontecimentos de uma semana são mostrados através da personagem Linda, que vê o seu mundo se desmoronar, sem que ela entenda como.
Tudo começa quando, em um dia absolutamente normal, ela recebe a notícia de que o seu marido, Jim (Julian McMahon), morreu em um acidente de carro. Aturdida com a notícia chocante, ela tem que administrar a própria dor, a das filhas, contando com a ajuda da mãe (Kate Nelligan) e da melhor amiga (Nia Long).
Quando acorda, na manhã seguinte, Linda descobre que o marido está vivo e com ótima saúde. A fatídica viagem ainda não aconteceu, e ela fica sem saber o que fazer, se o que viveu no dia anterior foi apenas um pesadelo.
O próximo dia já traz novos horrores, já que, além do marido ter morrido, Linda descobre que a filha mais velha está com o rosto desfigurado, com enormes cicatrizes, e ela não faz a menor idéia do que possa ter acontecido.
Em dúvida sobre a sua própria sanidade mental, Linda começa a perceber – e os espectadores, também – que ela está vivendo uma semana de forma errática, ao invés do normal, de um dia após o outro. Ela precisa entender como os fatos se justapõem para tentar impedir a tragédia que, da forma como está vivendo, ainda está para acontecer.
“Premonições” não é um filme fácil, principalmente pela seqüência errática dos acontecimentos, já que vamos acompanhando a personagem e sua visão dos fatos. Porém, é um filme que foge totalmente do padrão pré-mastigado de Hollywood, e por isso, merece ser visto com calma, na telona mesmo.