Claquete – 25 de maio de 2007
O que está em cartaz
Os cinemas de Natal continuam cheios de aranhas, e lá vem uma nova invasão, desta vez, de piratas! Para se ter idéia, das 14 salas de cinema de Natal, 12 estarão divididas entre “Homem-Aranha 3” e “Piratas do Caribe 3 – No Fim do Mundo”, única estréia da semana. Nas continuações, além do aracnídeo, tem a comédia “Escola de Idiotas”, e, nas programações exclusivas, o Cinemark oferece “Maria Antonieta”, de Sofia Coppola, com Kirsten Dunst no papel-título, o suspense “Número 23”, com Jim Carrey, e a comédia romântica “Minha Mãe Quer Que Eu Case”. No Moviecom, continuam em cartaz os dramas “Pecados Íntimos”, com Kate Winslet e Jennifer Connely, e o nacional “O Cheiro do Ralo”. Não deixe de conferir a matéria sobre os trinta anos da série “Star Wars”.
Estréia 1: “Piratas do Caribe 3 – No Fim do Mundo”
O lorde Cuttler Beckett (Tom Hollander), da Companhia das Índias Orientais, detém o comando do navio-fantasma Holandês Voador. O navio, agora sob o comando do almirante James Norrington (Jack Davenport), tem por missão vagar pelos sete mares em busca de piratas e matá-los sem piedade. Na intenção de deter Beckett, Will Turner (Orlando Bloom), Elizabeth Swann (Keira Knightley) e o capitão Barbossa (Geoffrey Rush) precisam reunir os Nove Lordes da Corte da Irmandade. Porém, falta um dos Lordes, o capitão Jack Sparrow (Johnny Depp). O trio parte para Cingapura, na intenção de conseguir o mapa que os conduzirá ao fim do mundo, o que possibilitará que Jack seja resgatado. Porém, para conseguir o mapa, eles precisarão enfrentar um pirata chinês, o malévolo capitão Sao Feng (Chow Yun-Fat). Assim poderão resgatar Jack, o Pérola Negra e lutar enfim contra o temido Holandês Voador e seus algozes. Terceira seqüência da grife “Piratas do Caribe”, baseado em um brinquedo da Disneyworld. A direção é de Gore Verbinski. “Piratas do Caribe 3 – No Fim do Mundo” estréia nesta sexta-feira, nas Salas 1 (dublado), 2 e 6 (legendado) do Cinemark. Para maiores de 12 anos.
Novidades
“A Rainha”, em DVD
Quando a notícia da morte da Princesa Diana chega ao público britânico, a rainha Elizabeth II está de férias no seu castelo de verão, sem compreender o sentimento do público frente aquela tragédia. Tony Blair, o Primeiro-Ministro recém-eleito, percebeu, de imediato, que o choque pela morte da princesa poderia se converter em rejeição à realeza, frente à frieza da família real. Conforme a manifestação pública cresce, ele precisa encontrar uma forma de reaproximar a rainha de seus súditos. Nas locadoras no início de junho.
“O Homem Duplo”, em DVD
“Moby Dick”, no projeto Cinema & Literatura
Cineclube Natal exibe “Crepúsculo dos Deuses”
O Cineclube Natal, prosseguindo a programação especial do seu mês de aniversário, exibe neste domingo, dia 27, o clássico “Crepúsculo dos Deuses”, do diretor Billy Wilder. O longa de Wilder, ganhador de três Oscars e quatro Globos de Ouro, é uma das mais devastadoras sátiras sobre o lado sombrio do ser humano e da indústria de cinema americano. A exibição começa às 17h, no Teatro da Cultura Popular (TCP), ao lado da Fundação José Augusto. Após o término da sessão haverá debate com a platéia. A entrada custa R$ 2,00. Sócios do Cineclube e filiados à Adurn não pagam.
Centenário de John Wayne
No dia 26 de maio, John Wayne, um dos maiores nomes de Hollywood, completaria 100 anos de vida. Muito identificado com o gênero faroeste, Wayne participou de cerca de 250 filmes, tendo sido o protagonista em 142 deles. Nascido em 1907, com o nome de Marion Robert Morrison, foi jogador de futebol americano, dublê e contra-regra, antes de conhecer o diretor John Ford, que o dirigiu em vários filmes no final dos anos 1920 e lhe deu o personagem de “No Tempo das Diligências”, de 1939. Wayne ganhou o Oscar por “Bravura Indômita”, em 1969, e morreu de câncer dez anos depois. Muito patriota, participou de vários filmes em que encarnou o herói americano, inclusive o polêmico “Os Boinas Verdes”, que defendia a guerra do Vietnã.
Home Theater sem fio
Depois do controle remoto e do telefone, a moda do sem fio chegou ao home theater. A D-Link, mais conhecida por suas soluções sem-fio na área de informática, entra na área de home theater lançando o Wireless HD media player DSM-520. O acessório permite receber arquivos de música, vídeos e fotos de um computador a partir de um roteador Wi-Fi de qualquer marca. Utilizando conexões HDMI, componente ou S-Video, o aparelho pode captar, ainda, páginas da internet e enviar todo o conteúdo para a tela do TV ou para o receiver, por meio de tomadas digitais de áudio óptica e coaxial.
Doclisboa 2007
Atenção, cineastas natalenses. Estão abertas, até 15 de junho, as inscrições para o doclisboa 2007 – 5º Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa, que acontece de 18 a 28 de Outubro. Podem concorrer filmes de longa, média e curta metragem, nos formatos 35mm, 16mm e vídeo. Para mais informações, regulamento e inscrições, consultar o site http://www.doclisboa.org/.
Especial: Trinta anos de “Star Wars”
Nos idos de 1977, quando eu passava em frente ao imponente Cine Municipal, em João Pessoa, sentia forte curiosidade sobre um filme que estava prestes a entrar em cartaz, com o pomposo título de “Guerra nas Estrelas”. Sendo de uma família fã de ficção-científica, não precisei muito convencimento para arrastar minha mãe e a noiva para conferir o novo filme. Nem é preciso dizer que saí empolgado com o que vi, mas, mesmo com as entrevistas do jovem diretor George Lucas, falando em três trilogias, não levei muito a sério essa história (acho que nem ele mesmo acreditava nisso).
No filme, o jovem Luke Skywalker (Mark Hammil) sonha em ser piloto de caça, mas, se vê envolvido em uma guerra intergalática quando seu tio compra dois robôs e com eles encontra uma mensagem da princesa Leia Organa (Carrie Fisher) para o jedi Obi-Wan Kenobi (Alec Guiness) sobre os planos da construção da Estrela da Morte. Luke, então, se junta aos cavaleiros jedi e ao mercenário Hans Solo (Harrison Ford), para tentar destruir esta terrível ameaça. Uma história simples, quase infantil, com muita referências aos samurais, faroeste e batalhas da Segunda Guerra Mundial.
A década de 70 foi a década dos grandes filmes catástrofe, com sucessos estrondosos, como “Aeroporto”, “Terremoto”, “Inferno na Torre”, “Tubarão”, além de filmes intensos, como “Poderoso Chefão”, “Um Dia de Cão”, “Operação França” e “Exorcista”, só para citar alguns.
Como poderia, então, se explicar o sucesso de um filme que não dava a mínima atenção para os princípios científicos tão respeitados em “2001: Uma Odisséia no Espaço”, do genial Stanley Kubrick? Afinal de contas, naves explodiam no espaço com muito barulho, espadas de luz pareciam ser sólidas e outras tantas coisas curiosas.
Mas, talvez tenha sido exatamente isso o que despertou a simpatia dos espectadores, principalmente o público infanto-juvenil, pouco interessado em cientificidades. A paixão pelo novo gênero, “space opera”, uma referência às novelas deles, chamadas de soap operas, trouxe, na esteira, uma procura por brinquedos e outros objetos com os personagens do filme. O estúdio não havia se interessado por isso – decisão da qual devem ter se arrependido amargamente – ficando tudo para Lucas.
O filme foi considerado barato, apenas dez milhões de dólares. Mesmo considerando-se a inflação em dólares, que elevaria essa soma cinco vezes, ainda é uma fração do que foi gasto nos últimos episódios da série. Calcula-se que a saga já rendeu cerca de 20 bilhões de dólares. Muita gente torceu o nariz, na época, principalmente os meus colegas críticos (eu não, pois ainda ralava nos bancos da engenharia), tanto que, apesar do sucesso de público, o filme ganhou seis Oscars considerados “técnicos”, Direção de Arte, Figurino, Efeitos Especiais, Montagem, Trilha Sonora e Melhor Som. Ganhou ainda um Oscar especial, dado a Ben Burtt, pelo seu trabalho junto aos efeitos sonoros do filme.
Mas, mais de duzentos milhões de dólares de bilheteria, só nos Estados Unidos são um argumento difícil de considerar. Assim, em 1980 foi lançada a continuação, “O Império Contra-Ataca”, e, em 1983, o capítulo final, “O Retorno do Jedi”. Com isso, o público em geral achava que a saga estava encerrada.
Mas, Lucas, agora um diretor famoso e cheio da grana, dono da mais importante empresa de efeitos especiais de Hollywood, a Industrial Light & Magic, mais conhecida como IL&M;, não iria desistir assim tão fácil do seu sonho original. 22 anos depois do filme original, Star Wars retornava aos cinemas, agora com “Episódio 1 – A Ameaça Fantasma”, mostrando a origem de Anakin Skywalker, futuro pai de Luke, o herói do primeiro filme (que viraria o quarto, na seqüência histórica). A estes se seguiram “Episódio 2 – O Ataque dos Clones” e “Episódio 3 – A Vingança dos Sith”, este último apresentando, nos minutos finais, o nascimento do maior vilão do cinema, Darth Vader.
Muita coisa mudou, entre a primeira trilogia e a segunda. Mesmo com o fascínio de Hollywood com o sucesso do primeiro “Star Wars” (posteriormente rebatizado de “Episódio 4 – Uma Nova Esperança”), George Lucas dedicou-se à IM&L;, deixando as duas seqüências com outros diretores, Irvin Kershner, para “O Império Contra-Ataca” (considerado, por muitos, o melhor da série) e Richard Marquand, para “O Retorno do Jedi”.
Já os episódios da segunda trilogia, ficaram todos sob a batuta de Lucas. Entre uma trilogia e outra, Lucas ficou milionário, não só com a IM&L;, mas, também com os inúmeros relançamentos da primeira trilogia. Além do cinema, a série foi lançada em VHS, em laserdisc, novamente nos cinemas e VHS, com os efeitos especiais atualizados e, finalmente, em DVD. Já correm boatos sobre uma nova edição em 3-D, embora o que seja mais provável é uma edição especial com os seis episódios.
Houve uma sensível mudança, da primeira trilogia para a segunda. Enquanto que, na primeira, estava muito bem definido quem era vilão e quem era mocinho, na segunda, o público fica meio confuso com a transição do precoce Anakin para o malévolo Darth Vader, que só aparece nos minutos finais de “A Vingança dos Sith”.
Muitos fãs ainda tem esperança de que seja feita a prometida terceira trilogia, que narraria os acontecimentos após “O Retorno do Jedi”, mas, não há nada de concreto no ar. Mas, para quem precisou esperar vários anos para o “Episódio 1”, sempre há uma – velha – esperança de que o tio Lucas ponha as mãos na massa e cumpra o prometido.
Até lá, contamos com a magia do DVD para curtir os seis episódios da série, seja em que seqüência se queira, com histórias adicionais, com os desenhos das Guerras Clônicas, também criadas por Lucas. Aliás, já que não dá para participar das inúmeras festividades que comemorarão as três décadas do primeiro filme, que tal organizar uma super sessão, chamar os amigos e curtir a data? Não esqueçam de me convidar. Que a Força esteja com vocês!