Claquete – 22 de dezembro de 2006
Newton Ramalho – colunaclaquete@gmail.com
O que está em cartaz
Nas estréias da semana, “Eragon”, mistura de “Star Wars” com “Senhor dos Anéis”, a comédia nacional “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”, com Renato Aragão, e, “O Amor Não Tira Férias”, romance, com Cameron Diaz, Jude Law e Kate Winslet. Nas continuações, “007 – Cassino Royale”, ação, com o novo James Bond, “Xuxa Gêmeas”, as animações “Por Água Abaixo” e “Happy Feet – O Pinguim”. Nas programações exclusivas, no Cinemark, “O Ilusionista”, drama com tons de mistério, e, no Moviecom, “Volver”, mais recente trabalho de Almodóvar, a comédia nacional “Fica Comigo Esta Noite”, e, a fantasia “O Labirinto do Fauno”, de Guillermo del Toro. Aos cristãos, aos não-cristãos, aos agnósticos e aos ateus, meus sinceros votos de um Natal muito feliz, independente da orientação religiosa. Paz, luz e harmonia aos homens de boa vontade!
Estréia 1: “Eragon”
Estréia 2: “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili”
Amanda Woods (Cameron Diaz) e Iris Simpkins (Kate Winslet) são duas mulheres que vivem distantes uma da outra, uma nos Estados Unidos, outra na Inglaterra. Mas, as duas têm estão cansadas de suas vidas, e, precisam desesperadamente dar uma renovada. Conhecendo-se na Internet, resolvem trocar de casas durante os feriados natalinos. É nessa troca que elas descobrem que uma mudança de endereço realmente pode mudar as suas vidas. A diretora Nancy Meyers reuniu um elenco de peso, com Jude Law, Jack Black, Edward Burns e Rufus Sewell. “O Amor Não Tira Férias” estréia nesta sexta-feira, na Sala 7 do Cinemark. Para maiores de 12 anos.
Novidades
“Anjos do Sol”, em DVD
Finalmente, o ótimo drama nacional “Anjos do Sol”, que foca a prostituição infantil no Brasil, chega às locadoras. Maria (Fernanda Carvalho) é uma jovem de 12 anos, que mora no interior do nordeste brasileiro. No verão de 2002 ela é vendida, por sua família, a um recrutador de prostitutas. Após ser comprada em um leilão de meninas virgens, Maria é enviada a um prostíbulo em um garimpo, na floresta amazônica. Após meses sofrendo abusos, ela consegue fugir e cruza o Brasil, para tentar uma vida nova no Rio de Janeiro. Mas, ao chegar lá, vê que as coisas não são diferentes.
“Roma”, em DVD
A minissérie “Roma”, produzida pela HBO, foi lançada em DVD num belo estojo com seis discos. Quatrocentos anos depois da fundação da República, Roma é a menos saudável cidade do mundo, uma metrópole cosmopolita com um milhão de habitantes, epicentro de um império preguiçoso. Depois de oito anos na guerra, os soldados Lucius Vorenus e Titus Pullo são envolvidos, contra a vontade, em eventos históricos que mudariam o rumo da Roma antiga. A minissérie fala sobre amor e traição, mestres e escravos, maridos e esposas, mostrando o dia-a-dia de uma turbulenta era que testemunhou a queda de uma República e o nascimento de um Império.
Plasma, LCD, DVD, Home Theater… Comprar ou não comprar?
Já torrou o décimo-terceiro todo, ou, ainda sobrou algum para uma melhoria no som e imagem de sua casa? Considerando-se que ir ao cinema tornou-se um programa caro e seletivo, investir no lazer doméstico é uma opção interessante, além de contribuir para melhorar o vínculo familiar. E, o que tem de novo no mercado?
Onde aconteceram as mudanças mais impactantes, em 2006, foi no mercado de televisores. Com a acirrada concorrência dos fabricantes, principalmente em um ano de Copa do Mundo, o que se observa é uma queda de preços generalizada, e, em especial, no setor de telas finas.
Hoje, é possível comprar uma tv de tubo de 29 polegadas, de tela plana, por menos de mil reais. As inovadoras telas de plasma de 42 polegadas despencaram, em menos de um ano, de um patamar superior a dez mil reais para algo em torno de quatro mil, com promoções que permitem pagar em dez parcelas sem juros. A de 50 polegadas já pode ser encontrada por oito mil.
As concorrentes diretas, as de cristal líquido, ainda estão mais caras, mas, também tiveram forte redução nos preços. Um aparelho de 32 polegadas, que no ano passado custava onze mil reais, pode ser adquirido por cerca de quatro mil, também em condições facilitadas. A de quarenta polegadas pode ser adquirida por menos de oito mil reais.
Mesmo estando em um nível de preços muito acima do que um brasileiro médio possa pensar, já dá para começar a sonhar com estes objetos de desejo. Resta, ao sonhador incauto, precaver-se contra alguns percalços que ainda cercam o comprador de telas finas.
A primeira coisa que o candidato deve pensar é o uso que fará da nova televisão. Se a intenção for assistir a programação da tv, é bom atentar para alguns detalhes. Todas essas tvs, de plasma ou LCD, tem o formato retangular, que será o padrão da futura TV Digital. Portanto, se comprar um aparelho desses, o espectador terá que escolher se assiste a novela com barras pretas nas laterais, ou, se vê a imagem deformada, para poder ocupar toda a área visível.
Por outro lado, o comprador da tv de plasma deve se preocupar com o efeito do burn-in, que é a possibilidade de uma imagem parada inutilizar um determinado ponto da tela, efeito permanente, infelizmente. Além disso, há uma perda gradual da qualidade de imagem, estimando-se a vida útil de um plasma em cinco anos.
O cristal líquido também tem suas mazelas. Além de não ser tão brilhante quanto o plasma, há uma perda de nitidez para o espectador que estiver um pouco de lado. Quando a cena exibida tem movimentos muito rápidos, há a ocorrência de “fantasmas” na tela. Com um consumo de energia menor do que o plasma, o LCD tem uma vida útil estimada em sete anos.
Tanto uma, como outra, são perfeitas para se assistir filmes em DVD, pois, além de ter uma definição muito maior do que um tv de tubo, essas tvs já vem com conectores especiais, inclusive o HDMI, que permite a recepção de dados totalmente digitais, de som e imagem, através de um único cabo.
Agora, se o espectador que fazer a escolha do aparelho baseado na futura TV digital, pode esquecer. Até que as transmissões aconteçam, numa freqüência razoável, vai demorar pelo menos de um a dois anos. Se o padrão adotar a alta definição, o plasma está em desvantagem, já que, a resolução dos modelos hoje disponíveis, é inferior ao que exige uma transmissão em HDTV. Nesse caso, ponto para o LCD.
Deixando a imagem um pouco de lado, vamos ver o DVD. Quando comprei o meu primeiro aparelho, no final de 1997, paguei mil e cem reais, comprando através da internet, já que nenhuma loja em Natal dispunha de players para vender. Hoje, é possível comprar um aparelho com muitos recursos por um décimo do preço que paguei naquela época. Para compensar a inundação de aparelhos do mercado, os fabricantes tentam inovar, dotando seus produtos de recursos como a leitura de fotos digitais, games, música em mp3, karaokê e até o formato de vídeo Divx (MPEG-4).
Mas, para assistir um filme em DVD ligado unicamente na tv, por melhor que ela seja, o espectador não estará aproveitando todo o potencial do disco. O ideal é conectar a saída sonora do DVD em um aparelho de som, mesmo que seja um simples estéreo.
Para o aproveitamento total da trilha digital, é necessário um home theater, que é um conjunto de caixas de som ligadas a um receiver, ou, amplificador multicanal. Hoje em dia, a imensa maioria dos filmes em DVD traz as trilhas sonoras remasterizadas no formato Dolby Digital 5.1, ou, DD 5.1. O 5 se refere às caixas central, laterais (2) e traseiras (2). O .1 é o canal de graves, que é utilizado pelo subwoofer, responsável pela amplificação dos som muito baixos, que nem conseguimos escutar, mas, que sentimos a vibração em nossos corpos.
Embora os conjuntos mais sofisticados custem preços astronômicos, já é possível adquirir um home theater de qualidade razoável por pouco mais de mil reais. Observe que, em se tratando de home theater, você terá a qualidade diretamente proporcional ao preço. Se comprar os modelos de cento e poucos reais, que estão à venda, vai ter apenas um arremedo de home theater.
Enfim, estando equipada a sua sala, tenha algum cuidado no que for utilizar. Atualmente, o mercado de filmes domésticos está passando por uma crise, pois, o preço do aluguel de um DVD é praticamente o mesmo de uma cópia pirata, o que leva muita gente a comprar os disquinhos no camelô.
Independente da questão ética, é preciso ter consciência de que o que está comprando é de uma qualidade muito inferior à de um disco original. Além de uma perda na qualidade da imagem, devido à uma compressão muito alta, os piratas normalmente retiram partes do conteúdo, como a trilha sonora original, ou, documentários dos extras, para aproveitar melhor o espaço disponível.
Esperando ter ajudado a fundamentar suas compras futuras, desejo a todos um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de filmes e realizações!