Maze Runner: Correr ou Morrer

O labirinto

Após o fenômeno Harry Potter, o mundo do entretenimento se deu conta da existência de um público especial, o dos adolescentes, muito mais lucrativo do que o infantil ou adulto, tanto na literatura quanto no cinema. Assim, surgiram muitas séries de livros e filmes focados neste público e que fizeram muito sucesso, como foi o caso da saga “Crepúsculo”. Mas, além do universo de fantasia, também vieram séries de ficção-científica muito interessantes como “Jogos Vorazes” (“The Hunger Games”, EUA, 2012), “Divergente” (“Divergent”, EUA, 2014) e o meu preferido, “Maze Runner: Correr ou Morrer” (“The Maze Runner”, EUA, 2014).

Esses filmes tem em comum o tema de jovens em perigo em um mundo pós-apocalíptico, enfrentando ameaças monstruosas. O que muda em relação a tantos outros predecessores é a originalidade de como o tema é desenvolvido.

Na verdade, para quem tem uma memória cinematográfica mais extensa, como eu, poderia citar inúmeros exemplos de filmes que seguem uma fórmula parecida. Todos são baseados em livros, e que tem obtido um relativo sucesso nas adaptações cinematográficas. “Maze Runner: Correr ou Morrer” é baseado no primeiro livro da trilogia escrita por James Dashner.

No início do filme, um jovem (Dylan O’Brien) acorda dentro de um escuro elevador em movimento. Sua memória está completamente apagada, só depois ele lembrará do seu nome, Thomas.

Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, ele se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam à Clareira, um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como o recém-chegado, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. Sabem apenas que todas as manhãs os enormes portões do Labirinto que os cerca se abrem, e à noite se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador.

O bando é comandado por Alby (Aml Ameen) e Newt (Thomas Brodie-Sangster), que procuram ajudá-lo a se integrar ao grupo, embora ele seja recebido com desconfiança por Ben (Chris Sheffield) e Gally (Will Poulter). Quem o ajuda de todas as formas é Chuck (Blake Cooper), o novato anterior.

A Clareira é cercada por um gigantesco labirinto, com paredes móveis, e que à noite é infestado de perigosos monstros biomecânicos chamados Verdugos. Até aquele momento, ninguém havia conseguido passar uma noite fora da Clareira, mas Thomas arrisca-se para ajudar Alby e Minho (Ki Hong Lee), e não apenas sobrevive como consegue matar um Verdugo.

Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar – chega uma garota, Teresa (Kaya Scodelario), a primeira menina enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo, informando que será a última, e que tudo irá mudar.

A situação fica cada vez mais perigosa, pois os portões não fecham mais, permitindo que os monstros entrem na Clareira e ataquem os rapazes. Para salvarem-se, será necessário enfrentar não só os Verdugos, mas também quem criou tudo aquilo. Assim, quem sabe conseguirão descobrir não só quem eles são, mas também qual a razão de todo aquele mistério.

O filme é direcionado ao público juvenil, com um roteiro bem amarrado, obviamente com algumas diferenças em relação ao livro, mas que não interferiram no bom desenrolar da história. No livro, dois personagens eram telepatas, o que foi eliminado no filme, sem prejuízo algum.

O elenco juvenil é muito bom, e há uma química perfeita, bem mais que nos filmes similares mencionados anteriormente. Embora não haja estrelas no elenco, todos já tem experiência, principalmente na televisão.

Os efeitos especiais são interessantes, e corretamente utilizados, sendo um acessório para a história, não os protagonistas. As locações foram na Louisiana, e mostram que quando se usa imaginação, fica muito melhor do que milhões desperdiçados em computação gráfica.

Como aconteceu com as outras séries, a trilogia Maze Runner teve mais dois filmes, seguindo a ordem dos livros: “Maze Runner: Prova de Fogo” (“Maze Runner: The Scorch Trials”, EUA, 2015) e “Maze Runner: A Cura Mortal” (“Maze Runner: The Death Cure”, EUA, 2018).

Os três filmes da série podem ser assistidos no serviço de streaming Star Plus.