Déjà Vu

 

Eu já vi esse filme…

 

O tema viagem no tempo é muito frequente na história do cinema, como já tivemos oportunidade de discutir nesta coluna. Mesmo com esta abundância, o tema foi explorado de maneira curiosa pelo diretor Tony Scott no filme “Déjà Vu” (“Deja Vu”,EUA,2006).

O título do filme remete a uma expressão francesa, que significa “já visto”, que expressa uma sensação de já se ter vivido antes uma mesma situação. Antes que os fãs de “Matrix” disparem a fala de Trinity (“é uma falha da Matrix”), saibam que os sentidos são diferentes. Em “Déjà Vu”, o significado é o clássico, sobre a sensação de repetição de um fato ocorrido.

A história do filme começa em um dia ensolarado em New Orleans, quando a tripulação de um navio da marinha americana embarca em uma balsa para uma programação festiva. Além dos marinheiros, estão presentes suas famílias, no clima de festa de confraternização. De repente, o inferno. A barca explode, causando uma enormidade de mortos e feridos.

Em meio à confusão de feridos e grupos de salvamento está o policial destacado para investigar o crime, Doug Carlin (Denzel Washington). Ele trabalha para a DEA, agência do governo americano que investiga crimes ligados a Tabaco, Álcool e Armas de Fogo.

À medida que Doug vai investigando, ele começa a experimentar sentimentos de déjà vu sobre uma mulher assassinada, Claire Kuchever (Paula Patton). No processo, acaba descobrindo que essas sensações são muito mais do que aparentam.

Através de um misterioso agente chamado Pryzwarra (Val Kilmer), Doug é apresentado a um secretíssimo projeto do governo que podia observar fatos passados quatro dias antes do ocorrido. O grupo tenta descobrir o autor do atentado através dessas observações.

Aos poucos, Doug consegue rastrear o criminoso, conseguindo por as mãos nele. O autor do atentado é Carroll Oerstadt (Jim Caviezel), assassino frio e sanguinário, que elaborou e executou um refinado plano de vingança.

Mas, Doug não está satisfeito apenas em prender o assassino. Apesar de tudo apontar em contrário, ele acredita que será capaz de mudar o ocorrido. Isso fica mais forte quando ele descobre que a máquina não apenas é capaz de mostrar o passado, mas, também, de ser um portal, embora nada vivo tenha sido transmitido antes.

Mesmo arriscando a própria vida, e indo contra todas as probabilidades, ele entra na máquina, para tentar salvar Claire e todas as vidas inocentes que se perderão, se ele falhar.

Embora o tema sempre confunda um pouco aqueles não habituados com os temas de ficção-científica, “Déjà Vu” consegue manter a atenção do espectador através das diversas sequencias de ação, algumas delas alucinantes, como dirigir um carro na contramão, se guiando por imagens de quatro dias atrás.

Os efeitos especiais são realçados pela bela fotografia de Paul Cameron, que abusa da luz estourada, trazendo uma atmosfera sufocante e ao mesmo tempo cheia de energia. O filme foi rodado em New Orleans depois da tragédia do furacão Katrina, em setembro de 2005. Chegou-se a cogitar a mudança da locação, por se temer que as obras de reconstrução não terminassem a tempo do início das filmagens.

A edição em DVD vem numa qualidade acima do padrão. Foi mantido o formato de tela em widescreen anamórfico, e o som em Dolby Digital 5.1, em inglês, português e espanhol. Além do filme, o disco traz como extras: trailer de cinema, Cenas Ampliadas: Cena Estendida das Consequências da Balsa, Comentários do Diretor da Cena Estendida, e o recurso Janela de Vigilância: Filme com Comentários mais Bastidores.